Falar sobre o Benfica? Não...Para quê? ...

Hoje, ao olhar pela vidraça da janela do meu quarto, vi que estava um dia maravilhoso de autêntica Primavera. 

Um Sol radioso a fazer lembrar aqueles dias do antigamente em que eu, miúdo,  corria pelos campos à procura de encontrar ninhos de passarinhos.

Até me rio ao recordar esses tempos de liberdade em que no lugar onde residia não existiam carros, filas para a farmácia, discussões nas finanças. Apenas campo e o chilrear das aves como companhia.

Falo assim porquê? Porque hoje não me apetece falar do Benfica, nomeadamente da sua equipa de futebol.

O passado recente quer recordar-me de que vamos à frente do campeonato com 4 pontos de avanço, estamos com pé e meio na final da Taça de Portugal, e ontem em mais um jogo para a Liga Europa ganhámos ao Newcastle por meros 3-1.

Não me apetece falar disso a fim de que não me acusem de vaidoso - que sou - em ser benfiquista.

Para falar no jogo de ontem teria que falar de que tivemos alguma sorte. É verdade que sim. Só que o Newcastle não é uma equipa qualquer bastando recordar que na Liga Europa ainda só tinha perdido um jogo. Tem um guarda redes de gabarito e dois avançados rapidíssimos capazes de desequilibrar, podendo pela sua categoria jogar em qualquer equipa do mundo.

Sempre ouvi dizer que não existem campeões sem sorte. É uma verdade. Para falar do se... se.. se, não mais acabavam os ses, e no final se pudéssemos verificar os pratos da balança não sei para que lado o peso caia mais.

Também podia falar que os nossos jogadores não são máquinas. São seres humanos como todos os outros. Ninguém os pode acusar de não se esforçarem, de darem tudo o que têm na procura da vitória, do golo que pode fazer saltar os adeptos de alegria. Eles têm consciência que estão em três frentes e que têm uma palavra importante a dizer em todas elas. Por isso precisam do nosso apoio, incentivo, força anímica presencial ou até à distância numa rede positiva de pensamento, que os ajude nestes momentos que, sendo final de época, sabemos que vão ser muito complicados e difíceis.

Por isso não vou falar do Benfica, nem do próximo jogo, sempre o mais importante, que vai ser contra a Olhanense. 

Para quê recordar que o Benfica está em 1.º lugar na Liga com 64 pontos enquanto que a Olhanense está em 13.º com 21? O que interessa isso quando dentro das quatro linhas essas coisas podem até nem contar?

Evidentemente que para falar do Benfica teria que lembrar aos nossos fantásticos jogadores que podemos acabar esta época em festa nas várias prestações em que a equipa está inserida. Teria que lhe dizer que temos que entrar no jogo contra a Olhanense como se uma final da Liga Europa se tratasse. Unidos, rápidos sobre a bola, pressionantes, capazes de fazer aquilo que todos os benfiquistas esperam: Marcar golos e ganhar.

Mas falar disso para quê? Não sabem os jogadores do glorioso e o seu treinador, Jorge Jesus, que tem de ser assim? Claro que sabem. Assunto arrumado.

Também não quero falar da frase em realce na imagem em epigrafe. "Ninguém pára o Benfica".

Reconheço que tenho essa convicção que esta época estamos imparáveis. Mas não quero falar disso, porque a euforia e desconcentração mata o coelho. Não saíssem eles, os coelhos, da toca e viessem até ao exterior apanhar ar, todos vaidosos e bailarinos, e muitos ainda hoje estariam vivos.

Isto para dizer que em momento algum a equipa pode pensar que já ganhou alguma coisa. Não. Não ganhou ainda nada, embora todos pensemos que vamos ganhar.

Mas não quero também falar do que ainda não aconteceu. Quero sim dizer aos meus leitores e amigos/as, desportistas em geral, que cada vez mais, tenho orgulho em

TER NASCIDO BENFIQUISTA.

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