O MUNDO BENFICA - BASQUETEBOL

"Quando o pavilhão era pequeno"

Há comentadores e adeptos que afirmam com letras garrafais que para qualquer direcção, falhar no futebol é falhar o mandato desportivo!

Para muitos a sentença anterior é uma verdade insofismável, mas a mim faz-me reflectir sobre o verdadeiro mundo Benfica e as diversas modalidades que o compõem. Para mim, o eclectismo do Benfica é um valor sagrado que não deve ser e nunca deverá ser sacrificado. E esta minha ideia provém dos longínquos anos 90, anos da minha adolescência e onde passei a amar o Benfica com todo o meu coração.

No fim dos anos 80 e inícios dos anos 90, era eu ainda um imberbe adolescente/criança que adorava desporto, e mal ligava ao sexo feminino. Para além do Benfica, e do gosto inato de jogar à bola, esta época representou uma mudança nos meus gostos sobre a minha modalidade preferida em Portugal. Pode parecer sacrilégio, mas nesta altura, o Basquetebol era a modalidade que todos debatiam na escola em que andava. Erámos capazes de jogar muito mais basquete, do que futebol nas horas de recreio. A predominância do futebol como a modalidade preferida no panorama desportivo, para mim, era colocada em causa.

Mas quais as razões para tal inversão de preferência naquela altura?

Para mim, tal deveu-se a dois factores: a magia da NBA, desconhecida e inatingível para a maior parte dos portugueses advindos de um meio rural, e a incrível e especial equipa de basquetebol do Benfica, que nos anos 90, sob a batuta do melhor jogador de basquetebol de todos os tempos – Carlos Lisboa – dominava o basquete nacional, perante uma Ovarense que era o nosso maior rival.

Mike Plowden, Jean Jacques, Henrique Vieira, Pedro Miguel e Carlos Lisboa eram os baluartes do melhor basquetebol praticado em Portugal, e com os meus companheiros de turma daqueles anos, era habitual a discussão sobre qual jogador português ou a jogar em Portugal teria capacidade para singrar e vingar na exigente e mediática liga da NBA. E os feitos do Basquete do Benfica enchiam pavilhões, fez a modalidade progredir em Portugal e faz-nos constatar, como referiu Mário Palma, que a equipa do Benfica dos anos 90 “ era uma equipa especial” e que tantas satisfações nos deu!

Exemplo da força e da magia que se criou no basquete, eram os embates para a liga dos campeões em que o Benfica participou, em embates contra equipas como Panathinaikos, Real Madrid e outros colossos do basquete europeu daqueles tempos. O pavilhão completamente cheio, as emoções a ferver, o benfiquismo que se respirava no apoio à equipa, eram motivos para se elogiar a modalidade e adorar a mesma! E qualquer adepto de outro clube rival invejava aquela nossa força e paixão pelo basquete, da mesma forma como amávamos o futebol!

Ora, é com satisfação que após aqueles anos dourados, agora, pela mão do líder e genial Carlos Lisboa, vejo o Basquete do Benfica erguer-se novamente! Os títulos sucedem-se a nível interno, conseguimos eliminar o rival do Norte da competição, e desejo que não se perca a ambição de continuar a dominar, sendo que o Lema deste ano deve ser: Vencer tudo! E com tal facto, se demonstre a força e a grandeza do SLB no desenvolvimento da modalidade, pois, o SLB é um dos clubes que deve e tem sempre que lutar pela evolução das modalidades que prossegue, sendo que com tal facto beneficia o desporto em Portugal.

Na verdade, desde 2008/2009, entre outros títulos, já fomos 4 vezes campeões nacionais, temos três supertaças, 2 taça Hugo Santos. Mas queremos mais, e queremos viver novos ciclos dourados!

E a acompanhar esse novo ciclo é meu desejo que os adeptos regressem aos pavilhões, enchendo-os de benfiquismo, paixão e fervor, para que esta equipa consiga apaixonar o panorama desportivo, colocando o basquetebol no seu lugar devido!

Viva ao Benfica!