domingo, 12 de outubro de 2008

Desde que o mundo é mundo e que ao mesmo foi “adicionado” o “bicho” homem que uma grande parte, para não dizer tudo, de qualquer facto existencial, passa pela estratégia.

Essa, define-se globalmente pelo estratagema usado naquilo que nos interessa.

Podemos, porque nos interessa, dar voltas ao sistema, arranjar desculpas, inventar situações, mostrar um sorriso maroto nos lábios que, o “lodo”, mais aqui ou mais ali, está sempre subjacente ao fundo do mar.

Mas não é a esse “lodo” que eu me quero referir.

Refiro-me no concreto ao “lodo” do pensamento, a maioria das vezes encapotado na personagem que o transporta que, mais tarde ou mais cedo, ainda que por entrepostas palavras ou acções se deixam revelar ao menos desatento.

Numa entrevista ao jornal espanhol “AS”, onde se encontrava juntamente com três grandes treinadores - Vitor Fernandez, Javier Irureta e Benito Floro – todos como ele desempregados, José António Camacho, do alto da sua impar sabedoria, saiu-se com estas pérolas, ainda que, todas aglutinadas no mesmo sentido:
- Há uma teia nos clubes que engole o treinador.
- Há outras pessoas, como os directores desportivos, que não reforçam a figura do treinador, pois a figura que está reforçada é a sua.
- O treinador diz ao director desportivo que ele tem de lhe resolver alguns problemas, mas ele não o faz.
- A posição dos directores desportivos é cada vez mais fixa, enquanto que os treinadores são cada vez mais temporários.

Está explicada a sua saída do Benfica.

Camacho, saiu do Benfica, após o anúncio feito por Luís Filipe Vieira, de que Rui Costa ia ser o futuro director desportivo do Glorioso.
Mandou às malvas todo o carinho que os benfiquistas tinham por si, e adeus que me vou embora.

Mas não disse a razão.
Tudo o que se disse ou escreveu foram conjecturas de escriba que por esta ou aquela razão ligaram o seu abandono do Glorioso a referida declaração de intenção, feita pelo nosso presidente, que eu sinceramente, também não concordei com o timing em que foi feita.
Mas isso são outras contas, outras narrativas.

Como está actualmente o futebol, são fundamentais os directores desportivos.
Vê-se pelo brilhante trabalho que tem desenvolvido Rui Costa em prol do clube do seu/nosso coração.

José António Camacho, qual vedeta da bola, consagrado ao seu carácter talvez sóbrio, mas solitário no seguimento para os demais, dá assim razão ao seu estado, que tem sido, nos últimos anos, o estado normal: DESEMPREGADO.
.
Eles chegam e partem, mas o GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA, fica para a ETERNIDADE.

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