ESTOU NOSTÁLGICO, TRISTE, AGITADO !!!

Estou nostálgico, triste, nervoso, agitado, irritadiço, sem vontade de nada.

Após o almoço ainda pensei ir dar um giro até junto do Estádio da Luz, ver pessoas, caminhar, beber um café, sei lá, tentar sair deste marasmo, em que sinto me encontrar.

Não haver futebol ao fim de semana, em particular o nosso Benfica, deveria ser proibido por Decreto-Lei.

É que hoje nem futebol, nem futsal, nem voleibol, nem basquetebol, nada de nada.

Liga-se a tv e anúncios atrás de anúncios, sem nada de original, que nos prenda e distraia um pouco.

Pelo menos que jogasse a Seleção de Portugal onde víssemos um Cristiano Ronaldo com um sorriso largo, e não macambuzio por ganhar uma miséria de ordenado por mês. Como eu o compreendo. É que correr atrás de uma bola, fazer saltar nas bancadas os adeptos do futebol em cada golo que marca, ouvir chamar pelo Messi só para o aborrecer, e ganhar o ordenado mínimo como ele ganha, deve ser mesmo para ter uma tristeza infinita na alma.

Assim vejo-me a pensar. E na atual crise que atravessamos não é bom ... pensar. 

Tento por todas as maneiras desviar o pensamento  do ROUBO que me estão a fazer dos subsídios de férias e Natal, facto difícil, quando junto de mim as minhas netas me "relembram", como se alguma vez eu me esquecesse: Avô olha que eu faço anos em Novembro, e logo a outra, a mais velhinha, atalha alegremente: e eu faço a 21 de Dezembro. Estás a ouvir avô?

Acreditem que chegado do supermercado, tendo passado pelas bombas de combustível, recordando-me que ainda tenho que passar pela farmácia, e tentando por todos os meios não me lembrar dos 200 euros que tenho de pagar este mês de contribuição autárquica, outro roubo que me fazem, e dos quais não me consigo defender, a não ser que vá morar para debaixo da ponte, onde, infelizmente já  "dormem" muitos portugueses, é duro, muito duro, o que me faz sentir uma dolência tão grande, que me consome a alma.

Por isso tento desviar o pensamento para outras coisas, o que, reparo, não consigo, a não ser, que seja pensar no meu Benfica, que é aquilo que, me faz "esquecer" outros factos desta vida infernal que me consome, como sei, que corrói milhares de portugueses, que um dia tiveram a "infeliz sorte" de "abraçar" a função pública.

Sorrio ao pensar no Benfica. Mas logo, no imediato, esse sorriso que eu queria ter, parte quase por desagrado encanto.

Recordo-me de termos na nossa equipa, nos tempos mais recentes, jogadores como David Luís, Ramires, Fábio Coentrão, entre outros, que atualmente reforçam e mostram toda sua categoria em equipas de outras paragens.

E quando quero voltar à realidade, caio imediatamente no sonambulismo da descrença, qual "desgraça" de pensamento que me arrasa a mente, bloqueia as vértebras do coração, causando-me uma "dor" infinda, qual dentada de "vampiro", ávido de sangue.

É que saíram esta época Javi Garcia e Axel Witsel. O meu benfiquismo quase que se nega a acreditar em tamanha "amputação" da nossa equipa. 

Javi Garcia era para mim o futuro capitão do Glorioso, vendo nele características de um Mário Coluna, na vontade, orientação dos seus companheiros, garra, e amor ao jogo, que na minha modesta opinião, só vejo outro jogador no Benfica, que "sofra" as agruras do referido ludo, como Javi Garcia sofria: Carlos Martins.

Só que, infelizmente para ele e para o Benfica, Carlos Martins, é mais ofensivo e não tem a idade do Javi Garcia, nem a força fisica que aquele patenteava, e fazia como ponto de honra, mostrar, perante a plateia que o ovacionava. A plateia benfiquista.

Witsel um jogador diferente. Mais calculista, menos "agressivo" no bom sentido, mais pensador do jogo, segurava a bola, jogando quase de "olhos fechados", um muro de betão, em quem os seus adversários esbarravam, tornando-se fundamental na manobra da equipa. Sem dúvida um jogador que vestia sempre o "fato macaco", bem demonstrativo em cada jogada que disputava.

Ambos retirados, quiçá por necessidade de tesouraria, bem o sei, deixaram um "buraco" gigantesco, qual "bomba" que nessa zona de campo, se fez "rebentar", sendo muito  difícil de tapar.

E assim volto à minha tristeza inicial. Mas porque pensar nisto se a vida vai continuar, embora cada vez mais pobre, e o Benfica será sempre o Benfica, independentemente dos jogadores, que entrem ou saiam.

Quero recuperar o sentido de humor quando vou pensando que temos soluções no plantel como diz Jorge Jesus. Mas como posso ver isso se o Benfica, sendo hoje Domingo, não joga?

Tenho que esperar até dia 23 para ver se fico mais alegre - nem imagino que o Benfica não ganha em Coimbra - porque se imaginar, é quase certo que vou ter baixa hospitalar, no Hospital de Loures, que quando passo e olho, até parece sorrir para mim, e dizer-me: Não te acalmes não, olha que eu estou aqui à tua espera.

E pronto. Nem escrevendo consegui recuperar a boa disposição. Já que nos tiram a "alegria de viver" no que concerne ao espaço laboral, pelo menos, obriguem por Diploma, inserto em Diário da República, que o Benfica jogue todos os fins de semana, nem que seja na modalidade do ... berlinde.

VIVA O BENFICA