Antes de mais, quero deixar a todos os meus desejos de saúde e que estejam todos bem e preparados para uma nova etapa na batalha contra o Covid-19.
Posto isto, quero saudar todos os Gloriosos Companheiros porque hoje (ontem) passaram 58 anos desde que o Glorioso se sagrou Bi-Campeão Europeu. Um feito até hoje inigualável na nossa história, pois até ao dia de hoje nunca mais o Benfica conseguiu vencer uma taça Europeia apesar de já ter estado por várias vezes no jogo decisivo sempre sem sucesso.
Diz a história que o Bela nos rogou praga ou maldição da qual ainda não nos conseguimos livrar.
Com praga ou sem praga, o facto é que em quase todas as finais em que estivemos depois da de 62 nos faltou sempre aquele centímetro de competência ou aquele segundo de concentração para que pudéssemos sair vitoriosos dos confrontos. Acho que em todas as finais em que participámos (pelo menos aquelas que pude ver ao vivo) fomos quase sempre melhores que o adversário mas falhámos sempre nos detalhes. No momento da decisão houve pormenores, detalhes, factores divinos, ocultos, metafisicos ou carnais (leia-se arbitrais), que nos afectaram e estiveram sempre contra nós e se revelaram decisivos para o nosso insucesso.
Hoje (ontem) ao ler a entrevista demagógica que o nosso Rui Costa deu à Bolha fiquei deveras surpreendido por mais uma vez se falar em dominar o futebol europeu quando o plano que temos é muito mas muito diferente daquilo que transpiram as palavras dos nossos administradores da SAD.
Há algo que sempre esteve intrinsecamente ligado às nossas participações em finais europeias. Algo que hoje não existe e que muitos dos nossos dirigentes esquecem com uma facilidade incrível que a mim me espanta e faz levantar o sobrolho de interrogação sobre os motivos para tal.
Dia 2 de maio de 2020... Fomos bi-campeões há 58 anos... Mas foi também no dia 2 maio de 2013 (há 7 anos atrás portanto) que o Benfica defrontou no Estádio da Luz o Fenerbahçe, numa segunda mão épica das meias finais da Liga Europa, na qual o Glorioso conseguiu o regresso a uma final europeia, 23 anos depois da final de Viena.
Recordo que, na final de Viena, defrontámos mais uma vez o pujante, AC Milan, numa espécie de "vendetta" pela final disputada (e perdida) contra o mesmíssimo AC Milan em 63 que na altura contava com uns curiosos do pontapé na bola chamados Trapattoni, Maldini (o Cesare), Altafini, Riveri, Trebbi etc......
Para percebermos porque falo em algo que escapa aos nossos Gloriosos dirigentes, vamos fazer um exercício e discriminar aqui os onze titulares das equipas do Glorioso que disputaram os jogos que já mencionei. Pode ser? Ora vamos lá:
Benfica de 1962 (Bi-Campeão Europeu contra o Real Madrid)
GR 1 Costa Pereira
D 2 Mário João
D 3 Cavém
D 4 Ângelo Martins
D 5 Germano
M 6 Fernando Cruz
M 10 Mário Coluna
M 7 José Augusto
A 11 António Simões
A 8 Eusébio
A 9 José Águas (c)
Treinador:
Bela Guttmann
Benfica de 1963 (Final CE perdida para o AC Milan)
GR 1 Costa Pereira
D 2 Domiciano Cavém
D 3 Raúl Machado
D 4 Fernando Cruz
D 5 Humberto Fernandes
M 6 Mário Coluna (c)
M 7 José Augusto
M 8 Joaquim Santana
A 9 José Torres
A 10 Eusébio
A 11 António Simões
Treinador:
Fernando Riera
Benfica de 1990 (Final CE perdida para o AC Milan)
GR 1 Silvino (c)
D 2 José Carlos
D 3 Ricardo Gomes
D 4 Samuel
D 5 Aldair
M 6 Jonas Thern
M 7 Vítor Paneira
M 8 António Pacheco
M 9 Hernâni
M 10 Valdo
A 11 Mats Magnussen
Treinador:
Sven-Goran Eriksson
Benfica de 2013 (Passagem à Final LE contra o Fenerbahçe)
GR 1 Artur
D 14 Maxi Pereira
D 4 Luisão (c)
D 24 Garay
D 34 André Almeida
M 21 Matic
M 35 Enzo Perez
M 18 Salvio
M 20 Nico Gaitán
A 11 Lima
A 7 Óscar "Tacuara" Cardozo
Treinador:
Jorge Jesus
Perceberam quais são os factores que escapam aos nosso administradores da SAD e que sempre estiveram presentes quando conseguimos o acesso a uma final europeia? Não perceberam? Então vejam o onze inicial do último jogo que o Benfica fez antes de o Covid nos ter caído em cima...
Benfica de 2020 (24.ª jornada da Liga NOS, empate contra o Vitória de Setúbal no Bonfim)
GR 99 Vlachodimos
D 84 Tomás Tavares
D 6 Rubén Dias
D 5 Ferro
D 3 Grimaldo
M 22 Samaris (28 Weigl)
M 49 Taarabt
M 21 Pizzi
M 11 Cervi (20 Dyego Souza)
A 19 Chiquinho (27 Rafa)
A 95 Carlos Vinicius
Treinador:
Bruno Lage
Perceberam agora? Pois... Continuem a falar de grandeza europeia sem respeitar quem paga quotas de sócio, Red Pass, Benfica Play, quota das amadoras, assinatura do jornal Benfica, acções da SAD, Títulos Operação Coração, Tijolo no chão junto ao Deusébio, Camisola do clube todas as épocas, Cachecóis, Bandeiras, Roupa Benfica, Viagens para ver o Glorioso, etc, etc, etc, etc, etc, etc...
VIVA O BENFICA PORRA!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarGrande nunomaf
ResponderEliminarPerfeito e competente trabalho jornalístico. E, assim, escreve um benfiquista de eleição
Como podemos ser grandes na Europa quando nem em Portugal estamos a conseguir sê-lo?
Como é possível perder 7 portos que tínhamos de vantagem para o Porto?
Só eu sei o que me tem doido essa situação. Estar atrás daquele clube quando tínhamos 7 pontos de vantagem, fere-me como punhais.
Grande abraço
Escreve mais porque escreves como ninguém
Foi graças às vitórias europeias que me tornei benfiquista. E ao Eusébio, que era o meu grande ídolo. E ao meu professor da escola primária, que era benfiquista e me dava o jornal do Benfica depois de o ter lido... E que um dia até terminámos a escola meia hora mais cedo para assistir a um jogo do Benfica num café próximo da escola. Uma cena inesquecível, um professor com uns 20 alunos a ver futebol num café... e muito bem atendidos pelo proprietário, que disse (ainda me lembro) "Estas crianças são os meus clientes amanhã". E deu-nos guloseimas, creio que rebuçados e uma laranjada.
ResponderEliminarNão é impossível ganhar uma competição europeia, mas as hipóteses são diminutas. Seria preciso contratar pelo menos meia dúzia de jogadores, com um investimento de mais de 300 M€. E mesmo assim não seria garantido... Em qualquer caso, VIVA O BENFICA.
Um abraço, caro Ricardo.