BENFICA E OS CONTRASTES...

Existem na vida contrastes incríveis. A alegria e a tristeza, andam lado a lado, vigiando-se mutuamente, a fim de numa oportunidade, dar um ao outro,  o golpe fatal.

Falo no caso concreto do futebol. O Benfica, clube que amo, é um clube sem sorte. Os jogadores esforçam-se mas por vezes parece que tudo contraria as leis da física.

É a bola que bate aqui e ali, é uma grande defesa do guarda-redes, bate na barra ou nos postes, é a equipa adversária que vai uma vez à nossa baliza e marca, ou... sofremos o golo da tristeza para além dos 90 minutos.

Foi assim na época passada, com particular ênfase no Porto e na final da liga Europa.

Outros clubes quando sentem algumas dificuldades lá surge o penalty salvador nem que a falta seja fora da área. Se perto da linha de área, é penalty e pronto.
No Benfica é preciso que caiam estrelas para ser marcada uma grande penalidade a favor, mesmo que essa aconteça dentro da área.

Ontem contra o Gil Vicente, com o passar do tempo, comecei a temer o pior. Lima não acertava com a baliza, Rodrigo ausente do jogo, o meio campo não funcionava a contento, mau grado todo o esforço dos jogadores.

E como já é hábito lá surgiu o golo do adversário. Um azar de Máxi Pereira deu origem a esse desiderato.

Em pé, junto ao sofá, meti as mãos à cabeça e pensei: Já perdemos. Senti, confesso, uma desilusão dentro de mim, capaz de derrubar uma torre.

Fui chamado pela minha cara metade a fim de a ajudar numa tarefa. Lembrei-me do anúncio: Comando? Qual comando?

Pois respondi: Fazer o quê? Pois espera um pouco que já te ajudo. Mas eu era lá capaz de deixar de olhar para o jogo? Até me arrepio só de pensar.

Quando entraram Djuricic, Marcovic e Sulejmani, pensei: Vamos ganhar.

Não sei porque pensei isto. Só sei que pensei.

Vi com olhos de ver, Djuricic controlar a bola, endossá-la a Marcovic, e este, com uma calma de crak fazer o golo. Tinha acabado de me sentar, triste e desanimado. Saltei que nem uma mola, festejando o golo, de forma calma sem grande alarido.

Áh pois é. Pouco depois, centro de Sulejmani e cabeça de Lima para a glória.

Aí sim, senti uma alegria enorme. Pela vitória e por a alegria, finalmente, nos descontos, ter vencido a tristeza. 

O Benfica e os benfiquistas já mereciam um final de jogo assim. Emocionante, forte, onde se pode ver como a união do grupo, está como parece, que nunca esteve. Fortificado e coeso, como prova o beijo de Jorge Jesus a Máxi Pereira ( Foto acima...)

Foi um beijo de gratidão, de força. de coragem, de agradecimento, de prova cabal, que quando um erro é praticado por um jogador, não deve ser particularizado, mas sim generalizado, pois se a alegria é de todos, o erro e a tristeza também o deve/tem ser.

Acredito no Benfica. Acredito no trabalho dos seus profissionais. Acredito em Jorge Jesus. Acredito na direcção. 

Acredito que no final da época vamos ser felizes, pois bem o merecemos...NÓS TODOS.

Uma palavra para a BenficaTV. Fantásticos. Toni e o relatar mostraram ao mundo como se é isento e se relata e comenta um jogo de futebol. Nem vou especificar factos. 

Quem viu e ouviu, apercebeu-se de certeza absoluta do que estou a dizer. Lance de um golo anulado ao Lima, é bem o exemplo do que digo.

VIVA O BENFICA

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