Caros amigos,
Ser lúcido enquanto se discute o Benfica é tarefa digna dos doze trabalhos de Hércules. A sério! Muitas vezes dou comigo a ler e reler os textos que preparo de uma forma quase obsessiva pois receio sempre ter ido longe demais com as minhas palavras.
A frustação de ver os nossos inimigos fidagais vencer "conditio sine qua non" quase todas as competições que connosco disputam (e já estou a ser simpático ao considerar que qualquer competição com eles possa alguma vez ser disputada) às vezes sobrepõe-se ao nosso raciocínio e a qualquer lógica de pensamento que possamos almejar a ter.
O Benfica que eu conheço, ou que tive a oportunidade de conhecer quando pela primeira vez pisei terrenos para mim sagrados, nunca se contentou com vitórias morais ou com lugares de destaque em qualquer das competições que alguma vez disputou. Está no nosso sangue entrar em campo sempre para ganhar. Seja na Luz, no Alvalidl, no dragun ou no raio que o parta. O Benfica entra sempre em campo para ganhar e nenhum de nós admitirá o contrário.
Á luz de tudo o que nos rodeia também eu me sinto sempre em primeiro lugar compelido a ignorar os nossos erros e partir para uma defesa acirrada das nossas estruturas e das nossas lideranças, e principalmente assumir a 100% a nossa génese enquanto indefectíveis.
Todos nós temos momentos mais felizes ou infelizes. Todos nós temos a oportunidade de demonstrar que somos capazes de conviver com a diferença de opiniões. O Benfica acima de tudo, e por ser um clube historicamente plural e democrático, tem espaço para que todos nós, aqueles que realmente se interessam com os destinos do nosso Glorioso, possam emitir a sua opinião.
Eu continuo a crer que o actual Benfica tem muito mais aspectos positivos do que negativos. Continuo a crer que temos entre nós a solução para a eventual falta de aglutinação ou de mística de que o Manuel falou na caixa de comentários ao texto do Phatom74.
Mas calar ou condicionar uma voz que discorda, ou que tem uma opinião com directrizes diferentes daquelas que nos são institucionalmente reconhecidas, parece-me ser um abrir de portas para a implementação de um regime que eu não não desejo e não quero ver ser vivido no nosso Benfica. E os exemplos passados dão-me razão ou, no mínimo, sustentam a minha actual opinião.
Muitas das vezes achincalha-se, adultera-se ou ignora-se algo que outrem escreve apenas porque não estamos com paciência para avaliar o conteúdo da mensagem. E é extramente fácil conotar algo que foi escrito com a melhor das intenções, com opiniões de índole separatista. Basta que para tal se escreva de forma fácil e temos de imediato uma miríade de peticionistas dispostos a tornar lei a menor das nossas afirmações.
Nada disso é objectivo deste blogue e deste vosso pobre escriba. Como tive já oportunidade de referir a alguém que para mim continua a ser pessoa de destaque na defesa do nosso Glorioso, eu apenas quero que o Benfica continue a ser sempre Benfica.
Não devemos mudar porque os caminhos se nos estreitam. Não devemos mudar porque as simpatias se acabam. Não devemos mudar porque as finanças nos ditam essa mudança. Não devemos mudar porque a paciência se nos acaba (mea culpa aqui meus amigos), ou porque a nossa ideia de Benfica diverge da dos outros.
Mudar. Um verbo que a muitos enche de comichão mas que quanto a mim e num mundo tão vasto como o do Benfica deveria apenas significar evoluir e não regredir como muitos apregoam.
Todos nós que dedicamos 5 minutos por dia ao Benfica (a minha família bem gostava que assim fosse) temos de aceitar as opiniões que divirjam das nossas. Todos nós temos de aceitar e saber conviver com a diferença. Mas acima de tudo, todos nós temos de conseguir discernir que para o Benfica ser grande nunca lhe vai bastar ser Unum.
Pluribus meus amigos. Sem demagogias. Sem cobardias. Sem flic-flacs à retaguarda. Todos temos de saber conviver com uma opinião contrária ou diferente da nossa, mesmo que cheia de metáforas ou de figuras de estilo.
É por isto tudo que eu aceito os reptos que me lançam. É por isto que eu vibro como ontem vibrei com a vitória da nossa equipa de Basket em pleno antro da corrupção. É por isto que eu nunca desconsiderarei a opinião de um Benfiquista.
Confesso que como qualquer Benfiquista de sangue na guelra me custa assumir uma derrota como algo do qual não possamos fugir. Nós traçamos o nosso rumo, e acima de tudo somos nós, aqueles que tem o privilégio de emitir opiniões na blogoesfera, os maiores responsáveis por difundir uma mensagem construtiva em relação ao Benfica e ao seu Universo.
É isso que eu Nuno Fernandes, o José Albuquerque, o Águia Livre, o Viriato, a Marley, o Mafarrico, o PRL e outros como nós nos comprometemos a fazer.
Discutir o Benfica com elevação, construtivamente e com análises concretas mesmo que contrárias ao que possamos pensar. E para isso vamos precisar de todos vós. De todos os que queiram contribuir para o crescimento do nosso Benfica. E principalmente renovar os alicerces necessários para que o edifício que todos habitamos se renove e fique estável durante muitos e muito anos.
O edifício Benfica precisa de condóminos activos e intervenientes. O laxismo é o nosso pior inimigo e o melhor aliados dos corruptos. O Benfica, os seus sócios, a sua massa adepta têm de continuar activas e alerta. Mesmo que às vezes não sejamos ouvidos é nossa obrigação mantermos o estado de alerta que o nosso clube precisa. E militâncias. Quer no futebol ou nas modalidades amadoras. O Benfica vive dos militantes. Dos que não esquecem. Dos que se disponibilizam. Dos que nunca falham. Dos que estão sempre lá para o melhor e o pior. Dos que assumem o seu Benfiquismo mesmo em condições adversas.
A nossa história foi feita de coragem. Do nunca virar costas à batalha. Levantados do chão. Nunca nada foi fácil para nós mesmo que alguns mentecaptos queiram fazer da nossa história algo que ela nunca foi.
É por isso que eu nunca desistirei de fazer ouvir a minha voz. Porque por muito que eu critique ou que eu me sinta insatisfeito, o Benfica arranja sempre forma de me fazer sentir completo enquanto parte de um todo. E foi isso que eu hoje senti quando nervosamente ao telefone fui ouvindo notícias do nosso Glorioso comportamento em pleno antro da corrupção.
Estes, tal como tantos outros em tantas outras ocasiões, foram verdadeiramente RAPAZES DA LUZ. Às vezes sem nome mas com vontade. Com mística. Com Cosme Damião na alma.
Obrigado secção de Bastekball do Sport Lisboa e Benfica. Aqui fica a minha emocionada homenagem.
Pela 23ª vez Campeões!
VIVA O BENFICA PORRA!
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