Máxi Pereira. NÃO PERDOO A SUA DECISÃO

Sou simplesmente um ser humano e por isso longe de ser perfeito. Se calhar ainda menos perfeito sou como benfiquista. Nem tenho a pretensão de tal. Mas permito-me julgar estar perto da perfeição numa questão de honra, dignidade e sentimentos. Amo porque amo. Não odeio porque não sei odiar. Mas, reservo-me o direito de ... NÃO PERDOAR.

Falo assim para falar de Maxi Pereira. Foi, hoje, oficializado como jogador do Porto, o que, me permite, fazer algumas considerações que, talvez justifiquem um pouco o meu sentimento de não perdoar.

- Recordo que Máxi Pereira era um ídolo para o Universo benfiquista. Um jogador querido, acarinhado, um dos nossos.

- Recordo que Máxi Pereira disse várias vezes que em Portugal só se via a jogar no Benfica, o que de certa forma, caiu bem no coração dos benfiquistas.

- Recordo uma brincadeira em que fez de repórter e perguntou ao Nico Gaitán se, esse, ia continuar no Benfica, dando a transparecer a quem o viu e ouviu, que ele próprio ia continuar no clube, pois só assim, fazia sentido a pergunta que dirigiu ao Nico

- Recordo que, desde Janeiro,  que Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, clamava pela sua presença e presença do seu empresário a fim de conversarem e poderem, em conjunto, prolongar o seu vínculo contratual ao clube que, fez de Máxi um grande jogador – porque o é - dando-lhe a permanência de oito anos de águia ao peito.

- Recordo que, sempre e mesmo durante a Copa América, onde Máxi Pereira esteve presente com a sua selecção, o Benfica tentou tudo para que Máxi Pereira continuasse no clube, oferecendo-lhe um contrato ao nível dos melhores que existem no Benfica. Não era obrigado a continuar mas, por uma questão de respeito e dignidade deveria ter aberto a alma e falar aquilo que digo a seguir.

Instado variadas vezes qual o seu destino, foi sempre evasivo, dizendo que queria continuar no Benfica, mas que, a partir de certa altura, não o admitindo, começou a dar a ideia de ir – sabia bem para onde – representar outro clube, sabendo-se que era o Porto. Máxi Pereira também o sabia.

O carácter de um homem rege-se por acções, incertas nas decisões, que são o espelho da sua palavra, qual valor que nenhum euro consegue pagar e/ou substituir..

Por isso NÃO PERDOO ao Máxi Pereira. Queria ir embora - e terminado o contrato assistia-lhe esse direito -, fazer o último bom contrato da sua vida, onde pudesse ir ganhar mais, que fosse,  mas sentando-se à mesa de quem sempre o respeitou e acarinhou. A frontalidade é uma partícula da honra e da dignidade humana.

Sentando-se, mostrava a quem de direito, que havia um outro clube – mesmo não dizendo quem era, mas porque não dizê-lo – que lhe oferecia um grande contrato e por isso ia aceitar. Limpinho, limpinho, limpinho.

Se tal tivesse acontecido fazia de Máxi Pereira um homem/jogador que continuaria respeitado e admirado pelos benfiquistas. Não o fazendo, quebrou o ELO mais bonito que pode e deve existir entre um ser vivo. A confiança e o respeito.

Máxi Pereira, não respeitou de forma alguma os oito anos de Benfica. O facto de ser um dos capitães do clube, bem como, ser um jogador admirado por todos os benfiquistas.

Vai ganhar dinheiro num bom contrato. Mas tal não lhe servirá de travesseiro, o qual, certamente, lhe mostrará por insónias, o quanto não foi grande no tratamento - LEIA-SE RESPEITO - que deveria ter tido para com a direcção do Benfica e dos benfiquistas.

A noite é diferente do dia. As acções, são o fluxo do pensamento. As insónias são a manifestação de que o nosso carácter não está de acordo com aquilo que fazemos.

Deus é grande. Deus não dorme.

VIVA O BENFICA SEMPRE.

.......