domingo, 21 de junho de 2009


Benfica: Próximo líder decide negócio de 200 milhões

José Eduardo Moniz: a sua experiência na televisão poderia ser um trunfo importante para gerir os destinos do Benfica

No dia 3 de Julho os sócios do Benfica vão decidir o nome do seu presidente até 2012. Mas é para lá desse ano que se dirigem já os olhares de todos os potenciais investidores no clube: o contrato de cedência de direitos televisivos à Olivedesportos termina no final da época 2012/13 e é esse facto que está a movimentar um puzzle de interesses que teima em não encaixar.
Se vencer estas eleições, Luís Filipe Vieira fica com o poder de decidir, no último ano de mandato, o desfecho do dossiê.
É uma espécie de versão futebolística da polémica sobre a adjudicação, ou não, das obras para o TGV.
A escassez de receitas televisivas tem sido uma queixa recorrente nas últimas direcções do clube, que continua preso aos compromissos assumidos com a empresa de Joaquim Oliveira.
Os contratos rasgados por Vale e Azevedo foram o ponto alto de uma discórdia que se prolonga até hoje. Mas em tom mais suave.

A direcção de Filipe Vieira considera que os 8,4 milhões de euros que recebeu em 2008 não representam o peso do clube nas audiências que gera. E usa um argumento de peso: o Benfica é o clube com mais adeptos num país onde em 2008 o futebol ocupou 13 dos 15 programas televisivos mais vistos do ano.

O Benfica quer, por isso, receber pelo menos o dobro das receitas anuais: perto de 20 milhões de euros. Um possível contrato de 10 anos para a cedência de direitos a outro operador renderia ao clube um encaixe de 200 milhões.
No puzzle de interesses neste processo gravitam várias empresas. Com um nome em destaque: Joaquim Oliveira, patrão da Olivedesportos, dono da SportTV, proprietário dos direitos de TV das Ligas profissionais de futebol, accionista de clubes como Sporting, FC Porto ou Sp. Braga e detentor da empresa que explora o espaço publicitário nos estádios dos clubes.
Tem, em resumo, o futebol na mão.
Mas pode perder o controlo do jogo se perder o seu ás de trunfo.
No último ano surgiu um novo factor de perturbação para a Olivedesportos.

A pressão do Benfica materializou-se com o lançamento do canal do clube.

Um projecto que abriu portas ao posicionamento de um player de respeito: a Portugal Telecom assinou com o Benfica um acordo de patrocínio global no valor de seis milhões de euros, que contemplou o apoio ao lançamento do canal.
Como não há coincidências, a empresa de Zeinal Bava garantiu meses depois o exclusivo da distribuição do canal para a sua operadora de televisão Meo. Os rumores em torno da candidatura de José Eduardo Moniz apontavam a PT como potencial apoiante do actual director-geral da TVI.
Mas na lista de possíveis investidores no clube, caso Moniz avançasse, surgia também dinheiro angolano: a empresa Medianova, detentora da Zimbro TV, estaria disponível para apoiar o clube: o Benfica também gera paixões em Angola e a emissão dos jogos dos encarnados no canal que a TVI ajudou a montar seria uma cartada decisiva para a afirmação do primeiro projecto televisivo independente naquele país.A vontade de Moniz avançar com uma candidatura à presidência do Benfica embateu na antecipação das eleições.
Mas a indecisão que ontem confessou traduz outra realidade: o desejo de sair da TVI, onde viveu um último ano conturbado devido às críticas do governo contra a informação do canal e devido à grave crise financeira que o grupo espanhol Prisa - dono da TVI - atravessa.
É essa, de resto, a última peça deste puzzle: a Prisa está à procura de investidores e a PT e a Cofina sucedem-se no desmentido aos rumores que as apontam como candidatas a comprar a TVI.
Até 2012/13 tudo se decidirá neste triângulo de televisão, futebol e Benfica.
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Jornal *I*
………..
Leiam com atenção este artigo. Digam o que pensam disto?

Luís Filipe Vieira, conhece como ninguém os meandros do futebol e tudo o que gira à voilta dele.

Talvez lendo este artigo, se entenda a razão de tanta aflição com a alteração da data das eleições.
Na minha opinião, Luís Filipe Vieira, merece ter uma palavra a dizer em 2013, sobre os factos em apreço aqui explanados.
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PS: Nos entretantos, JEM e o Movimento Benfica, Vencer Vencer, desistiram de ir a eleições. Mas não julguem que desistiram. Não. Em 2013, ELES aí estarão novamente e, quem sabe, se estes factos não serão a sua meta principal.
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Não acham?

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