quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Jogos Olimpicos de Pequim

Portugal, como sempre, é um vencedor antecipado.

Na maioria das vezes cai derrotado. São assim os portugueses. Alma grande no antes de, nem sempre, depois de.

No computo geral alinhamos do diapasão de que somos os melhores quando deveríamos pensar que somos iguais aos demais e não superiores aos de menos. Somos iguais.
Mas pensando bem, será que somos mesmo iguais? Quando ganhamos, somos. Quando perdemos não somos.

O projecto Pequim falhou. Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico Português (COP) assumiu já a sua derrota. Não resistiu ao salto falhado de Naide Gomes, ao quarto lugar de Gustavo Lima, às criticas de Vanessa Fernandes, à falta de brio de alguns atletas, ao ambiente de completa revolta instalado na comitiva e, sobretudo, à fuga das medalhas que o próprio prometeu aos Portugueses.

No entanto, eu gostaria de não entrar pelo derrotismo e critica fácil nem sempre construtiva apanágio do bom e “sabedor” português.
Gustavo Lima, após a sua prova, ainda a quente mas em voz sentida disse apenas isto:

- Alguém sabe o que sofri nestes últimos 4 anos?
- Alguém imagina o que é que é ir à net e verificar que 90% (mais ou menos) só têm comentários a dizer que os atletas vieram fazer férias aos JO quando nos deveriam enviar mensagens de apoio?

Isto dá que pensar. Um atleta que está nos JO sabe que os olhos do mundo estão sobre si. Sabe que os seus “irmãos” de Pátria lhe exigem a vitória. Sabe e sente a pressão cair sobre os seus ombros, qual peso derrotista, difícil de superar.
Quem melhor que eles (a maioria) não queria vencer? No seu âmago, nenhum.

Diz a imprensa de hoje que o Governo Português gastou entre 14/15 milhões de euros na preparação deste jogos. Uns dirão que é uma fortuna, outros que quem quer ter atletas a competir ao mais alto nível tem que gastar. Eu, sou mais por esta última intenção.

Por isso, deveríamos se calhar também me incluo nesse desconexo, era comentar as declarações dos atletas e a falta de apoio de todos (quase) que tiveram dos portugueses.
Olhando à pressão, é fácil falhar. Claro que um atleta de alta competição não se pode desculpar com a pressão. Todos sabemos isso. Mas somos humanos e como tal, falhamos.

Lamentáveis as declarações de alguns atletas. Até de Vanessa Fernandes, pois acredito que, se não tivesse ganho a medalha de prata, quando se esperava – olhando às provas que tem ganho – que ganhasse o ouro, porventura não falaria – de papo cheio – como falou.

Ganhou,é um facto, a medalha de prata, um feito grandioso olhando às dificuldades da prova (triatlo) mas, digam-me se, no nosso intimo, não esperavamos a medalha de ouro?
Habituou-nos mal a Vanessa Fernandes, mas o certo é que, temos um coração de maus hábitos e somos exigentes.

Por vezes aos grandes campeões e a Vanessa é uma grande campeã, devem reunir para si, também o melhor OURO que há na vida: A HUMILDADE, de saber perder e, sobretudo, saber ganhar. Ganhar e não respeitar o esforço de quem perde, é tudo menos de campeões.

Marco Fortes, lançador de peso, afirmou: “De manhã só estou bem é na caminha”. Lógico que Marco Fortes quis empregar a ironia. Falhou.

Nem sempre a ironia deve ser aplicada quando nos encontramos num palco sério e onde se exige profissionalismo naquilo que se está a fazer e, sobretudo, respeito pelos companheiros e adversários.
Ficou-lhe mal, será mesmo, uma mancha na sua futura carreira de atleta. Não era necessário, definitivamente.

Muito ainda haverá e aqui fica por dizer. Ficará para outras núpcias, quiçá para as vossas opiniões sempre correctas e de grande valor patriótico.

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