Ricardo Araújo Pereira confirma à SÁBADO que de facto
recebeu em 2010 um email do director de marketing do Benfica, Miguel
Bento, onde este perguntava se podia passar o seu endereço electrónico a
uma terceira pessoa, "um amigo do Paulo Gonçalves" [assessor jurídico
do Benfica].
O objectivo era passar a Ricardo Araújo Pereira
(RAP) "umas ideias para arrumar com o Miguel Sousa Tavares" na crónica
que o humorista tinha na altura no jornal A Bola. Sousa Tavares, adepto do FC Porto, era também colunista no jornal.
Esta troca de emails foi revelada ontem pelo director de comunicação e informação do FC Porto, no Porto Canal,
Francisco J. Marques, acusando o humorista de ser um dos "cartilheiros"
do Benfica, ou seja, de receber informação previamente trabalhada e
formatada pelo clube (ou pessoas a ele ligadas) para usar em espaços de
opinião nos jornais e televisões.
Segundo Francisco J. Marques, as "ideias para arrumar com o Miguel Sousa
Tavares" terão sido escritas e enviadas por Ricardo Costa, antigo
presidente da Comissão Disciplinar da Liga. Marques diz que a crónica
seguinte de Araújo Pereira no jornal A Bola tinha um "cariz muito jurídico", sugerindo que a alegada cartilha surtira efeito.
É
neste ponto que RAP discorda de Francisco J. Marques. "É verdade o que
ele diz, mas é mentira o que insinua", disse-nos ao telefone. O
humorista reenviou à SÁBADO o email que na altura
recebeu (no dia 14 de Outubro de 2010) do tal "amigo de Paulo
Gonçalves", mas não autorizou a sua publicação, por se tratar de
correspondência privada.
Mas lendo os dois textos (o email de
dia 14 e a crónica de dia 16), não há de facto nenhuma ligação no seu
conteúdo. Quanto mais não seja porque o email do "amigo de Paulo
Gonçalves" era uma resposta a um artigo de Miguel Sousa Tavares de 28 de
Setembro e a crónica n'A Bola era uma resposta a um artigo de Miguel Sousa Tavares de 12 de Outubro.
RAP
diz que nunca mais recebeu nenhum email desta origem, e que na altura
"não fazia ideia" que o autor era - como alega Francisco J. Marques -
Ricardo Costa.
RAP enviou por email à SÁBADO a seguinte resposta às acusações de Francisco J. Marques:
Todos
os factos que o Francisco J. Marques relata são verdadeiros; todas as
insinuações que faz são deturpações fáceis de desmentir. Vejamos: de
facto, em 2010, o director de marketing do Benfica enviou-me um e-mail a
perguntar se podia dar o meu endereço electrónico a um amigo do
assessor jurídico do Benfica. De facto, eu respondi: "Claro, abraço."
De
facto, o amigo do assessor jurídico, que viria a enviar-me um mail a 14
de Outubro de 2010, queria transmitir-me ideias sobre incoerências do
Miguel Sousa Tavares (um tema em relação ao qual tenho uma conhecida
predilecção). Estes são os factos, e são verdadeiros.
As
insinuações, se bem as percebi, são: que eu faço parte do grupo dos
chamados "cartilheiros"; que eu conhecia a identidade do amigo do
assessor jurídico; que a crónica que eu escrevi n' A Bola após esta
troca de e-mails era baseada, influenciada ou estimulada pelas
"informações" dadas por esse amigo.
Primeiro, é público que eu
nunca recebi a chamada "cartilha", um documento semanal redigido por
alguém do Benfica com informações e opiniões dirigidas a comentadores e
jornalistas sobre o que deve ser a comunicação oficial do clube. O
Francisco J. Marques sabe muito bem disso porque a lista de
destinatários foi divulgada por ele - e eu não consto nela.
E
também é público que, precisamente por me afastar várias vezes das
orientações dessa cartilha, tenho suportado insinuações azedas (e
algumas até falsas) vindas de elementos próximos da direcção do meu
próprio clube. Agora, as insinuações vêm de elementos próximos da
direcção do Porto. Só me falta o Sporting para fazer bingo.
Segundo,
o amigo do assessor jurídico escreveu-me a partir do endereço "Regresso
ao Passado" e não se identificou. As incoerências que ele apontava ao
MST tinham a ver com tramitações legais da justiça desportiva, tema que
reputo de chato como o catano. Sou um grande apreciador das incoerências
de MST, sobre as quais escrevo com entusiasmo desde 2003. Admiro
sobretudo a sua capacidade de confundir ou inventar episódios
históricos, as opiniões baseadas em factos inexistentes e as bizarrias
ortográficas.
As imprecisões referidas pelo anónimo que me
contactou referiam-se a um texto de MST publicado a 28 de Setembro de
2010. A minha crónica debruça-se sobre o texto que MST publicou a 12 de
Outubro, no qual faz uma divertida confusão entre a constituição
americana e a declaração de independência.
Terceiro, a crónica
que eu escrevi n'A Bola também é pública e o "cariz muito jurídico" que o
Francisco J. Marques encontra nela fica, por isso, à consideração de
todos. Forneci à Sábado o tal e-mail anónimo que recebi, pelo que será
fácil confrontar as "informações" nele contidas com essa ou qualquer
outra crónica que eu alguma vez tenha escrito. Fica o desafio.
Recorde-se, a este propósito, que poucas semanas depois, em Novembro, RAP terminou a sua crónica no jornal A Bola
em solidariedade com José Diogo Quintela. Este outro elemento do grupo
Gato Fedorento, afecto ao Sporting, acusou o jornal de lhe ter cortado
sem aviso uma parte de uma crónica sua onde criticava Miguel Sousa
Tavares.
Fonte; S// Desporto
Foto: ocaisdamemoria.com
O RAP conseguiu responder ao financeiramente insolvente e mentalmente falido sem lhe dar umas valentes porradas humorísticas?
ResponderEliminarEstará a ficar demasiado comedido ou o defunto não vale a cera?
Próximo candidato?
O RAP é de bom tempo.
ResponderEliminarManda-o dar uma volta ao bilhar grande!
Esse Francisco J. Marques ainda vai aparecer um mails a dizer que ele é ...Isso mesmo que está a pensar. Uma figura que quando morrer nem os bichos o comem, por receio de ficarem envenenados.
ResponderEliminareis como se encerra o assunto , até parece que custa assim tanto, não percebo é como é que o clube não faz isto o tema tinha acabado num instante.
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