Benfica. CONTAS positivas

 

Nuno Catarino, CFO do Benfica (SL Benfica)

Nuno Reis21:50 - 09. setembro 2025.

// NACIONAL //

Benfica dá lucro e vai ter contratos mais altos com Adidas e TV

Nuno Catarino apresentou resultados da SAD e fez análise económica e financeira, com muitas novidades

Nuno Catarino, CFO do Benfica e vice-presidente do Conselho de Administração da SAD, deu a cara pelos resultados do exercício 2024/2025, conhecidos esta terça-feira. A Sociedade Desportiva liderada por Rui Costa volta a dar lucro: €34,4 milhões.

— Há um ano, a Benfica, SAD apresentava resultado negativo de €31,4 milhões, agora anuncia resultado líquido positivo. Que balanço faz?

— Do ponto de vista económico, os resultados são muito bons, o plano era ter resultado positivo. E tínhamos também um segundo objetivo, a capacidade de, nos exercícios seguintes, ter estabilidade ao longo do ano. Também conseguimos fazê-lo já depois do final do exercício. O mercado é o que tínhamos planeado inicialmente e partimos bastante confortáveis para este ano. É claramente um exercício muito positivo. Até mais positivo do que projetávamos inicialmente. A próxima administração pode começar com alguma tranquilidade a planear o futuro, estamos na Liga dos Campeões, o essencial para o exercício está feito.

— Disse que superou expectativas. Quer explicar?

— Conseguimos um controlo de custos bastante assinalável, estamos com 9 pontos percentuais de diferença entre o crescimento da receita, versus os custos no mesmo ano, naquilo que é a base recorrente, tirando a performance da equipa de futebol. Conseguimos também resultado operacional positivo, é marco importante, há equilíbrio entre custos e receitas.

— Como avalia os FSEs (Fornecimento e Serviços Externos)?

— Um dos pontos em que o Benfica tem mostrado alguma dificuldade tem a ver com a redução dos FSEs. No primeiro semestre mantiveram-se, subiram no segundo. Mas temos o efeito do futebol feminino — há sempre custos associados ao futebol feminino —, temos o Mundial de Clubes, que teve impacto de quase €2 M em FSEs, e temos mais jogos na Champions. Os jogos fora são caros, os jogos em casa também. O Benfica tem 2 mil pessoas a trabalhar em dia de jogo. Muitos , porém, são pagamentos internos, à Benfica Estádio.

— Qual é a receita da presença no Mundial de Clubes?

— Está escrito no relatório, €17 milhões. Há diferença do euro para o dólar, há retenções na fonte de impostos nos Estados Unidos. A própria FIFA imputa-nos custos diretamente, não nos paga o valor líquido que deu como prémio bruto. Quando recebemos já vem descontado aquilo que a FIFA considera custos da FIFA. Depois ainda temos os nossos custos, tivemos de pagar um pouco mais aos jogadores.

— Estar ou não nos oitavos de final da UEFA Champions League condiciona o próximo exercício?

— Planeamos com o play-off. E a nossa perspetiva é não ter pressão para vender em janeiro.

— O Naming do estádio avança?

— Está como estava há 6 meses, estamos a discutir com empresas internacionais. Há a questão do Benfica District, que revaloriza.

— O Benfica termina contrato com a Adidas no final de 2025/26, como estão as negociações?

— A lógica será melhorar, o clube há 10 anos vendia 120 mil camisolas, agora vende 390 mil. Estamos à espera de melhoria muito significativa de contrato. Vou usar a expressão muito significativa.

— Luís Filipe Vieira, candidato à presidência do Benfica, mostrou preocupação em relação à situação financeira. Resultado é resposta?

— Não é resposta, esta Administração é imune às eleições. Os resultados são estes e são sólidos.

— Ponto da negociação dos direitos televisivos 2026/27 e 2027/28?

— Temos negociado em várias frentes. Tivemos, e temos, diferentes propostas, melhores do que a atual. Em particular, uma mais inovadora. E decidimos que deve ser a próxima administração a tomar a decisão. Solução? Temos. É melhor do que o anterior? É. Deve ser a primeira decisão que a futura administração deve tomar.

— As contas do Benfica estão a salvo da UEFA? Do popularmente designado fair-play financeiro?

— Acabámos de ser licenciados. Cumprimos os quatro critérios principais do fair-play, o essencial é ter capital próprio positivo e temos muito capital próprio positivo. A sustentabilidade do negócio está garantida. Até cumprimos bastante confortavelmente, estamos numa posição muito confortável.

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— Há um plano para comprar ações no mercado e obrigações?

— Cumprimos critérios de solidez financeira necessários para um plano de compra de ações próprias. Vemos no horizonte períodos com excesso de liquidez que nos permitem ser ativos. Achamos que a cotação atual das ações não reflete o real valor do clube, pelo que, como forma também de remunerar os acionistas, estamos dispostos a fazer operações de mercado, a comprar ações próprias no limite do que a lei permite: programa de 18 meses e até 10% do capital próprio da instituição. Não está nos planos deixar de ser cotado em Bolsa.

— E o seu balanço pessoal?

— Entrei há um ano e sabia que o meu mandato acabaria passado um ano. Sabia o que queria fazer no primeiro ano, validei com o Conselho de Administração e executei. Somos executores.

— Está disponível para continuar, independentemente de quem vença as eleições?

— Não se coloca, mandato acaba. Tem de haver convite para continuar. As coisas têm de fazer sentido para ambas as partes. Se é um projeto que gosto, é. Se estou motivado, estou. Quando pensei no Benfica, pensei em cinco anos, acho que dá três quartos da resposta.

Fonte: ABola

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