quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Porque falou o Presidente?


Acabo de ver (através d’O INDEFECTIVEL) a entrevista que o Companheiro Luís Filipe Vieira deu ontem e, mesmo sem tempo para conferir o que dela se diz pela Gloriosasfera fora, sinto-me obrigado a partilhar a minha opinião, nem tanto sobre o valor da mesma, que foi muito, mas antes sobre quais me parecem ter sido as intenções do Presidente na escolha desta oportunidade.

A meu ver e muito humildemente, o Presidente levava três objetivos “na manga” e foi por eles que aceitou aquele frete, a saber:

i. Antes de tudo o mais e aproveitando a audiência, reafirmar aquelas que são as traves mestras do seu discurso mais recente – um Benfica centrado em si próprio e de olhos postos no futuro, com espirito de corpo (objetivos partilhados e comunicação disciplinada);

ii. Fazer um apelo expresso ao APOIO ao Clube, Equipas e Atletas, um APOIO determinado mas … sem euforias; e

iii. Transmitir o “ponto de situação”, o possível, quanto ao tema dos direitos televisivos.

Em “anexo”, assim como quem não quer a coisa, o Companheiro Vieira ainda deixou uma espécie de post scriptum encantador, pelo menos para mim: os Proveitos do Grupo Benfica durante o primeiro semestre do exercício corrente (Julho a Dezembro) excederam os 76 milhões de euros.
Este valor, absolutamente soberbo, representa um tremendo sucesso para a gestão do Grupo e permite-me antecipar que, no final do exercício, poderemos conseguir passar a “barreira” dos 140 milhões, o que vai garantir um resultado económico positivo.

Se eu estiver certo nesta especulação que aqui vos deixo, então o Presidente pode e deve estar plenamente satisfeito porque cumpriu, inteiramente, os objetivos a que se propunha, ainda que com prejuízo do “sensionalismo” de que alguns não querem prescindir nestas ocasiões.

DIREITOS TELEVISIVOS – ponto de situação.

Infelizmente, ficamos a saber que o monopólio do mamão chupista ainda vai persistir: os potenciais competidores que chegaram a perfilar-se … esfumaram-se!
Felizmente e como prémio pela persistência com que Luís Filipe Vieira conseguiu, quase contra tudo e todos, impor a Nossa Benfica TV, o Glorioso não tem de ajoelhar perante aquele monopólio!

Nota: a este ponto, não resisto e tenho de recordar a muitos que, se o Benfica não está, neste momento, “nas garras” do mamão chupista e, consequentemente, “obrigado” a aceitar qualquer oferta que ele produzisse, tal se fica a dever a uma estratégia de longo prazo (mais de seis anos) de lançamento e afirmação da BTV sob diversas bandeiras, uma das quais era, exatamente, esta – a de podermos negociar com melhores armas.

Tal como muitas vezes afirmei, nomeadamente aqui e por escrito, a Benfica SAD tem este tema estudado ao mais ínfimo detalhe: o Clube sabe quanto pode conseguir com a comercialização direta dos seus desafios na Catedral (não esqueçam de incluir os da Equipa B), esteja o mercado em alta ou esteja ele em crise; sabemos quais as soluções tecnológicas possíveis, quais os investimentos necessários e quantos meses necessitamos para erigir essa alternativa.
Obviamente, todos estes estudos não podem ser divulgados antes de tempo, tal como ninguém pode esperar que o mamão chupista não tenha, ele próprio, estudos semelhantes.
Quando o Presidente afirma que “há um valor que pode fazer felizes as duas partes”, ele sabe bem do que esta a falar e eu estou seguro de que o mamão já conhecia essa cifra mesmo antes de ela lhe ser pedida.
Nestes termos, a questão tem uma síntese muito simples: ou o mamão paga, ou o Glorioso passa a explorar, diretamente, as suas transmissões televisivas.

A MINHA (humilde) OPINIÃO.

Quem conhece o meu pensamento sabe bem que entendo o Benfica como uma comunidade (universal) de Valores. Somos muito mais do que um Clube e muito mais do que um Grupo de Empresas.
Esses Valores, que fazem o melhor do nosso património desde a fundação, são literalmente incompatíveis com tudo o que representa este monopólio do mamão chupista.
Entretanto, o Benfiquismo na sua essência comanda os Nossos Corpos Sociais, a Benfica SAD e todos Nós a uma racionalidade que tem de imperar também neste negócio; o Glorioso não pode “sacrificar” receitas.

Que se desiludam os que pensam que o POLVO morre se a sporcos deixar de transmitir os desafios da Catedral. Que se desiludam os que, em pináculos de ignorância, apontam soluções de uma facilidade extrema e completamente isentas de riscos.

O Benfica … somos Nós! Sempre fomos e seremos!

O Benfica não nos pertence: ele foi-nos “emprestado” pelas novas gerações de Companheiros. Por isso, não temos o direito de prescindir nem dos Valores, nem de valores.
Temos a responsabilidade histórica de erradicar o POLVO deste Desporto (e de outros), mas já sabemos que não será “na ponta da espada” que o faremos: temos de o esmagar sob o peso da Nossa Imensa Grandeza e das Nossas Vitórias!

Viva o Benfica!

Escrito por: José Albuquerque.

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