terça-feira, 23 de março de 2010

O Benfica e os “direitos de TV”.

Ainda há dias, escrevia o Enorme Tramontano um texto em que defendia o envolvimento da Nossa BenficaTV na futura transmissão dos Nossos desafios disputados na Catedral e em que considerava que esta questão é … simples.

Imagino que não haja Benfiquista que não gostasse de ver os nossos desafios transmitidos (pelo menos em diferido) pela Nossa Casa Universal, que é a minha melhor definição para a BTV. Nisso, creio que somos unânimes!
Já quanto à alegada simplicidade da questão e tal como escrevi no comentário que, então, dirigi ao Tramontano, … oxalá ele tivesse a razão que, infelizmente, não tem.

Com toda a humildade que resulta de eu saber muito pouco sobre este tema, vou só recordar as maiores dificuldades da questão:
1. Quanto aos desafios “particulares” e porque o Glorioso, nesse caso, é inteiramente livre de fazer o que entender, a correcta exploração desta potencial receita, pode resumir-se ao seguinte binómio “composto”: ou “vendemos” a transmissão, ou a fazemos pela BTV e, nesse caso, ou criamos (na BTV) uma estrutura capaz de “vender” os espaços publicitários (quer os de TV, quer os fixos, à volta do relvado e durante a transmissão), ou teremos de contratar externamente esse serviço. Digamos que esta parte não é complicada.
2. Nas competições da UEFA, é sabido que os nossos direitos ficam englobados num “pool” que é gerido pela UEFA, ficando fora deste âmbito (pelo menos no caso da EuroCup) a(s) eventual(ais) pré-eliminatória(s), como foi o caso do desafio com o Nápoles que permitiu aquela antestreia Gloriosa da BTV e que, assim, poderá ser encarado como se fosse um desafio particular.
3. Nas competições nacionais, em que há 2 diferentes “organizadores” – a FPF, para a Taça e a Liga, para a sua Taça e para o Campeonato, a primeira dificuldade liga-se à enorme vontade destas instituições em, elas próprias, criarem e gerirem “pools” específicos com todos os direitos de imagem (e transmissões) inerentes a cada uma das provas, ou seja e de duas uma: ou o Glorioso consegue ter “mais peso” na FPF e, sobretudo, na Liga, ou corre o sério risco de continuar a ser explorado como tem sido, vendo-se “obrigado” (pelos Regulamentos) a não beneficiar com justiça pela venda dos seus direitos de TV.
4. Acresce que só no Campeonato é que estão garantidos os desafios na Catedral (se repararem bem, podemos vencer a Taça de Portugal sem disputar um único desafio “em casa” e, quanto à Taça da Liga, acabámos de a vencer com um único desafio disputado na Catedral) e, quanto a esses, os do Campeonato, o Regulamento da prova é tudo menos simples. Apesar de (por enquanto) os “direitos” serem Nossos (os que, hoje, estão “em saldo” com o olibeiredo), há várias restrições ao seu exercício (de acordo com os Regulamentos), a saber:
4.1.Transmissões em “PayTV” (ou “payperview”, que é o mesmo), só são permitidas em diferido e com início após 15 minutos depois do final do desafio;
4.2.Transmissões em “sinal aberto” (as TV´s que não se pagam), só é permitida a transmissão de 3 + 2 (=5, para clubes que se qualificam para as provas da UEFA) e, ainda assim, sujeitos aos horários previstos no Regulamento (!); e
4.3.Transmissões em “sinal codificado” (que é o caso da BTV), essas sim são permitidas com total liberdade (ou não estivessem os Regulamentos “bem adaptados” às preferências do olibeiredo).

Em síntese, tudo isto sugere que o Glorioso, antes de tudo o mais e após ter-se deixado “comer” durante tantos anos (falta saber qual poderia ter sido a alternativa), deve tentar impedir que nos sejam impostos os tais famigerados “pools”, sobretudo se o POLVO conseguir continuar a controlar a Liga e a FPF, caso em que esses “pools” só terão uma razão de existir: roubar-nos o que é Nosso!

Em segundo lugar e porque a fórmula mais correcta (universalmente aceite) para a transmissão de desafios de futebol, além do óbvio sinal aberto, é a “PayTv”, o Glorioso tem de continuar a tentar que sejam alterados os Regulamentos de modo que esta fórmula se possa aplicar em transmissões ao vivo. Se o conseguíssemos, bastaria proceder a algumas adaptações tecnológicas (que me dizem não ser enormes) e passaríamos a dispor de um “conteúdo” acessível a todos os operadores do mercado (interno e externo), maximizando os proveitos potenciais quer das Nossas enormes audiências, quer da multiplicidade da “Procura” deste tipo de produtos (o conteúdo desafio de futebol).

Em terceiro lugar e concomitantemente com as linhas anteriores de estratégia, parece-me que o Glorioso deve estudar, sempre com todo o rigor e profissionalismo, as eventuais parcerias publicitárias (falo da gestão dos espaços publicitários) que lhe permitam maximizar os proveitos emergentes da eventual transmissão dos já referidos 5 (!) desafios, através da BTV (podendo os restantes ser objecto do “diferido”).

Em qualquer caso, a prova insofismável de que o Glorioso está a cuidar deste tema da melhor forma possível, é que podemos constatar, tal como dizia o Enorme Tramontano, que “o tronco está a ser partido … machadada a machadada”. A primeira destas foi, claro, a implantação da BTV (e que “guerra”, ó céus!), as negociações que permitiram que ela já chegue a 700 mil lares, as que a vão levar a ultrapassar o Milhão de lares (o que constituirá um “record” mundial, mais um, em Tv´s de Clube) e a variedade de plataformas pelas quais é distribuída (aqui, não há monopólios para “mamões”, ahahah). A segunda machadada, esta na defensiva, tem sido a forma (brilhante!) com a qual o Glorioso se tem conseguido opor, quase isolado (veremos se o SCP, agora que anunciou a intenção de lançar um canal próprio, se junta a nós nesta “guerra”), à imposição dos tais “pools” para as competições internas, a menos que elas reflectissem, como é de justiça, o muito maior peso das Nossas audiências. A terceira, essa foi o “reforço” dos Corpos Sociais com a inclusão do meu Amigo Luís Nazaré, Gestor do mais alto gabarito e que é internacionalmente reconhecido nesta área dos “conteúdos” e das “novas TV´s” (conduziu o concurso para a TDT, depois de ter sido Presidente dos CTT e, antes, do ICP).

Quanto à quarta e mais recente “machadada” (outras há, mas não aparecem nos mérdia) – refiro-me à já famosa carta do Presidente ao olibeiredo, cuja resposta “permitiu” o lançamento de um Estudo de Opinião através do qual os Benfiquistas poderão, finalmente, desabafar tudo o que, há décadas, o POLVO nos tem espetado através da sporcotb e cujos resultados (não invejem esta minha capacidade para prever, ahahah) concluirão que, em condições de igualdade, a BenficaSAD deverá dar preferência a qualquer outro operador concorrente, isto se os Juristas não lhe encontrarem fundamento legal para que se inicie um processo formal, conducente (caso o comportamento da sporco se mantenha) a uma rescisão unilateral, Por Justíssima Causa, do contrato que, ainda, nos canga, mesmo que à custa de uma indemnização a pagar pelo Glorioso a esse operador.

Este assunto, que, ao contrário do que parecia, tem pouco de simples e que, sabemo-lo, “vale muito dinheiro”, pela forma como vem sendo “atacado”, é, na minha humilde opinião, tão só uma prova mais da confiança que Nos merecem os que Nós elegemos para dirigir o Clube e todo o nosso Glorioso Grupo.

Quod eramus demonstrandum.

Viva o Benfica!
.
Escrito por: José Albuquerque

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