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Parece ter chegado a Portugal a galinha dos ovos de ouro. A NOS e a MEO têm andado em grande azáfama na procura da conquista, para a sua grelha de programação, os clubes Benfica, Porto e Sporting. Fala-se agora em números:
- Benfica 400 milhões de euros por 10/12 épocas
- Porto 457, 7 milhões de euros por 10/12 épocas
- Sporting 515 milhões de euros por 10/12 épocas
Contrato do SLB dura dez anos e
inclui jogos e Benfica TV. Contrato do FCP inclui jogos, o Porto Canal e
publicidade no Dragão e nas camisolas
Fechados com menos de um mês de
diferença, os contratos de venda dos direitos de transmissão televisiva
celebrados por Benfica e Porto foram avaliados em 400 milhões e 457,7 milhões
de euros respetivamente. Apesar dos montantes envolvidos estarem em patamares
semelhantes, o que está incluído nos contratos e as diferentes durações
previstas para cada direito cedido pelos clubes tornam difícil comparar
diretamente os negócios milionários dos dois maiores clubes de futebol
portugueses.
O que venderam os clubes?
No caso do Benfica, o acordo com
a NOS inclui a “cessão dos direitos de transmissão televisiva dos jogos em casa
da Equipa A de Futebol Sénior da Benfica SAD”, bem como “os direitos de
transmissão e distribuição do Canal Benfica TV”. A NOS assegura desta forma e
já a partir da próxima época os jogos do Benfica no Estádio da Luz para a liga
profissional de futebol, ganhando ainda o direito de acrescentar a Benfica TV
na sua grelha de canais
Já no que toca ao Futebol Clube
do Porto, o contrato com a MEO é mais abrangente. O acordo fechado com a antiga
Portugal Telecom inclui, tal como no caso do Benfica com a NOS, os “direitos de
transmissão televisiva dos jogos da equipa principal” e os “direitos de
transmissão do Porto Canal”.
Contudo, este contrato é mais
abrangente que o celebrado pelos encarnados, já que entra no segmento do
patrocínio principal do Porto. Segundo a nota do clube sobre o acordo, e além
dos direitos de TV e do Porto Canal, a MEO comprou igualmente “o Direito de
Exploração Comercial de Espaços Publicitários do Estádio do Dragão” e também “o
direito de colocar publicidade na parte frontal das camisola das Equipa Principal
de Futebol do FC Porto”.
Estes direitos não foram
adquiridos pela NOS no acordo com o Benfica. O clube da Luz vendeu recentemente
a publicidade nas camisolas à companhia Emirates, apontando-se para valores
entre os 8 e 10 milhões de euros anuais. Antes, as camisolas do SLB eram
patrocinadas pela MEO, a troco de 4,5 milhões por ano. Duração
Duração
Os contratos são distintos também
no que toca às diferentes durações dos acordos celebrados. No caso do Benfica,
o acordo inicial foi fechado por três anos “podendo ser renovado por decisão de
qualquer das partes até perfazer um total de 10 épocas desportivas”. O direito
da NOS em transmitir os jogos na Luz arranca já no início da próxima época.
Já o contrato fechado pelo Porto
é mais complexo: a cedência dos direitos de transmissão é feita logo por dez
épocas desportivas e só terá início “a 1 de julho de 2018”. O Porto cede assim
os direitos de transmissão dos seus jogos no Dragão até ao final da época de
2027/28.
O contrato entre o Benfica e a
NOS também pode chegar a dez anos de duração caso seja “renovado por decisão de
qualquer das partes”, chegando nesse caso até ao final da época de 2025/26.
Há depois distintas durações para
as diferentes cedências do Porto à MEO: o direito de transmitir o Porto Canal é
cedido por 12,5 anos – de janeiro de 2016 ao final da época de 2027/28 -, a
venda do espaço para publicidade nas camisolas dura 7,5 anos – janeiro de 2016
ao final da época de 2023/24.
Já o “direito de exploração
comercial” das publicidades no Estádio do Dragão dura igualmente 10 épocas, a
partir de julho de 2018.
Valores
Não representando exatamente a
cedência dos mesmos direitos às operadoras de televisão por subscrição é
difícil olhar de forma comparativa para ambos os contratos, sendo certo que o
do FCP é não só mais abrangente como em algumas cláusulas de maior duração que
o do Benfica
Segundo o clube da Luz, caso o
contrato com a NOS chegue aos 10 anos de duração, então, e nesse período de
tempo, entrarão 400 milhões de euros nos cofres encarnados, “repartidos em
montantes anuais progressivos”.
Já no que toca ao Porto, e sem desagregar
valores para as diferentes cedências feitas à MEO, salienta-se que este inclui
os direitos de exploração de publicidade no Estádio do Dragão (por 10 anos) e
também o patrocínio das camisolas (por 7,5 anos), negócios não incluídos na
negociação entre Benfica e NOS.
Este contrato gerará um total de
457,7 milhões de euros para o Futebol Clube do Porto durante 12,5 anos, um
valor cuja maior fatia só começará a chegar aos cofres do Dragão a partir de
julho de 2018, altura em que os direitos televisivos do FCP saltam para a MEO.
Leões anunciam acordo de 515 milhões de euros
O Sporting confirmou, ao início da tarde, à Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter chegado a acordo com a NOS para a
cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos em Alvalade, a partir
de 2018, por um período de 10 épocas.
Os leões anunciaram ainda que os valores do atual contrato
sobre os direitos televisivos com a PPTV foram também revistos, salientando que
o valor total destas negociações ascende os 515 milhões de euros.
Do novo acordo celebrado com a NOS, conforme a própria
empresa anunciou também através da CMVM, os leões recebem total 446 milhões de
euros, sendo os restantes 69 milhões resultado da revisão do contrato com a
PPTV.
Eis o comunicado do Sporting:
A Sporting Clube de Portugal, Futebol SAD informa, nos
termos do art. 248.º, n.º 1 do Código de Valores Mobiliários, que chegou hoje
aos seguintes acordos:
1) com NOS Lusomundo Audiovisuais, S.A. um contrato para a
cessão dos seguintes direitos:
(i) direito de transmissão televisiva e multimédia dos jogos
em casa da Equipa A de Futebol Sénior da Sporting SAD e direito de exploração
da publicidade estática e virtual do estádio José Alvalade pelo período de 10
épocas desportivas com início em 1 de Julho de 2018;
(ii) direito de transmissão e distribuição do Canal Sporting
TV, pelo período de 12 Épocas desportivas, com início em 1 de Julho de 2017;
(iii) direito a ser o seu principal patrocinador, pelo
período de 12 épocas e meia, com início a 1 de Janeiro de 2016.
2) com a PPTV – Publicidade de Portugal e televisão, S.A. um
aditamento ao contrato atual pelo qual foram revistos os valores a pagar pelos
direitos de transmissão televisiva e multimédia dos jogos em casa da equipa A
de futebol sénior da Sporting SAD e direito de exploração da publicidade
estática e virtual do estádio José Alvalade para as épocas 2015-2016, 2016-2017
e 2017-2018.
As contrapartidas financeiras globais resultantes do valor
dos contratos, incluindo as épocas 2015-2016, 2016- 2017 e 2017-2018, o
referido no ponto 1 e o aditamento referido no ponto 2 ascendem ao montante de
€ 515.000.000.
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Como se pode verificar são números muito diferentes. Ao ler atentamente verifica-se que o Porto e o Sporting até parece que também venderam as retretes, os buracos dos grilos que existem no relvado, bem como, os ninhos de coruja, pombos, e andorinhas, que embelezam os buracos entre "suspensórios", e beirais desses estádios.
Não serei certamente a pessoa mais indicada para analisar estes números, mas sei que, existem milhares de benfiquistas capazes de o fazer, Assim coloco à disposição de todos - gostava que não fossem aqueles anónimos com arte para a ironia sem graça - o direito de, com a sua visão muito pessoal, comentarem estas noticias.
Permito-me deixar algumas interrogações:
- Serão estes números verdadeiros no que concerne à globalidade dos direitos que, dizem, encerram?
- Será que o Benfica fez o pior contrato quando é sabido que a marca Benfica vale mais que as marcas Porto e Sporting juntas?
- Terá havido alguma "inocência" por parte da direcção do Benfica aquando das conversações com a NOS para a celebração do contrato?
- Será que o contrato feito pelo Benfica salvaguarda todos os direitos do clube?
Os benfiquistas têm a palavra.
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