Depois do jogo de ontem, podem-se tirar algumas conclusões que, na minha opinião, eram expectáveis há muito...
Estrutura
O desinvestimento na equipa de futebol (não obstante a contratação de 20 jogadores); a não substituição de 4 (quatro!!!) jogadores titulares; a arrogância e sobranceria que levou à perda de domínio dos andrades transferiu-se para a Luz, onde se convenceram que é a "estrutura" que ganha campeonatos. A época demonstrou exactamente o contrário: não só a estrutura não ganha, como a sobranceria e arrogância normalmente dão maus resultados...
Treinador
O professor, vencedor do tri e do tetra, fruto de um alinhamento invulgar dos planetas, foi vivendo das individualidades que abundavam na Luz e que iam resolvendo os jogos ao mesmo tempo que os adversários iam dando tiros (de bazuca) nos pés.
Ora, a sangria dessas individualidades nas últimas duas épocas, depauperou irremediavelmente o plantel e deixou nos pés de Jonas a solução para todos os problemas.
A baliza foi sempre um problema. A defesa nunca deu grandes garantias, nem estabilidade. O meio-campo, não obstante o monstro Fejsa e os aparecimentos, quase por acaso, de Krovinovic (que nem inscrito foi na Liga dos Campeões) e de Zivkovic (que esteve com guia de marcha e alternou entre o banco e a bancada na primeira parte da época), foram disfarçando o inevitável...
Na frente de ataque faltou sempre Mitroglou. O tal grego que impunha respeito aos adversários e que tinha um dom para marcar aos grandes, que foi despachado para Marselha a troco de uns trocos e que segundo Vieira na última Assembleia Geral ia passar muito tempo na bancada... Sobrou Jonas, que não é em pode ser omnipresente e apareceu o bombeiro do costume, Raúl, curto para as necessidades...
Os jogos fora foram sempre um suplício, sempre sem agressividade, sem chama, com um futebol (e resultados) sofríveis.
Ontem, mais do mesmo. É uma verdade de La Palice e ontem voltou a acontecer: quem joga para o empate, fica sempre mais perto de perder.
Em 3 anos, 6 jogos com os andrades, zero vitórias. Com os lagartos, duas vitórias em 7 jogos. É isto e não dá para mais...
O professor personifica na perfeição a voz do dono. Pode ser um treinador à medida de Vieira, mas nunca será um treinador à medida do Benfica.
Uma época desastrosa que não encaixa numa alegada hegemonia, que como se vê não passou de uma ilusão. A eliminação nas Taças e sobretudo a pior campanha de sempre na Liga dos Campeões, põem a nu outra verdade de La Palice: o pior cego é aquele que não quer ver...
Nomeações
A época fica também marcada pelas nomeações do pai do atleta do Sporting, Fontelas Gomes. Nomeações cirúrgicas para garantir que, se algo falhasse dentro das 4 linhas, haveria sempre um apito amigo a segurar os dragartos e a empurrar o Benfica para baixo. A esmagadora maioria dos árbitros nomeados para os nossos jogos são do Porto. Os dragartos tiveram sempre a mão amiga dentro de campo e fora de campo (VAR).
Arbitragem / Disciplina
A campanha dragarta para condicionar arbitragem (e disciplina) venceu em toda a linha. Na dúvida é contra o Benfica. Na dúvida é a favor dos dragartos.
Tal como ontem, o resto da época foi assim. Valeu a pena a visita dos super ladrões a Soares Dias no Centro de Treinos dos árbitros na Maia. E valeram a pena as ameaças (sim, dos mesmos super ladrões) que recebeu esta semana no Norte Shopping dizendo-lhe que se não se portasse bem o filho podia aparecer com as pernas partidas. Soares Dias ontem protegeu o filho, como seria normal.
Na disciplina o sumaríssimo a Samaris não fez escola. Brahimi, Mini Pereira, Felipe, Soares, Battaglia, Coentrão, Coates entre tantos e tantos outros passaram impunes.
Campanha dragarta
A campanha mais suja que o país já viu deu frutos. Demonstrou assim que a imundice compensa. Uma comunicação social nojenta, uma federação e um liga inertes e cúmplices, tribunais e ministério público tomados pela clubite (e seguramente pelo untar de mãos).
Esta época desportiva (e não apenas a futebolística) são a prova clara da célebre frase de Martin Luther King: "O que me assusta não são as acções e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas".
O resultado está à vista: Enquanto outros festejarão o campeonato (e as taças) nos estádios, em casa, nos cafés e nas ruas, nós "festejaremos" a redução de dívida, o pagamento integral do estádio ou a construção de uma universidade no Seixal. São opções...