quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O problema da "falta de competitividade" chama-se... tetra!

Nos últimos dias, a pretexto dos resultados de Benfica, FCP e SCP, gastaram-se rios de tinta e horas de emissão nas TVs debitando teorias sobre uma alegada "falta de competitividade" do campeonato português.

Ninguém se lembrou que ainda na semana passada os três grandes ganharam por 1-0 e um deles até com um penalty inventado pelo árbitro e validado pelo VAR amigo.

Ninguém se lembrou que o sorteio do campeonato impede grandes confrontos nas primeiras jornadas e que este ano o colega de Universidade de Bruno de Carvalho, e por este colocado, directamente da África do Sul, na presidência da Liga, arranjou forma de proteger o calendário do Sporting, facilitando-lhe a vida até à oitava jornada (disputada já no mês de Outubro).

Ninguém se lembrou que nos últimos 6 anos o campeão nacional nunca foi encontrado antes da antepenúltima jornada, o que se verificou por 2 vezes, mais 2 vezes na penúltima jornada e as outras 2 vezes na última.

Mais, neste século só por 3 vezes houve campeão antes da antepenúltima jornada, em 2003, 2008 e 2011, sempre com mesmo vencedor.

Parece que os bons tempos da "competitividade" eram os saudosos anos 90 em que os andrades ganharam 7 campeonatos, alguns deles (os três primeiros com a vitória a 3 pontos) a 5 (96) e 4 jornadas do fim (96 e 97).

Parece também que esses críticos de agora esquecem que num país relativamente pequeno como Portugal o número de clubes na primeira liga (18) é o mesmo que num país com 8 vezes mais habitantes e com muito mais poder económico (Alemanha).

E esquecem-se assim de referir que o que motiva essa dimensão continua a ser a mentalidade provinciana que nos caracteriza enquanto povo. Os interesses pouco claros das associações, de algumas autarquias e até de alguns clubes, com o FC Porto à cabeça, que assim aproveita para satelizar com jogadores e treinadores outros clubes da primeira liga, tornando alguns jogos quase amigáveis (e não, não estou a falar das ofertas de golos por parte de jogadores adversarios na 1@ e na 3@ jornada).

Esses teóricos da "falta de competitividade" também se esquecem daquilo que é a bipolarização do campeonato espanhol (onde nos últimos 13 anos só o Atlético e por uma vez quebrou essa bipolarização), ou do hexa da Juventus em Itália, do penta do Bayern na Alemanha, do octa do Basileia na Suíça, ou até da realidade do campeonato francês em que surpreendentemente o Mónaco evitou o penta do PSG.

Provavelmente o campeonato que hoje se pode afirmar como verdadeiramente competitivo é o inglês que, por razões bem conhecidas, não é comparável a nenhum outro.

Podemos assim concluir que o que dói aos teóricos da alegada "falta de competitividade" é apenas e só o tetra e a assustadora possibilidade (para andrades e lagartos) do penta!

Duas notas finais:

1 - o mártir do momento chama-se Eliseu. A campanha dragarta continua assim apostada (com a cumplicidade de toda a comunicação social e conselho de arbitragem) em tentar ganhar por exclusão dos outros, sejam jogadores sejam clubes. 

Já para a agressão do Mini Pereira a um jogador do Moreirense não houve primeiras páginas, nem repetições de vários ângulos, nem queixinhas de clubes adversários. Somos mesmo muito grandes!

2 - quase um ano depois, os lagartos vingaram-se de Jorge Sousa. Mesmo depois do mundo inteiro assumir que não houve penaltys por assinalar no dérbi da Luz da época passada, a cassete verde mantém-se. E, à primeira oportunidade vingaram-se do árbitro, que assim fica a saber: a favor dos lagartos é para assinalar tudo, mesmo o que não é, senão fica de castigo. Essa é a lição, pois os palavrões nos campos de futebol vão existir enquanto houver bola, balizas e testosterona...

Já agora, ninguém acha estranho que ao fim de dezenas de jogos com vídeo árbitro, o primeiro áudio que é tornado público seja contra o árbitro do dérbi da época passada? Certamente é porque o Benfica manda nisto tudo!

8 comentários:

  1. Mais uma vez ... excelente post! Parabéns!

    ResponderEliminar
  2. Tema muito bem explanado com o qual concordo na íntegra. O Benfica não é grande. O Benfica é ENORME. O resto é palha que arde sem se ver.

    VIVA O BENFICA SEMPRE.

    ResponderEliminar
  3. Tá tudo dito e, muito bem dito.
    BENFICA SEMPRE

    ResponderEliminar
  4. Parabéns pelo texto!

    Saudações Benfiquistas.

    ResponderEliminar
  5. E assim que se escreve textos força Fernando Henrique força Benfica nao pares de mandar nisto tudo.

    ResponderEliminar
  6. Belissimo texto. Muitos parabéns.
    Viva o Benfica

    ResponderEliminar
  7. Manifesto a minha concordância com as ideias explanadas que se ajustam na perfeição ao 'sistema' actual e às suas várias cambiantes.
    A mentalidade lusitana como é sublinhado no texto tem destas coisas; Existe sempre inveja e vontade de deitar abaixo todos os que singram e estão na mó de cima como é o caso do Benfica.
    Posto isto vale tudo, desde o 'folclore' no 'caso Eliseu' passando pelas 'virgens ofendidas' do 'caso Jorge Sousa' em que é a '1ª vez que se ouve aquela linguagem no futebol...', com a curiosidade de apenas se ouvir as palavras do árbitro... Mas então a primeira grande questão a ser colocada não seria como e por quem foi colocado o microfone? Ou será que as palavras dos outros intervenientes nomeadamente do guarda-redes foram silenciadas tal como aconteceu no Túnel de Alvalade?
    Eliseu: aguardo com curiosidade a decisão de 3.ª feira do C.D., visto que outra decisão que não seja o arquivamento da queixa dos Calimeros será abrir um perigoso precedente que se transformará numa bola de neve com consequências imprevisíveis.
    Mas será que apenas eu está doido?

    ResponderEliminar

Todos os comentários menos respeitosos para com este blogue benfiquista e/ou para com outros comentadores, serão eliminados, sem prévio aviso. Obrigado.