sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Momentos Históricos II

Palmeiro,o 1º da direita em baixo,com as faixas de Campeão de 54/55


Dando seguimento à rubrica dedicada à nossa Gloriosa história, o momento que escolhi para esta semana está relacionado com o 1º golo que o Benfica marcou nas competições europeias e que teve a assinatura de Francisco Palmeiro. Um emérito Alentejano!

Apesar de não ter sido uma eliminatória particularmente feliz, 1-3 e 0-0, com o Sevilha, fica para sempre na história do nosso clube, por ter sido a nossa primeira participação na Taça dos Clubes Campeões Europeus.

Claro que o melhor viria depois, com a gloriosa equipa dos anos 60. :)

Em 55/56 e 56/57, Sporting e F. C. Porto haviam sido afastados, logo de princípio, respectivamente pelo Partizan e pelo Atlético de Bilbau.

Na Taça Latina, o Benfica tinha conseguido uma vitória histórica, talvez que a sua estreia na Taça dos Campeões tivesse o mesmo êxito. Não teve.

A primeira jornada disputou-se, em 19 de Setembro de 1957, no Estádio Nervion, em Sevilha. Os sevilhanos venceram por 3-1. Ninguém mais acreditou na hipótese de o Benfica passar, provavelmente nem Otto Glória, cujas declarações resumidas nesta frase, «vou remodelar já a minha equipa», não ajudaram mesmo nada.


Otto Glória, o treinador com mais campeonatos ganhos no Benfica


O Benfica alinhou assim: Bastos; Calado e Ângelo; Pegado, Serra e Alfredo; Palmeiro, Coluna, Águas, Caiado e Cavém.





Uma semana depois (dia 26), no Estádio da Luz, 0-0, resultado que serviu o Sevilha. Pelo Benfica jogaram: Bastos; Calado e Ângelo; Pegado, Serra e Alfredo; Palmeiro, Coluna, Águas, Zezinho e Cavém.


Breve resumo da carreira do Francisco Palmeiro:

Francisco Palmeiro (16/10/1932) - Veloz e ardiloso

Representou o Benfica durante 7 temporadas, entre 53/54 e 60/61, efectuando 178 jogos (117 a extremo direito) e marcando 49 golos (2 hat tricks). Estreou-se sob o comando técnico de Ribeiro dos Reis e José Simões, a 25/12/53, no Estádio Nacional, num jogo frente ao Independiente, da Argentina (Torneio Quadrangular Luso-americano). De início, conquistou a titularidade a interior, direito e esquerdo. A partir da época de 54/55, já com Otto Glória como timoneiro, fixou-se na posição de extremo direito.

Era um jogador veloz. Uma pedra chave na estratégia táctica de Otto Glória, integrando com facilidade o célebre esquema da diagonal, quer como interior recuado, tabelando com os médios, quer como extremo, ardiloso e dinâmico a conduzir jogo pelo seu flanco e preciso a assistir o avançado-centro.

Não marcou muitos golos, mas assinou dois tentos históricos: foi o primeiro jogador benfiquista a marcar um golo no Estádio da Luz, no dia da sua inauguração (01/12/54), e foi o primeiro jogador do Clube a marcar um golo na Taça dos Campeões Europeus, em Sevilha, no antigo Estádio Nérvion, a 19/09/57. Somou 3 internacionalizações e ficou "famoso" por ter marcado, na sua estreia, os 3 golos com que Portugal venceu a Espanha (3-1), em 03/10/56, no Estádio Nacional. Palmeiro ajudou o Benfica a conquistar 3 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal.


Descrição do próprio em relação ao momento histórico de hoje:

«Recebi a bola do Coluna, passei por um defesa e rematei a curta distância, penso que foi o golo do empate. Fiquei para a história porque foi o primeiro golo e porque depois partimos para uma jornada de glória. Acabámos por perder por 1-3 e tentámos tudo no segundo jogo, mas acabou 0-0.

No segundo jogo fui capitão e foi um jogo muito complicado.

Eles tinham um central que era o Campanal, que também jogava na selecção espanhola, e varria a defesa toda. Era um jogador muito duro e o Otto Glória tinha mandado o Zezinho marcá-lo. Envolveram-se os dois numa grande confusão, com agressões de parte a parte. Ao intervalo fui ter com o árbitro e, como não falava francês, levei um dos directores de jogo comigo e fizemos pressão para que o árbitro expulsasse os dois, porque estavam a estragar o espectáculo.

O Zezinho não nos fazia falta e queríamos o Campanal fora do jogo, porque estávamos a pressionar muito, à procura de um golo. Ele disse que ia ficar atento, mas o Campanal continuou embrulhado com o Zezinho.

Foi a nossa primeira experiência na Taça dos Campeões, mas já tínhamos disputado duas finais da Taça Latina, uma em Madrid, com o Real, e outra em Milão, com o Reims. Ainda estive no grupo de 1961/62, mas depois tive um problema com o Guttmann e pedi para sair, já não estive na segunda vitória.»



Carreira:

Decorria a época de 1948 / 49 quando se estreou oficialmente com a camisola da equipa da sua terra natal, o Atlético de Arronches, no escalão dos juvenis. Nas duas temporadas seguintes, já júnior, passou a representar o Elvas e na passagem a sénior uma nova aventura com as cores do Portalegrense, então a competir na 2ª divisão do futebol português.

Ingressou no Benfica no início da época de 1953 / 54. Extremo direito / esquerdo, poder-se-à dizer com toda a justiça que, Palmeiro, foi um jogador de registos extraordinariamente importantes, tanto no Benfica como na selecção nacional.

Marcou o primeiro golo do Benfica na inauguração do antigo Estádio da Luz em 01 / 12 / 1954, ( derrota com o Porto por 1-3 ) embora o primeiro, em absoluto, tenha sido apontado pelo defesa benfiquista Jacinto na própria baliza.

Esteve presente na edição da Taça Latina de 1957 e que decorreu em Madrid. Na final, disputada em Chamartin, o Benfica foi derrotado pelo então campeão europeu, o Real Madrid, por 1 - 0.

Na sua primeira internacionalização, Portugal venceu a Espanha por 3 - 1 e Palmeiro coroou a sua brilhante exibição com a autoria dos três golos nacionais, alinhando a extremo esquerdo. Por esse facto, passou a ser também conhecido por "O Herói do 24º Portugal - Espanha". Foi também internacional militar.

No início da época de 1959 / 60, devido a uma lesão e por não poder dar o seu contributo à equipa, Bela Guttmann colocou José Augusto (então avançado centro) no seu lugar. Como é usual dizer-se... o resto é história. Tinha nascido a célebre linha avançada (José Augusto, Santana, Águas, Coluna e Cavém) que iria vencer a primeira Taça dos Campeões Europeus para o Benfica.

Na sua última época ao serviço do Benfica, disputou apenas um jogo oficial, triunfo por 3-1 sobre o Setúbal e a contar para oitavos de final da Taça de Portugal.

Antes de "pendurar" as botas, ainda jogou duas épocas nos Distritais da Associação de Futebol de Setúbal, representando o G.D.P. da Costa da Caparica e o Monte da Caparica A.C.

48/49-Atlético Arronches----juv.
49/50-O Elvas---------------jun.
50/51-O Elvas---------------jun.
51/52-G.D.Portalegrense-----II
52/53-G.D.Portalegrense-----II
53/54-Benfica---------------I
54/55-Benfica---------------I
55/56-Benfica---------------I
56/57-Benfica---------------I
57/58-Benfica---------------I
58/59-Benfica---------------I
59/60-Benfica---------------I
60/61-Benfica---------------I
61/62-Atlético--------------I
62/63-Atlético--------------I
63/64-Almada A.C.-----------III
64/65-Almada A.C.-----------II
65/66-G.D.P.Costa Caparica--Dist.
66/67-Monte Caparica A.C.---Dist.







Francisco Palmeiro não foi apenas o futebolista do Atlético Clube de Arronches, do Desportivo Portalegrense e do Benfica. Francisco Palmeiro foi internacional A e ficará para sempre na história do futebol português por ter sido o marcador dos três golos que permitiram a primeira vitória portuguesa sobre a selecção espanhola.




PS1: Dados e recortes recolhidos da Gloriosaesfera, do jornal "O Benfica" e da revista "O Cavaleiro Andante".

PS2: Os meus agradecimentos ao meu companheiro Pirinho mais uma vez. Vale a pena ser do Benfica amigo! Sem dúvida!

PS3: Mais uma vez peço a vossa ajuda se detetarem alguma incorreção. Viva o Benfica PORRA!

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