domingo, 7 de setembro de 2008

100 Glórias do Benfica - 2.º - Alberto


Alberto Gomes Fonseca Júnior. Bissau. Guiné-Bissau. 28 de Agosto de 1956. Defesa.Épocas no Benfica: 6 (76/81). Jogos: 123. Golos: 1. Titulos: 1 (CN) e 1 (TP)Outros Clubes: Belenenses. Internacionalizações: 9.


Quando o ex-júnior Alberto começou a ser utilizado pelo inglês John Mortimore, os benfiquistas ficaram apoderados de um sentimento dubitativo.
Com 19 anos acabados de fazer, o defesa lateral, de origem guineense, aparecia no território de Artur, Bastos Lopes, Barros e Pietra, todos internacionais e personagens respeitados no tabuleiro da Luz.
Coração e pulmão garantiram-lhe um lugar ao sol, cedo se transformando num dos ai-jesus da catedral vermelha.Naquela segunda metade de 1977, confinou-se a um jogo da Taça de Portugal, em casa, ante o Riopele (3-0), compondo a retaguarda ao lado de Artur, Alhinho e Barros. Já no inicio do novo ano, numa tarde pardacenta de Inverno, estreou-se nas Antas, com a vitória (1-0), sobre o FC Porto, valendo o golo solitário de Chalana, no primeiro jogo para o campeonato.
Em crescendo de produção, titularidade garantida, dele ficou importante préstimo na revalidação do titulo nacional (77/78).Alberto era um puro sangue, uma força da natureza. “Pode jogar, mantendo os mesmos padrões exibicionais, dia sim, dia não; ou até dia sim, dia sim”, garantiu, por essa altura, o então seleccionador nacional, Mário Wilson, no alto da sua cátedra.
Impetuoso, sólido a defender, perspicaz a atacar, o jovem africano fazia as delicias dos mais exigentes adeptos e provocava a ira nos mais sectários apoiantes de outros símbolos.Cedo chegou à equipa nacional.
Na trajectória, entretanto frustrada, para o Europeu de 80, marcou mesmo dois golos consecutivos. Na Áustria e em Lisboa, frente à Escócia.
Atingiu 9 internacionalizações, numa altura em que se afirmava como melhor lateral-esquerdo da bola indígena. Ainda no Benfica, esteve na espantosa série de 56 jogos sem perder para o campeonato, registo apenas superado pelo Celtic (62), Saint-Gilloise (60) e Milan (58), na mais que secular história do futebol europeu.
Duro, reagiu com sorrisos desportivos a sucessivas catilinárias, sobretudo depois de ter partido uma perna ao já sportinguista Rui Jordão, num lance marcado pelo infortúnio. De resto, vitima maior ele seria. A 7 de Junho de 1980, abandonou a final do Jamor, que o Benfica arrebataria ao FC Porto, com golo do brasileiro César
Perónio partido ao décimo minuto de jogo, na discussão de um lance com Frasco, cedeu o lugar a Frederico. Pior, muito pior, mergulhou num suplicio. Durante anos, já sem vinculo ao clube, tentou desesperadamente voltar à normalidade.
Jogaria ainda no Belenenses, mas longe do fulgor que o havia caracterizado.
Atleta cool no consulado britânico de Mortimore, mais tarde no de Mário Wilson, para trás ficavam 4 temporadas, 123 jogos, um triunfo no Campeonato e outro na Taça de Portugal.
Com 24 anos apenas, o Benfica perdeu, de forma imprevista, aquele que se arriscava a ser o melhor dos laterais-esquerdos, pelo menos até ao jubileu do Centenário.

2 comentários:

  1. Penso que jogou também no Boavista e que foi ainda chamado à selecção no pós Saltillo. E, pormaior importante não referido, marcou em 1977-78 ou 79 dois golos pela selecção que deram vitórias: na Áustria, o segundo golo do 2-1, cá, com a Escócia, o golo do 1-0. Vi este último jogo

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  2. Grande Jogador e como Homem,amigo verdadeiro dos seus amigos um abraço do Triki trikiiii,como tu me chamavas

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