Querem Guerra?
Vejo (ou leio, para ser mais exato) por aí muitos Companheiros(as) que parece quererem guerra, que exigem ao Presidente medidas agressivas em resposta aos ataques e omissões de todos os Nossos inimigos, sejam eles as hostes do ‘nandinho das faturas’ (com os seus exércitos na ‘justiça’ e na ‘disciplina’), as da Liga (com os seus ‘pseudo robin dos bosques’), as do ‘vitinho dos apintos’ e, especialmente, contra a infinita horda de junta letras, canetas de aluguer, pés de microfone e jornaleiros avençados que transformaram a suposta ‘Comunicação Social’ no mais feroz reprodutor e amplificador de todas as campanhas do anti Benfiquismo (incluindo a versão anti Benfiquista que tudo faz para branquear os podres do D. Cor(no)leone e do crac).
Leio, ouço e … não consigo deixar de sentir que, pelo menos a esmagadora maioria, nem fazem ideia do que dizem querer, nem, menos ainda, estariam minimamente preparados para o que exigem.
Faz uns anos que, depois de um post em que o Enorme No Worries entendeu apelar á violência física direta, deixei de contribuir para OANTITRIPA, pelo que nem as minhas convicções se alteraram, nem estes apelos guerreiros de alguns Companheiros(as) são novidade.
Faz quase dois anos que, depois de mais uma ‘olarapiada’ (em Guimarães, para ajuda de memória) e quando os Nossos Corpos Sociais fizeram o apelo mais agressivo da Nossa história recente, patenteámos, sem apelo nem agravo, que não cumprimos nem o mínimo que se exige a quem se diz pronto para ‘combates’, obrigando, com essa falta de unidade e disciplina, a que o Nosso ‘alto comando’ (um ‘comando’ esmagadoramente eleito) tivesse de aproveitar a primeira oportunidade para o necessário ‘recuo estratégico’.
A Praxe Militar.
Eu nasci numa unidade militar, vivi alguns anos num teatro de guerra (o norte de Angola, no início dos anos 60) e tornei-me adulto em constante contato com as realidades castrenses. Por isso, quando tive de ir o cumprir o meu SMO, já sabia perfeitamente que quando viesse a ser confrontado com uma situação absolutamente ridícula e ou humilhante, estaria a entrar numa situação de … Praxe.
A Praxe militar, ao contrário da académica que só se pode justificar, hoje, como glorificação das tradições, tem uma poderosíssima razão de ser, que assenta numa absoluta negação da Democracia.
Mesmo eu e apenas em ações de treino (um curso de sapadores), tive a minha vida nas mãos de Camaradas que nem sequer conhecia, tal como tive nas minhas mãos a minha própria vida e a de Camaradas que, se por acaso conhecesse, seria capaz de desprezar.
Um exército existe para evitar combates, ou, caso não os consiga evitar, para os vencer. Num exército, as ordens não se discutem: cumprem-se! Num exército, as cadeias de comando não se discutem: respeitam-se e sem hesitação! Numa situação de combate, a vida de cada combatente depende de vários fatores, mas seria inviável sem estes dois compromissos.
Quando, numa situação de formação militar, recebes uma ordem para, completamente nu e num chão de pedra inundado, tentar apanhar um sabonete com as nádegas … esforçares-te para cumprir, é a única forma de demonstrares que estás preparado!
A ‘praxe’ de Dusseldórfia.
Ontem, os Atletas, o Capitão, o Técnico (toda a Equipa, de facto) e o Glorioso foram como que confrontados com uma situação de ‘praxe’ e, sem nenhuma surpresa, demonstrámos que somos fortes em sentido critico, mas ridiculamente incapazes de combater a menor das refregas.
A Democracia que Nos une e caracteriza, até no chamado ‘fogo amigo’, ridiculariza todas as propostas ‘belicistas’ dos Companheiros mais voluntariosos e/ou apaixonados.
No cenário atual, o Benfica tem centenas de alvos ‘inimigos’, muitos dos quais são, de facto, inofensivos, outros tantos são meramente aparentes, alguns serão apenas transitórios e só um reduzido número estão próximos do centro do POLVO.
Se gastarmos energias e munição com os “espantalhos”, não só corremos o risco de dispersão de recursos, como vamos desgastar-nos com o próprio ‘fogo amigo’.
Pensem nisso, Companheiros. Pensem nisto sempre que vos apeteça sugerir que o Benfica reaja contra ‘tudo o que mexe’, especialmente na mérdia nacional (ou na internacional, nesta oportunidade).
Nesta época desportiva que agora se inicia, o Glorioso tem uma prioridade fundamental: conquistar mais do que os 40 títulos da época anterior.
Investir recursos numa orientação exterior, só se justificara com duas garantias: (1) que se trate de um ‘alvo importante’, um alvo cuja destruição afete, substancialmente, o POLVO e o Nosso futuro e, depois, (2) que temos reais possibilidades de o vencer.
Viva o Benfica!
P.S.: não sendo hipócrita, não posso deixar de avisar todos os Companheiros(as) que queiram fazer ‘fogo amigo’ sobre este texto, que, ao fazê-lo, não estarão a atacar o Nosso Clube; estarão a reafirmar os Nossos Valores e a … dar-me razão!
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Escrito por: José Albuquerque.
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