sábado, 15 de janeiro de 2011

As Grandes Escolhas do Benfica (IV)

Hoje, a minha “declaração de princípios” vai para confessar que escrevo de memória e, por isso, sujeito-me a erros de cronologia, erros esses que me não assustam nem um pouco, uma vez que, como sabem, o meu objectivo é recordar e discutir as Grandes Opções do passado recente do Nosso Clube e essas não dependem de detalhes. Além disso, sei que posso contar com a compreensão e as correcções de quem aqui me lê: são as vantagens de escrever para a Família … Benfiquista.

Passaram cerca de 8 anos e parece que foi ontem … O Benfica ultrapassara a tremenda crise e evitara o abismo, o projecto da SAD estava de pé e … “a casa já estava arrumadinha”.
Lá fora … um imenso lamaçal e um POLVO poderosíssimo, “engordado” por quase uma década em que o Glorioso, por um ou outros motivos, lhe permitira uma caminhada que só não foi triunfal, porque construída sobre vergonha, ignomínia e corrupção desportiva e o garrote imposto à Verdade Desportiva, começa a generalizar-se a várias outras modalidades …

Tanta coisa para fazer, tanto investimento que é necessário … por onde começamos?

Se esta pergunta fosse feita hoje, teria de assumir outra forma: talvez … esforçamo-nos para reduzir o Passivo Exigível (sobretudo o bancário), por forma a reduzir os custos financeiros que condicionam a rentabilidade do “negócio”, ou “arriscamos” em investir (ainda mais) na Equipa, por forma a maximizar os resultados desportivos e, assim, induzir aumentos das receitas (valorização de Atletas, bilheteira, patrocínios, prémios, etc.)?

Esta, que é a questão clássica na gestão de qualquer projecto desportivo, revestia-se, há 8 anos, de características bem diferentes, em resultado da situação global do Clube. De facto e em vez das duas alternativas “clássicas”, a Direcção enfrentava … mais de meia dúzia!
Um “Parque Desportivo” (1) ultrapassado (incompatível com os Regulamentos da UEFA), insuficiente (ausência de um Centro de Estágios, falta de campos, dificuldade de instalação de vários serviços de apoio ao treino) e tremendamente exigente do ponto de vista da sua manutenção. (2) Exiguidade, quantitativa e qualitativa, dos Recursos Humanos (sem contar com Atletas). (3) Necessidade de relançar as “Modalidades Amadoras”. (4) Formação de Atletas moribunda (especialmente no que diz respeito ao Futebol). (5) Necessidade de refundar “O Benfica”. (6) Desarticulação das Casas do Benfica (por ausência de apoios do Clube). (7) Receita de quotizações estagnada (com “deserção” de muitos Associados). (8) Exagerada dependência das receitas decorrentes dos direitos de TV (mamão chupista). Recurso a “atravessadas” por parte de Sócios (garantias patrimoniais pessoais de MV e LFV) e poderíamos continuar esta “lista” ...

Obviamente, entre todas estas “super prioridades”, três assumiam uma importância fundamental, a saber: (a) uma nova política de Sócios, (b) a questão da Catedral e (c) os Recursos Humanos (Técnicos, Médicos, Administrativos, etc.).

Quem conhece o meu pensamento, sabe que eu não acreditei que fosse possível construir a Nova Catedral aproveitando os incentivos que acompanharam a realização do Euro2004 …

Honra e Gloria aos que acreditaram, ao Companheiro que foi o Mentor do projecto, a toda a Direcção que assumiu o risco de a construir naquele momento, a todos os Fundadores que puderam e souberam estar com o Clube naquela hora e, acima de todos, ao Companheiro Luís Filipe Vieira, que fez sua essa decisão e se “atravessou”, com ela, na História do Glorioso!

… e também sabem que eu considero LFV como o Presidente que, desde sempre, mais “apostou” no Benfiquismo de todos Nós. Passo a explicar-me …

Fora a decisão sobre a Catedral (e também essa ele a tomou num “salto de Fé” em todos os Benfiquistas), em caso de dúvidas, o Presidente optou, sempre, sempre, pelo que ele entendia serem os melhores interesses dos Sócios, em perfeita coerência com o princípio que enunciou desde a sua primeira candidatura (que eu não apoiei): “devolver o Clube aos Sócios”!

Como este texto já está no seu limite, desafio quem discordar desta “tese” a dar exemplos das prioridades que não foram hierarquizadas em Nosso favor.

Viva o Benfica!

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