segunda-feira, 7 de julho de 2008

E agora Srs da Uefa?

"O mundo é dos doidos" - não sei a quem devo creditar a autoria da expressão, mas parece-me uma óptima frase para sintetizar a forma como decorreu a última - e a que era tida como a mais importante - reunião do Conselho de Justiça (CJ) da FPF em 2007/08.
Por excesso de evidências, a bagunça criada entre juízes no seio do órgão máximo da Justiça desportiva nacional é um exemplo de péssimo serviço público e, simultaneamente, um factor de crescimento agudo da desconfiança do cidadão comum relativamente a quem está investido da missão de aplicar o Direito.
O Sporting, já foi prometido pelo seu presidente, vai pedir esclarecimentos, atitude em que deveria ser seguido por todos os emblemas não intervenientes no caso. Por muitas explicações que o líder do CJ dê agora para aclarar o facto detonador da cisão, isto é, a (real) motivação que o levou a decidir-se pela exclusão do juiz João Abreu da apreciação dos processos de recurso do Boavista e de Pinto da Costa (FC Porto), há argumentações que… tresandam a esturro. Gonçalves Pereira enveredou por manobras reservadas que, embora ele as entenda como lícitas, acabaram por ser imprudentes, pondo em xeque tanto o presidente do CJ - por muita boa-fé que tivesse -, como princípios elementares de transparência - mais ainda quando estava em causa um dossiê que exigia ser tratado sem margem para ambiguidades. Se funcionou, de facto, como força de bloqueio, isso será difícil de determinar, mas o Benfica, parte interessada na resolução do CJ pelos benefícios que poderá colher na UEFA em termos de acesso à Liga dos Campeões - sempre e desde que o FC Porto seja afastado -, não tem dúvidas: há matéria para mover um processo-crime a Gonçalves Pereira por obstrução à justiça.
Hoje - dia de sorteio dos campeonatos profissionais -, a Direcção da FPF deverá dar conta do polémico acórdão do CJ à Comissão Disciplinar da Liga. O documento, espera o Benfica, também deverá seguir para a UEFA - e, assim, a participação dos dragões na Champions entrará, advinha-se, em irreversível marcha-atrás.
IN/OJogo.
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Ainda se dúvidas houvesse.

Gonçalves Pereira, jogou sujo. Apercebendo-se de que os cinco vogais iriam votar na continuada suspensão de Pinto “O Flatulento”, numa posição de força, começando pelo afastamento do conselheiro João Abreu, de como quem diz – aqui quem manda sou eu – fechou uma reunião, quando o não deveria ter feito, visto estar sobre a mesa em discussão para deliberação uma decisão premente e importante para todos os clubes interessados que era a suspensão ou não do homem da “fruta” .

Tentou ganhar tempo, ou pior, tentou com o afastamento daquele conselheiro que, um dos vogais roesse a corda à verdade e em empate, valeria o seu voto de qualidade, e assim Pinto dos electrodomésticos e a Sad do Portoregional, estariam a salvo das trafulhices que ao longo dos anos têm praticado.

Sem duvida que a pressa e pseudo decisão, por sim demonstrada tresanda a esturro e a um mau serviço à magistratura portuguesa.
Ao moverem um processo disciplinar contra o presidente por não pactuarem com a nítida corrupção vislumbrada por detrás da aberração de não continuar a permitir a discussão de factos de interesse público, accionaram a cláusula de que na ausência ou impedimento daquele, tomaria a “presidência” o vogal a que se refere o Art.º4º.

Artigo 4.º
(Faltas e impedimentos)

=== Na falta ou impedimento do presidente, assume a presidência o vice-presidente e na ausência ou falta de ambos, o Vogal indicado pelos membros do Conselho presentes = ==
.
Como eram cinco, estava de pleno direito, formado o “quórum” que lhes permitia decidir em conformidade e em pleno direito.

Assim sendo, na minha opinião, tudo normal, tudo correcto.

E agora Srs da Uefa? E agora Sr Platini?
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O CJ preparava-se para absolver Pinto da Costa.

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