"O
Benfica tal como hoje o conhecemos pode acabar"
O Presidente das águias concorre ao
quarto mandato. Diz que Rui Rangel, adversário nas eleições, lidera uma lista
de “interesses pouco transparentes”
Correio Sport - Em nove anos na
presidência do Benfica, ganhou apenas dois campeonatos. O FC Porto foi sempre
melhor?
- Não,
simplesmente foi o clube mais ajudado. Se quiser, houve uma conjugação de dois
factores: por um lado, um Benfica ferido em estado terminal e desacreditado
nacional e internacionalmente, financeiramente de rastos e sem
infra-estruturas, e, do outro lado, um sistema dominado e comandado por quem
todos sabemos e que ficou à vista de todos no processo ‘Apito Dourado’.
Que papel tiveram as arbitragens nas vitórias do FC Porto e nas
derrotas do Benfica?
- A resposta
a essa pergunta está em várias gravações de conversas entre árbitros e
dirigentes que a nossa justiça preferiu ignorar. Também por isso, pela
impunidade que algumas pessoas parecem gozar, é que o nosso país chegou onde
chegou!
- Quais os árbitros que não gostaria de ver nos jogos do Benfica?
- Apenas
aqueles que se sintam condicionados. Errar todos erram, mas errar sempre em
prejuízo do Benfica é que nos faz pensar que afinal de contas o dito ‘sistema’
do futebol nacional ainda não acabou. Não sou dos que acham que todos erram de
propósito, mas registo que alguns erram efectivamente mais do que outros e
sempre contra nós e isso deve ser objecto de reflexão.
- Que tipo de relações vai privilegiar com FC Porto e Sporting?
- A única
relação que verdadeiramente me preocupa e vou continuar a privilegiar é a
relação com os nossos sócios e adeptos.
- A uma semana das eleições (26 de Outubro), que mensagem deixa ao
sócios?
- Que votem.
O Benfica tal como hoje o conhecemos pode acabar. Não há qualquer projecto
alternativo do outro lado, mas sim um conjunto de interesses pouco
transparentes. Está muita coisa em causa e o voto dos benfiquistas é
fundamental.
"SE RUI RANGEL GANHAR VAI
VIVER DE QUÊ"
- Qual o seu projecto para os
próximos quatro anos, se vencer as eleições?
- Basicamente, consolidar tudo o que até aqui temos feito. Temos
das melhores infra-estruturas a nível mundial, uma estrutura profissional
altamente competente que tem sabido incorporar inovação em tudo o que fazemos,
um canal de televisão, um museu que vai deixar os portugueses, e não apenas os
benfiquistas, orgulhosos do trabalho realizado. Temos de consolidar tudo o que
fizemos nestes anos e reforçar a aposta no sucesso desportivo, nomeadamente a
nível da equipa de futebol profissional.
- Apenas trabalho e total dedicação. Quem prometer mais do que
isto estará a ser demagógico.
- Jorge Jesus tem contrato até
Junho de 2013. Vai renovar?
- O nosso treinador trouxe estabilidade, com ele ganhámos um
campeonato, fizemos sempre boas campanhas a nível das competições europeias,
ganhamos outros títulos a nível nacional, passámos a praticar um futebol que o
Benfica já não conhecia há muito tempo, valorizando muitos jogadores. Mas ainda
é cedo para dizer o que vai acontecer no final da época.
- Por que motivo incluiu José
Eduardo Moniz na sua lista?
- Porque mesmo quando estivemos em lados opostos sempre disse que
José Eduardo Moniz era uma pessoa válida. Quando há três anos disse que teria a
minha porta aberta para quem quisesse contribuir e apresentar propostas não
estava a ser demagógico. José Eduardo Moniz apresentou ideias, discutiu comigo
durante meses alguns dossiês, portanto, foi com agrado que vi a sua
disponibilidade para poder vir ajudar-nos. Vai ser uma mais-valia para o futuro
do Benfica.
- Em Abril de 2003 disse que
Moniz era um "mau exemplo" por não pagar quotas há 31 anos…
- As razões de uma suposta candidatura do José Eduardo Moniz, naquela
altura, não eram claras e algumas das pessoas que supostamente o rodeavam não
eram sérias. Aliás, tive oportunidade de saber posteriormente que houve algumas
pessoas que enganaram Moniz naquele período, que quiseram aparecer ao pé dele
apenas para se credibilizar e dar a ideia de uma proximidade que de facto não
havia. Esses continuam aí, agora com outras pessoas, mas com os mesmo
interesses. É verdade que, em relação à frase que refere, reagi de forma
emotiva, nada mais do que isso.
- Em Junho de 2009, Moniz não
avançou, mas frisou que "seria fácil" ganhar--lhe as eleições, devido
às sondagens que tinha...
- É um período da história que não vale a pena desenterrar. Sei
que não seria fácil ganhar-me e ele também sabe disso (risos), mas o importante
é o presente e tudo aquilo que vamos poder construir no futuro.
- José Eduardo Moniz vai ser
remunerado?
- Há muita gente que ainda não descobriu que ser presidente do
Benfica não é uma profissão, nem um cargo remunerado. Ser membro da direcção do
Benfica deve ser honra suficiente para quem merecer a confiança dos
benfiquistas. Enquanto for presidente do Benfica, esta é uma regra que se vai
manter – os órgãos sociais do Benfica não serão remunerados.
Já agora, gostava
de perguntar ao juiz Rui Rangel, se ele eventualmente viesse a ser presidente
do Benfica e uma vez que não poderia continuar a exercer a sua profissão, vai
viver de quê? Isso sim é algo de que os benfiquistas devem ser informados.
- José Eduardo Moniz pode ser o
seu sucessor?
- Primeiro vamos falar de 26 de Outubro. 2016 ainda vem longe,
creio que são dois perfis válidos mas diferentes, mas estou seguro de que
haverá mais pessoas com capacidade e qualidade para servirem o Benfica.
- É verdade que Rui Rangel só
avançou depois de saber que não iria na sua lista?
- Não sou eu que devo responder. Ele decidiu avançar e é candidato
à presidência do Benfica, é o que interessa. Não vou entrar por um tipo de
campanha negativa que espero poder evitar.
- Rui Rangel já confirmou que
teve uma reunião consigo. De que falaram?
-De tudo menos daquilo que alguém entendeu divulgar, mas a verdade
é como o azeite, vem sempre ao de cima, mais cedo ou mais tarde. E já agora não
foi uma reunião, mas sim um encontro.
- Se Rui Rangel vencer as
eleições, que futuro prevê para o Benfica?
- Garantidamente mais difícil e muito mais conturbado. Não conheço
nenhuma instituição anterior em que ele tenha tido responsabilidades de gestão,
a não ser a Associação Sindical de Juízes, o que aos 63 anos é manifestamente
pouco. Mas já não posso dizer o mesmo de algumas das pessoas que o rodeiam e,
seguramente, que as instituições financeiras que hoje trabalham de forma
regular connosco. Vão olhar para isso.
- Acha que a Banca não irá
trabalhar com Rui Rangel?
- Acho que tiveram oportunidade de perguntar, de verificar onde
estamos e qual é o rumo que temos definido para o futuro. Se não falaram com as
instituições financeiras, se não lhes apresentaram as suas ideias, é porque
efectivamente não acreditam ter condições de poder assumir os destinos do
clube. Formar uma lista com interesses tão variados e tão diferentes como
aqueles que as pessoas que integram a lista do juiz Rui Rangel protagonizam não
é seguramente um bom cartão-de-visita para nenhum banco. Um projecto
estruturado não se apresenta a 10 dias do acto eleitoral.
- Equaciona colaborar com Rui
Rangel se perder as eleições?
- É um cenário que não equaciono. Lidero o meu projecto, não
colaboro em projectos em que não acredito, e muito menos com pessoas que já
provaram não ter capacidade de gestão.
- Falou recentemente de um
regresso ao passado. Acha verdadeiramente que esse risco existe no Benfica?
- Claramente, no próximo dia 26 está em causa o futuro do Benfica,
que ninguém pense que a eleição está ganha. Tudo o que construímos ao longo de
11 anos pode ficar comprometido dia 26. Vale e Azevedo também era doutor e bem
falante e fez o que fez. Eu só tenho a 4ª classe, mas orgulho-me da obra feita.
- Como reage quando ouve Rui
Rangel dizer que nunca foi sócio do Sporting e do FC Porto?
- Com a indiferença de quem sabe que é um argumento gasto, baixo,
e não é propriamente uma declaração de quem se diz querer um debate sério e
elevado. Mais, ao contrário dele tenho uma excelente equipa de profissionais,
que são tão ou mais benfiquistas do que muitos dos que o rodeiam. E é bom
quando ele fala com tanto entusiasmo de "devolver o Benfica aos
benfiquistas" que olhe à sua volta e perceba quem é que o rodeia.
- Está disponível para fazer
uma auditoria às contas do Benfica, como é proposta do candidato Rui Rangel?
- O Benfica tem duas auditorias por ano feitas por uma das quatro
maiores empresas mundiais da área, a KPMG. Aliás, quando fui desafiado a
assumir a presidência do Benfica essa foi uma das minhas únicas exigências, uma
auditoria completa. E ela foi feita. A partir daí, somos auditados duas vezes
por ano.
"80 milhões do passivo são
do mandato de Vale"
- As contas consolidadas da SAD
revelam um passivo de 426,1 milhões de euros. Contudo, estes números não
incluem os valores do passivo de outras empresas do grupo Benfica, como, por
exemplo, o clube e a Benfica SGPS. Qual é o passivo total do grupo Benfica?
- O passivo exigível consolidado é inferior a 370 milhões de
euros, e deste 237 milhões correspondem ao passivo financeiro. Por muito que
alguns pensem o contrário, uma mentira muitas vezes repetida não deixa de ser
uma mentira.
- Rui Rangel falou em 500
milhões...
- Continuem a falar de 500 milhões do desnorte e da pouca
credibilidade que têm e depois não se admirem de não serem levados a sério na
Banca. Já agora, para que fique registado, mais de 80 milhões desse passivo são
fruto da irresponsabilidade de um senhor chamado Vale e Azevedo e que a
direcção de Manuel Vilarinho e as minhas tiveram de assumir. Gostaria de
reforçar que aquilo que é relevante é o passivo exigível, ou seja, a nossa
dívida a fornecedores, bancos, etc. E nesse caso, só para citar o exemplo do
clube, e deixando de lado as dívidas entre empresas do grupo Benfica, esse
valor é de cerca de 12 milhões de euros, menos de metade das receitas que o
clube gera. O nosso passivo não é um problema.
- As vendas de Witsel e Javi
García asseguram um resultado positivo nas contas da SAD para a actual época?
- Não, mas permitem-nos olhar com confiança para o que temos pela
frente. Se não houver sobressaltos na participação das competições europeias,
ou seja, se mantivermos a mesma competitividade que tivemos nos últimos três
anos em que estivemos sempre entre os quartos-de-final e as meias-finais, posso
assegurar que a SAD terá resultados positivos e muito interessantes.
- Witsel foi vendido por 40
milhões ao Zenit. Qual é a mais-valia da transferência para a SAD?
- Existe um pedido de esclarecimentos em curso por parte da CMVM
e, portanto, apenas posso repetir a informação que já foi tornada pública. O Benfica
recebe pela venda de Witsel 40 milhões de euros e os custos relacionados com o
mecanismo de solidariedade são da responsabilidade do Zenit.
- Quando será possível à SAD
ter lucro sem necessitar de vender jogadores?
- No último exercício, a SAD do Benfica apresentou um prejuízo de
cerca de 11,7 milhões de euros. Caso tivéssemos aceite a proposta do sr.
Joaquim Oliveira, já estaríamos com lucros significativos. Mas, como é sabido,
entendi que esse não era o caminho que o Benfica deveria seguir.
- A Benfica SAD registou custos
de pessoal de 37,7 milhões nos primeiros nove meses da época passada, o que
significa perto de 50 milhões no total da temporada. Tendo em conta que a
grande parte dos seus atletas ganha mais do que 80 mil euros anuais, o novo
tecto máximo de IRS imposto pelo Orçamento de Estado para 2013, qual será o
impacto nas contas do Benfica da subida dos escalões?
- Nenhum impacto. Já no passado houve mexidas nos escalões de IRS
e o Benfica não procedeu a qualquer ajuste salarial dos seus atletas e
funcionários.
- O clube vai suportar o
aumento de IRS ou os jogadores vão ter um corte substancial no seu ordenado
líquido?
- O clube e a SAD não se substituem aos seus profissionais no
cumprimento das suas obrigações fiscais. O Benfica não vive isolado da
sociedade. A actual crise tem implicações para todos e os jogadores não são
excepção.
- Como está o processo dos
direitos televisivos?
- Continuamos a desenvolver os trabalhos necessários para que em
Julho de 2013 esteja encontrada e implementada a solução mais adequada e que
vai de encontro aos interesses do Benfica e dos benfiquistas.
- O contrato com a Olivedesportos
termina no final desta temporada. O Benfica está disponível para voltar a
negociar com Joaquim Oliveira?
- O Benfica recebeu uma proposta do sr. Joaquim Oliveira há mais
de seis meses. Como sabe, essa proposta foi recusada e posso garantir que desde
então não houve novos contactos entre a SAD e a Olivedesportos. Neste momento,
não é crível que o Benfica e o sr. Joaquim Oliveira possam chegar a um acordo.
- A Olivedesportos ofereceu
22,2 milhões por ano (111 milhões num contrato de 5 anos), o triplo dos cerca
de 7,5 milhões que o Benfica actualmente recebe. Espera obter mais dinheiro,
sobretudo em época de crise?
- Como é sabido, a decisão sobre os direitos televisivos não é
apenas uma decisão económica. É também uma decisão política, como aliás ficou
evidente nas últimas assembleias gerais do clube. Ainda assim, não tenho
dúvidas de que será possível obter um valor mais próximo das nossas ambições,
mesmo numa fase tão difícil da vida dos portugueses.
- Junto de outro parceiro?
- Ou com a exploração própria
dos jogos?
Como disse, todos os cenários foram estudados.
- O que falhou na negociação
dos direitos televisivos dos jogos do Benfica com Pais do Amaral?
- Falhou o facto do eng. Pais do Amaral não ter entendido a
dimensão do Benfica. Mas são águas passadas e não me quero alongar sobre esse
processo.
- Caso o Benfica opte pela
exploração dos seus próprios jogos, como será feito? No sistema pay-per-view ou
podem fechar o canal apenas a assinantes? Porque valor?
- A pergunta é interessante porque me permite, desde já,
desmistificar uma ideia peregrina que por aí circula nesta última semana: o
sistema de pay-per--view não funciona em qualquer parte do Mundo, pelo menos
num modelo que se pretenda capaz de maximizar as receitas de direitos
televisivos. Só pode ter sido anunciado por quem se preocupou com o assunto
pela primeira vez esta semana. Quanto ao resto, insisto que tudo está estudado,
mas ainda não é altura indicada para revelar os resultados obtidos.
- Como se sente quando vê actuar a
Selecção sem jogadores do Benfica?
- Com a certeza de que vamos inverter essa situação. Estivemos
anos em que tudo foi canalizado na recuperação do clube e a nossa situação não
é inédita a nível de grandes clubes europeus. Conseguimos recuperar a nossa
competitividade, é certo que muito à custa do mercado sul-americano. Agora, de
forma realista e gradual, vamos ter de voltar a formar e a incorporar jogadores
portugueses no plantel.
- O que está a fazer para
inverter essa situação?
- Os nossos escalões de formação têm jovens de enorme talento, só
no ano passado houve 42 atletas do Benfica a serem convocados para as selecções
nacionais jovens. Algo inédito, nunca antes nenhum outro clube tinha contribuído
com tantos jogadores, sinal de que o trabalho que estamos a realizar está a dar
frutos.
- Quantos atletas tem o Benfica
na formação e quantos são estrangeiros?
- Temos 309, apenas quatro são estrangeiros. Depois há ainda a
equipa B, onde vários jogadores portugueses se estão a destacar e a ganhar
competitividade. Mas há uma coisa que muitas vezes os nossos sócios e adeptos
não têm, que é paciência. Não podemos lançar um jogador português na equipa
principal e esperar que ele faça tudo bem à primeira, que não falhe.
- Se vencer as eleições, o
Benfica vai continuar a apostar no mercado sul-americano? Porquê?
- Com as limitações económicas que estamos a viver e vamos
continuar a viver nos próximos anos, vamos apostar onde houver bons jogadores a
preços acessíveis. Se for em Portugal, será em Portugal.
- E em relação a Angola,
Moçambique e outros países de expressão portuguesa? O que está a ser feito?
- Estamos a chegar a esses países pela formação. Em Cabo Verde
tive a oportunidade de inaugurar uma escola do Benfica há menos de um mês. Em
Angola e Moçambique estão em estudo projectos semelhantes, queremos ter uma
ligação mais efectiva a países que evidentemente nos dizem muito e este é o
caminho que escolhemos.
- O Brasil vai ser um mercado
prioritário, tanto na contratação de jogadores como em relação a outros
negócios (se sim, quais)?
- A economia brasileira está bem mais forte do que a nossa,
portanto hoje em dia é mais difícil contratar no Brasil, não apenas pelo valor
que os clubes pedem, mas igualmente pela massa salarial que os jogadores querem
ganhar. Aliás, temos vindo a assistir, pela primeira vez em muitos anos, ao
regresso de jogadores brasileiros que actuavam na Europa e isso tem a ver com a
capacidade financeira que os clubes brasileiros têm nesta altura.
MERCADO DOS EMIRADOS É ESTRATÉGICO PARA O BENFICA"
- A entrada da PT – parceira do Benfica no lançamento do
seu canal e patrocinadora do estádio e das camisolas – na Sport TV pode alterar
a relação do Benfica com estas empresas?
- Já tive oportunidade de debater esse hipotético negócio
com quase todos os hipotéticos intervenientes no mesmo. Se quer que lhe dê a
minha opinião, não acredito que o mesmo passe de outra coisa que não seja uma
notícia de jornal. E não quero nem pensar que essa notícia possa ter sido
colocada por alguém com interesse em proteger-se das decisões do Benfica nesta
matéria. Ainda que as partes quisessem trilhar por esse caminho, duvido que a
Autoridade da Concorrência tolerasse essa situação. Estamos muito satisfeitos
com a parceira com a PT e sei que o inverso também é verdade.
- Já se falou com eventuais investidores sobre a venda do
‘naming’ do Estádio da Luz, como o Benfica fez, por exemplo, com o Centro de
Estágios do Seixal? Já recebeu alguma proposta? Está disponível para vender o
nome do Estádio?
– Estou disponível para em cada momento estudar qualquer
negócio que permita ao Benfica aumentar as suas receitas. E o ‘naming’ é um
desses projectos. Caso a proposta seja interessante, como foram o ‘naming’ das
bancadas, do Caixa Futebol Campus, ou dos pavilhões, não hesitarei em apoiá-lo.
- Domingos Soares Oliveira já disse que a venda do
‘naming’ do estádio terá de ser feita por um valor superior ao do patrocínio
das camisolas, mais de cinco milhões de euros...
- Não quero entrar em detalhes, mas entendemos que um
contrato de ‘naming’ do estádio deverá ser feito por valores significativos. E
não digo mais.
- A empresa Emirates é uma das candidatas para dar o
‘naming’ da Luz?
- O que ganhou o Benfica com a deslocação a Abu Dhabi há
poucos dias?
– Além do jogo amigável com o Baniyas, que vencemos por 4-0,
ganhámos prestígio internacional, posicionamento de marca, proximidade com os
adeptos naquela região e um conjunto de contactos de enorme valor. Acredito que
em breve poderemos anunciar um reforço das nossas parceiras internacionais, e o
mercado dos Emirados é naturalmente estratégico para o Benfica e para qualquer
clube que tenha as nossas ambições.
- Qual foi o seu melhor acto de gestão?
- A recuperação da credibilidade do clube, mas também o
facto de termos conseguido trazer de volta a auto-estima dos benfiquistas é
algo de que me orgulho. Parece que tudo foi fácil, mas deu muito trabalho.
Houve um primeiro momento em que tivemos de travar a destruição que ameaçava a
existência do próprio clube para, depois, iniciarmos o processo de recuperação.
- Há sempre coisas que gostaríamos de ter feito de forma
diferente. Já o disse em várias ocasiões, a saída de Fernando Santos foi
precipitada. Às vezes, não podemos ceder e agir por impulso.
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Ontem no Algarve:
"" VAMOS BAIXAR AS QUOTAS E OS BILHETES ATÉ
JANEIRO"
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, durante um jantar, com as 12 casas
do clube encarnado no Algarve, revelou que pretende uma redução nas cotas e
bilhetes para garantir a lotação máxima no Estádio da Luz em todos os jogos.
«Vamos baixar as quotas e os bilhetes até Janeiro. Esta medida já estava a ser
pensada e não é demagogia. Quero um estádio sempre cheio e não meia casa»
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O que pensam os Benfiquistas da entrevista e da declaração feita no Algarve por Luís Filipe Vieira?
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