domingo, 31 de julho de 2011

O desperdício de recursos no futebol profissional (Parte II).


O desperdício de recursos no futebol profissional (Parte II).

Na sequência do texto precedente (a Parte I) e começando por vos confessar que fiquei surpreendido por não ter lido comentários que acusassem a Administração da SAD de “despesismo”, sobretudo por causa da aquisição de “carradas de Atletas”, cabe-me, agora, explicar as razões pelas quais discordo da segunda parte do texto publicado na bolha pelo Companheiro Bagão Félix, que, na prática e a propósito da crise financeira conjuntural (ou estrutural?), sugere essas mesmas criticas e faz um apelo a uma maior contenção de investimentos.

Afinal, há, ou não, muitos Companheiros que, mesmo sem crise, entendem que o Glorioso deveria ter uma gestão mais “poupada”? Claro que há e são bem numerosos!

Com este texto, vou tentar argumentar, sucintamente, pela opção contrária e em apoio da estratégia aprovada e consecutivamente renovada pelos Accionistas da SAD, Bagão Félix incluído e Sócios incluídos (indirectamente representados pelos votos do Clube, enquanto Accionista maioritário).

Recuemos um pouco no tempo … 4 anos.
Qual era o valor (económico) do conjunto dos Nossos Atletas (além do Simão)? E qual era o valor potencial dos jovens da “Fábrica” (além do Miguel Vítor)?
Nessa altura eu ouvi o Presidente afirmar que “não há-de ser assim tão difícil construir uma Grande Equipa, se já conseguimos construir tanto”.

Qual e a realidade actual? O Benfica foi, ou não, capaz de acrescentar valor ao global dos investimentos que realizou? Foi e muito!
Poderia ter feito mais e/ou melhor? Claro que sim, porque é sempre afirmativa a resposta a esta pergunta (acertar na lotaria depois do sorteio … facílimo!).

Pode/deve o Benfica “aligeirar” nos investimentos para o futuro?
Esta é a questão de fundo, aquela que vale a pena discutir e sobre a qual teremos de decidir … bem!

O Benfica já conseguiu inverter a tendência de resultados anuais de exploração que eram negativos até há 2 anos (prejuízos), equilibrando as suas contas, primeiro, para, depois, consolidar 2 anos de resultados positivos (já estou a contar a época iniciada a 1 de Julho) e obteve estes resultados mesmo com a tremenda “amputação” que resulta do mamão chupista (30 milhões), do agravamento dos custos de financiamento (5 milhões) e da ocorrência de resultados desportivos que ainda não permitiram a plena frutificação de várias linhas importantes de proveitos (quotizações, bilheteira e sponsorização, essencialmente).
Neste quadro e no final de um exercício em que obteve um “cash flow” (prevejo eu) de cerca de 60 milhões, só se poderia admitir uma inversão de estratégia (uma estratégia confirmada pelos resultados, até desportivos), caso o Clube já tivesse atingido os seus “objectivos de mercado”, coisa que eu considero ainda não ter acontecido.

O Benfica só não está entre os 20 Clubes com maiores receitas, por via da já referida “amputação”. Mais que isso, temos consciência que a Nossa Marca nos “obriga” a visar objectivos muito mais ambiciosos.
As Equipas do Benfica, todas elas e “em média”, devem estar entre as 16 melhores da Europa (oitavos de final das maiores competições) e menos que isso, mesmo podendo acontecer, tem de ser considerado como um resultado insuficiente.

Arrancámos da boca do abismo e estamos a concluir a travessia do deserto a que esse precipício (a “ajuda” do mamão) Nos condenou: não vamos desistir agora!
Por agora, trataremos de reinvestir (no futebol e não só) a maioria do valor que acrescentarmos. Com exigência e rigor na gestão dos recursos financeiros, obviamente, mas tendo presente que o objectivo do Grupo Benfica não é a remuneração dos capitais nele investidos.

Viva o Benfica!
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Escrito por: Pedro Álvares Cabral

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