As “Contas” do semestre (1/7 a 31/12/2011) – Parte I
Depois do texto a propósito do Relatório e Contas (R&C) da última época, eu tinha prometido ao Enorme Aguia Livre que lhe faria uma breve comparação entre as Nossas “Contas” e as dos outros clubes (crac e submissos), mas a falta de tempo fez com que esse trabalho ficasse desatualizado, recaindo essa oportunidade só agora, no momento em que as 3 SAD’s apresentaram as “Contas” relativas ao semestre findo em 31 de Dezembro.
Pela mesma causa (a escassez de tempo), confesso que não fui além de uma leitura muito rápida sobre as informações prestadas á CMVM pelas SAD’s azul e verde (ler aquilo constitui um sacrifício que não mereço), pelo que me ficaram algumas dúvidas muito sérias (especialmente no caso do crac, cujo R&C parece intencionalmente confuso e “atabalhoado”), ainda que não tão graves a ponto de impossibilitar a desejada comparação, que resulta evidente de tão arrasadora que é.
Para comodidade de leitura, opto por dividir este texto em duas partes, versando a primeira sobre as Demonstrações de Resultados (uma espécie de “filme do semestre”) e guardando os Balanços (a “fotografia final” em 31 de Dezembro) para daqui a umas horas.
Demonstrações de Resultados
De 1 de Julho a 31 de Dezembro de 2011 – milhares de euros
crac submissos BENFICA
1.Proveitos Operacionais (*) 50.178
35.688 20.687
2,Custos Operacionais (*) 42.694
44.253 30.751
3.(=1 – 2) Resultado Operacional (*)
7.484 (8.565) (10.064)
(4.665)**
4.Amortizacoes e Op. s/ “passes” de Atletas 8.574
(8.058) (7.339)
5.(=3 + 4) Resultado Operacional 16.058
(12.723) (17.403)
6.Resultados Financeiros e Impostos (7.747)
(2.324) (1.712)
7.(=5 + 6) Resultados Líquidos 8.280
(15.047) (19.115)
(*) valores sem contar com operações sobre “passes” de Atletas
(**) valor, incoerente e não justificado, indicado no documento.
Vejamos, então, como decorreu, contabilisticamente, este semestre: correu lindamente!
Continuamos a conseguir aumentar os Proveitos (+ 10%), apesar da crise e de uma ligeira quebra das quotizações, e a conseguir controlar o crescimento dos Custos (+ 11%), apesar da continuada politica de renovação dos contratos com Atletas e do reforçado investimento no Plantel (agora mais orientado para o projeto da futura Equipa B).
A este primeiro resultado de quase 7,5ME, vieram somar-se mais que outro tanto, mesmo deduzindo todas as amortizações de passes de todo o Plantel e fruto das mais valias conseguidas, sobretudo com a venda do Fábio.
Com tudo isto, conseguimos um Resultado Operacional de mais de 16 milhões que, “infelizmente”, tivemos de “partilhar” com os que nos financiaram a atividade, através do pagamento de juros.
Considero que todos os Benfiquistas devem ter noção destes números e que entendam a importância de uma venda como as do Fábio (ou do Luiz, ou do Di), tal como os devem ter presentes quando, por exemplo, advogam que o Glorioso deve reforçar o investimento na BTV (e os custos operacionais), recusando qualquer oferta do mamão chupista pelos direitos de transmissão dos desafios na Catedral.
Na minha humilde opinião e pelo menos até ao final do presente contrato com o mamão, neste cenário económico depressivo, o Glorioso terá de manter uma gestão altamente rigorosa e continuar a obter mais valias com algumas vendas de Atletas, por forma a continuar a reforçar os seus Capitais Próprios (vidé Parte II) e reduzir as suas necessidades de financiamento.
Entretanto, uma coisa fica muito clara para todos Nós: qual a razão pela qual o Glorioso não tem dificuldade em financiar-se! Com estes números, qualquer Banco percebe que a Nossa SAD tem capacidade para pagar os empréstimos que obtém, coisa que não acontece no caso dos Nossos adversários.
Aliás e olhando para os números deles, importa sublinhar que, se não considerarmos as receitas obtidas do mamão, o Glorioso tem Proveitos Operacionais (*) superiores á soma dos verdazuis!
A situação da osgalhada vai de pior para a desgraça absoluta (sem acesso á Champions e sem valorização do plantel), enquanto o crac, a quem já quase não chega vender o givanildo e o mortinho por 100 milhas (ahahah), só para equilibrar o barco, um barco que mete cada vez mais água (custos) do que aquela que as bombas (proveitos) conseguem extrair, mesmo com a ajuda do mamão.
Em síntese, Companheiros, a minha opinião sobre as Nossas “Contas”, na linha do que venho escrevendo há vários semestres, dificilmente poderia ser melhor, tal como não pode ser maior a minha convicção de que o Glorioso vai conseguir ultrapassar este quadro de depressão económica e sair dele bem mais forte e sólido do que no seu inicio.
Viva o Benfica!
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As “Contas” do semestre (1/7 a 31/12/2011) – Parte II
No quadro abaixo, podem ver-se as “fotografias” mais recentes das SAD do Glorioso, do crac e dos submissos, fotografias essas que surgem muito eloquentes na forma como retratam os desequilíbrios económicos dos Nossos adversários.
Enquanto o Nosso Clube, persistente e sistematicamente, continua o seu processo de recuperação financeira, baseado num progressivamente mais claro equilíbrio económico, a osgalhada patenteia uma (a meu ver irrecuperável) situação de clara falência técnica e o crac faz um caminho que me parece ter esse mesmo destino a médio prazo.
Balanços (sintéticos) em 31/12/2011 – milhares de euros
crac submissos BENFICA
1.ACTIVO não corrente 335.734
167.242 169.906
(do qual … “Plantel”) (109.714)
(116.680) (51.637)
2.ACTIVO corrente 75.564
59.270 12.000
(do qual … “Clientes”) (42.456)
(45.299) (5.686)
3.(= 1 + 2) ACTIVO TOTAL 411.298
226.512 181.906
4.PASSIVO não corrente 205.278
50.463 148.110
5.PASSIVO corrente 198.442
161.723 82.557
6.(= 4 + 5) PASSIVO TOTAL 403.720
212.187 230.667
7.(= 3 – 6) Capital Próprio 7.578
14.325 (48.761)
Para além da natural diferença de dimensão dos números, essencialmente resultante do facto que o Nosso Balanço incluir o que antes era a Benfica Estádio, o que mais me chama a atenção passa pela quase “não subavaliação” do valor contabilístico do plantel dos corruptos.
Os que seguem estes meus textos sobre “Contas” já sabem que a principal e incontornável fonte dos desequilíbrios contabilísticos nas SAD’s, resulta do facto de os seus planteis terem, de facto, um valor de mercado muito superior ao que aparece refletido nos Balanços.
A titulo de exemplo e tomando, simplisticamente, apenas os Atletas que “partilhamos” (em 25%, numa média grosseira) com o Benfica Stars Fund, constatamos que só esses (não contando nem o Witsel, portanto) e pelos valores conservadores do Fundo, ultrapassam os 150 ME.
Comparativamente e no caso do crac, considerando que os seus ativos mais cotados (givanildo, mortinho e ramsés) já só estão na sad por metade, ou menos, dos respetivos passes, começo a sentir que os acionistas sócios do D. Cor(no)leone deveriam desatar a fazer contas, sob pena de, em breve, despertarem para um “buraco” impossível de tapar, especialmente quando estamos a falar de uma sad com muitos sucessos “des portivos”.
Regressando ao que Nos importa – o Glorioso, verificamos que o Nosso Património, Plantel incluído, (o Activo) continua a crescer e a crescer mais do que os “financiamentos” externos (o Passivo) e constatamos que a SAD continua a acrescentar valor á Nossa Marca Benfica, tal como tem de ser.
Enquanto outros se afundam, com maior ou menor “estrondo” e já começam a procurar “salvadores” idílicos, o Nosso Clube deixou para trás o abismo de há uma década, ultrapassou o “plano roquete” e já luta pela liderança qualitativa do Desporto em Portugal, retomando o lugar que lhe pertence historicamente e do qual estava arredado há mais de 2 décadas.
Perante este quadro, que ainda não é isento de ameaças, creio que discutir a figura do Nosso Presidente seria um erro imperdoável: acima de tudo, creio que os Benfiquistas devem concentrar-se no Glorioso e na certeza de que estamos a percorrer o caminho necessário e no rumo certo, festejando isso mesmo.
Eu não me canso de repetir que o Benfica, que Somos Nós, não Nos pertence (ele constitui património das gerações futuras), pelo que não temos o direito de ignorar aquelas ameaças que subsistem e optar, irrefletidamente, por caminhos de maior risco … desnecessariamente.
Mais do que discutir se Luís Filipe Vieira é, ou não, o “Homem Certo”, a minha humilde opinião recai para encontrar no “Maestro”, em DSO, em JJ (de quem eu nunca disse bem) e todo o resto da Nossa estrutura, os homens e mulheres “certos” para continuarmos a melhorar e a crescer, neste que é, sem qualquer dúvida, “O Rumo Certo”.
O Glorioso pode fazer ainda mais e melhor?
Sem qualquer dúvida!
Pode (podemos), deve(mos) e vai (vamos) fazer ainda muito mais e muito melhor!
Viva o Benfica!
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Escrito por : José Albuquerque
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