terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desporto, ou ... des porto?

Há uns anos, escrevi (n’OANTITRIPA) um texto em que defendi que o pinto das bufas não era nem porquista, nem regionalista nem nada mais que um mamão, que identificou uma forma de enriquecer com uma actividade criminosa, com cobertura dada pelos buracos legais e os erros judiciais.

Qual era a questão para a qual eu queria alertar? A mesmíssima que ainda persigo (tento lá chegar por todos os caminhos possíveis), para a qual gostaria que, em conjunto, identificássemos os (comportamentos Benfiquistas que podem ser) antídotos e que, hoje, vos apresento sob a forma de mais uma pergunta: quais são as diferenças entre o Desporto e o “des porto”?

Quando uso este termo – “des porto”, refiro-me ao ideal do crac e do D. Cor(no)leone, esta espécie de futebol a que assistimos há 3 décadas em Portugal e do qual o bufarinheiro nem sequer é o “inventor”, já que esse chama-se … Blatter!

De um lado temos o Desporto tal como sintetizado no Ideal Olímpico. O célebre citius, altius, fortius, que representa, na sua raiz popular, a superação permanente, o mens sanae in corpore sanum (espero que “isto” não sejam “decalinações”, ahahah), o Universalismo que integra todos os Homens e Mulheres, que inclui os portadores de deficiências, que abomina o doping, que privilegia os critérios mais claros de avaliação de resultados e que transporta o ideal da Solidariedade, até quando se trata da utilização dada às receitas do seu espectáculo supremo: Os Jogos.
Ainda que, por serem um imenso vulcão de interesses económicos, Os Jogos já tenham revelado muitos podres no COI e em muitos Comités nacionais, o que é indiscutível é que o COI ainda resiste às muitas tentativas de “assalto”, ainda elimina os corruptos, ainda combate o doping e ainda consegue fazer prevalecer os Valores contra a alienação, esses Valores que, afinal, são os que, em Portugal, são “representados” por Nós, Nós que somos o Benfica.

Do outro lado, do lado do que eu chamo “des porto”, que é melhor representado pela multinacional FIFA/UEFA, um imenso pardieiro de interesses económicos, que gere o mais alienante que há no que foi o Desporto Rei.
Permissivo (mais que isso) para a corrupção, envergonhado no combate (selectivo, como bem sabemos) ao doping, defensor da arbitrariedade na aplicação do que foram as Regras de um Jogo que já deixou de o ser, para se assumir como uma espécie de circo que explora o regionalismo mais bacoco, o nacionalismo mais retrógrado, que usa a globalização como se fosse um “globatinol”, um remédio alienante que consegue impor aos cidadãos diferentes graus de cidadania. Este “des porto”, vai fazendo florescer uma espécie de “Indústria” à sombra da qual vive uma miríade crescente de gente, desde os verdadeiros Artistas e Profissionais que contribuem para a superação dos seus desempenhos em campo (uma ínfima minoria), até às cliques de caciques nacionais, que constituem as estruturas federativas, as continentais e supra continentais, como a FIFA e a UEFA, passando pela imensidão de agentes, intermediários, media, merdia (incluindo a “cor-de-rosa”), etc., etc.

Liberal e materialista, eu não tenho nada “contra” esta Indústria que caracterizou a segunda metade do século XX, também designada por Sociedade do Consumo, ou melhor, não teria nada contra, desde que ela se sujeitasse às mesmas regras e leis a que estão sujeitos todos os outros negócios, coisa que a FIFA garantiu que não possa suceder, fazendo-a “autoregular-se” numa superstrutura absolutamente viciada e antidemocrática que, para cúmulo e numa afirmação do capitalismo mais selvagem, fazendo do dinheiro o “Valor Único”, ainda o transformou num valor que canibaliza todos os Valores conhecidos, gerando o … “des porto” e desde que este monopólio “des portivo” não quisesse canibalizar o Desporto, mesmo para além da própria indústria, minando muitas outras modalidades desportivas (essencialmente todas as que permitem a arbitrariedade dos apintadores e nos países mais permissivos à corrupção dos Valores), como são, em Portugal, os casos gritantes do andebol e, sobretudo, do hóquei em patins.

Em Portugal, todos os El Mano, Olarápio, Boi Sousa, jornaleiros e comentadeiras, não passam de “lunpen migalheiros” deste POLVO!
Se quisermos identificar os que comem migalhas mais gordas – os migalheiros médios, já teremos de procurar entre os funcionários superiores das estruturas (incluindo as que deveriam exercer a Justiça) e os agentes menos bem sucedidos, sendo a nata dos migalheiros, liderada pelo mamão chupista e pelo D. Cor(no)leone, formada pelos inúmeros empresários da merdia e pelos agentes que ainda se não conseguiram internacionalizar.

E, depois desta longa (mas necessária, creio eu) introdução, cá regresso eu à questão de sempre: onde ficamos Nós, os Benfiquistas? Para que serve o Glorioso, que, de facto, somos Todos Nós? Onde queremos que ele se posicione, no Desporto, ou no “des porto”, do lado dos Valores, ou do lado do POLVO?

Eu acredito, convictamente, que a Sociedade do Conhecimento que os nossos Filhos e Netos hão de generalizar a toda a Humanidade, não será a sociedade alienada de consumo em que floresceu o “des porto”, o POLVO e o super monopólio multinacional liderado pela FIFA, à medida e na exacta medida em que o conhecimento for prevalecendo sobre a ignorância.

Com essa convicção, exorto-vos a reafirmarem as raízes populares do Nosso Clube, a reclamarem a Nossa História Impar e a, com Verdadeiro Patriotismo, viverem militantemente os Nossos Valores.
E exorto-vos a que reinventem, mesmo neste lamaçal, os mais correctos comportamentos Benfiquistas. Com Raça, Querer e Ambição, com Determinação e Orgulho Benfiquistas, façamos do Nosso Estádio a Catedral do Desporto e elevemo-nos do pardieiro “des portivo”, celebrando a Festa Desportiva como deve ser.

Não vejo nada de mais Patriótico, mais Culto ou mais Humano como alternativa.

Viva o Benfica!

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