segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Fabrizio Miccoli. Uma (boa) recordação.

Entrevista: Fabrizio Miccoli
«Avançado italiano diz estar bem no Palermo mas não descarta voltar ao Benfica. Recomenda Luisão a qualquer clube italiano e reconhece Suazo como um grande avançado.

Correio Sport – O que aconteceu para não ter regressado ao Benfica no início desta época?

Fabrizio Miccoli – Tive tudo acertado com Rui Costa mas penso que as negociações não avançaram porque o presidente do Palermo, Mauricio Zamparini, se recusou a vender o meu passe. É alguém que sempre acreditou em mim e nem quis ouvir falar de propostas. Eu teria ido se houves-se acordo entre os clubes.
– Tem sido muito elogiado pela crítica italiana mas não é chamado à selecção....

– Perguntem ao Marcello Lippi [seleccionador de Itália]. Estou bem, sinto que estou muito forte. No Palermo, tenho seguido um programa que me fez estar em muito boa forma física e, uma vez que não tenho tido lesões, consigo render ao máximo. Mas sei também que a Itália tem muitos avançados de qualidade.
Neste momento estou mais preocupado com o meu trabalho no Palermo.

– Parece estar melhor do que quando jogava no Benfica...

– Talvez seja verdade. Isso deve-se ao facto de não estar a ter lesões. Diria que estou a jogar ao mesmo nível da fase final da minha segunda época no Benfica [2006/07]. Estou sereno, sem problemas, e isso reflecte-se nas minhas exibições. Mas também fiz boas exibições com a camisola do Benfica.
– Continua a ter contactos com pessoas do clube?

– Falo às vezes com o Nuno Gomes e com dois ou três amigos que tenho no Estoril. Tenho muitas saudades de Portugal e já disse à minha família que se o Benfica for campeão vou a Lisboa festejar com a equipa. É uma cidade muito bonita, onde fui muito feliz.

– O Benfica pode ser campeão nesta época?

– Porque não? A equipa não está muito bem na Taça UEFA mas encontra-se bem posicionada na Liga. Foi pena ter empatado com o V. Setúbal. Estaria agora no primeiro lugar. Tive pena de não ter sido campeão pelo Benfica. Vi imagens e percebi a importância que tem para milhões de portugueses ver o Benfica campeão. Jogar nesse clube foi uma experiência inesquecível para mim.

– Viu o jogo com o V. Setúbal?

– Não, infelizmente em Itália não passam jogos da liga portuguesa. Mas procuro manter-me informado sobre tudo o que respeite ao Benfica. Vou acompanhando os resultados através dos meus amigos em Portugal ou pela internet.

– Percebe as razões da irregularidade do Benfica na Taça UEFA?

– Nesse tipo de competições, às vezes um mau resultado no primeiro jogo pode deitar tudo a perder. Torna-se difícil a recuperação. O Benfica eliminou o Nápoles, que é um adversário muito complicado para qualquer equipa, e os seus adeptos esperavam, certamente, outros resultados na UEFA. Mas são coisas que acontecem e nem sempre têm uma explicação concreta. Também chegaram muitos jogadores novos e o entrosamento leva tempo a consolidar.

– Conhece alguns?

– Sim, Suazo e Aimar. Chegaram outros igualmente bons. Em Itália, o Benfica causou muito boa impressão nos dois jogos com o Nápoles, que está a fazer uma boa época. O que é que pensam do Suazo em Portugal?

– Não o conhece bem?

– Claro que sim, brilhou no Cagliari e é jogador do Inter. Ele corre muito, não é? Gosto muito da sua forma de jogar. O Benfica tem bons avançados. Há o Nuno Gomes, que dispensa apresentações, e o Cardozo, que têm características diferentes das de Suazo. Quem pode fazer muito mais é Pablo Aimar.

– Porque diz isso?

– Ainda não é aquele Aimar que todos conhecemos. Pode fazer mais mas é verdade que tem tido azar com as lesões. É algo que condiciona qualquer jogador, como aconteceu em alguns períodos da minha passagem pelo Benfica.

– Quim tem sido infeliz nos últimos jogos e há quem queira ver Moreira na baliza. Tratando-se de dois antigos colegas de equipa, que opinião tem deles?

– São dois grandes guarda-redes. Joguei mais vezes com o Quim a titular mas qualquer um deles dá garantias à equipa.

– Que jogador do Benfica indicaria a clubes italianos?

– Luisão. É forte, um verdadeiro líder, e as suas características adaptam-se bem ao futebol italiano.

– Surpreendem-no as dificuldades que Quaresma está a enfrentar para impor-se no Inter?

– Precisa de mais algum tempo para adaptar-se. O futebol italiano é muito diferente do português. É mais fechado, mais táctico, e há muito equilíbrio entre as equipas. Não é fácil defrontar equipas como Génova, Inter, Nápoles, Juve, Palermo, e por aí fora. Em Portugal há muita diferença entre Benfica, Sporting e FC Porto e os clubes ‘mais pequenos’. É uma liga menos exigente do que a italiana. Acredito, no entanto, que Quaresma irá mostrar o seu valor dentro de um ou dois meses.

– E José Mourinho?

– Além de grande pessoa, é um grande treinador. Com ele, estou convencido de que o Inter vai ser novamente campeão nesta época.

– A imprensa italiana tem insistido nas comparações entre o Inter de Mourinho e o de Mancini. Esta equipa é mais forte?

– São diferentes mas igualmente fortes. Mancini fez um bom trabalho. Mourinho está a confirmar tudo de positivo que já tinha feito no Chelsea e nas equipas por onde passou antes de chegar ao futebol italiano.

– Já teve oportunidade de o encontrar?

– Sim, falei com ele quando defrontámos o Inter e ele foi muito simpático. Perguntou-me se eu falava português e respondi que falava mais ou menos. Virei-me para ele e disse-lhe: 'Mister, trago o Benfica no coração.'
– Admite voltar um dia ao futebol português?

– É difícil prever o futuro. Estou muito bem no Palermo mas nunca se sabe o que o futuro nos reserva.

– Deixar o Benfica e regressar à Juventus foi decisão sua?

– O meu passe pertencia à Juventus e eles não estavam interessados em voltar a emprestar-me. Estive algum tempo à espera de conhecer o meu futuro. Surgiu o Palermo com uma proposta que satisfez a Juve e os clubes chegaram a acordo.

PERFIL

Fabrizio Miccoli nasceu a 27/06/1979 (29 anos), na localidade italiana de Nardó. O avançado fez praticamente toda a carreira em Itália, tendo esta sido só interrompida por duas temporadas em Portugal. Entre 2005 e 2007, o ‘pequeno bombardeiro’ – 1,68 metros e 66 quilos – representou o Benfica, emprestado pela Juventus.
Passou ainda por Fiorentina, Perugia, Ternana e Casarano. Está há duas épocas no Palermo e, este ano, em 13 jornadas disputadas, marcou sete golos. Já vestiu por dez vezes a camisola da ‘squadra azzurra’.
Diz ainda ter fortes ligações a Portugal, especialmente ao Benfica, em que provou potencial. Fez 39 jogos de águia ao peito e marcou 14 golos na Liga.
Foi uma das estrelas na Liga dos Campeões de 2005/06, em que os encarnados chegaram aos quartos-de-final.
Foram eliminados pelo Barcelona que veio a ser Campeão Europeu.»
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Entrevista fantástica: via: http://www.serbenfiquista.com/usernews/20818 (o nosso obrigado)
Indicação da nossa querida amiga: Lua SLBENFICA
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Foi um jogador que ficou na memória dos benfiquistas. Pelo grande jogador que é e pelo carácter com que sempre envergou o Manto Sagrado.
Saudações benfiquistas, ENORME Miccoli.

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