quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Passaram dez anos de muita história !!!!!!!!!!!!!

Estava um dia de sol aquele que pelo calendário marcava 28OUT2000.
Na minha qualidade de arrumador de veículos encontrava-me junto ao Estádio da luz.
Era dia de eleições no Benfica, razão pelo qual, chegavam autocarros de todas as partes de Portugal, cheias de sócios do Glorioso que vinham votar.
As urnas encontravam-se no pavilhão Dr Borges Coutinho. A fila de sócios, parecendo interminável, estendia-me por largos metros, desde o dito Pavilhão até ao Centro Comercial Colombro.
Nunca umas eleições haviam sido tão concorridas no Glorioso.
Concorriam a eleições, o Dr João A. de Araújo Vale e Azevedo, lista A, e Dr Manuel Lino Rodrigues Vilarinho, lista B
A Lista B, do Dr Manuel Vilarinho, arrecadou 62 por cento dos votos (159.331 votos), de 21.804 sócios votantes.
Pela noite dentro e ao fim de uma longa maratona fez-se a festa por parte da lista vencedora, carpiram-se as lágrimas pelos vencidos.
O Dr Manuel Vilarinho foi presidente do Benfica entre 2000 e 2003, podendo se o desejarem ver .... AQUI... alguns dados referentes a todos os presidentes do Glorioso.
Passaram-se dez anos. É verdade. Sou apenas um pouquito mais velho, porque dez anos para um arrumador, que continuo a ser, os anos não contam, contando sim a experiência de vida, que tenho angariado por ler alguns pedaços de jornais velhos que vou apanhando pelo chão.
Decidiu agora o Dr Manuel Vilarinho conceder uma entrevista ao jornal Abola que reproduzo, embora não na integra:

- Ganhou a presidência do Benfica há 10 anos, naquela que foi considerada uma das eleições mais importantes da história do clube. Recuando no tempo, que palavra lhe vem à mente para definir esse momento?

- Um grande orgulho e satisfação. Porque tirar de lá o Azevedo não era fácil.

- Lembra-se como começou a sua candidatura?

- Eu sempre tive o sonho de ser presidente do Benfica. Sou oriundo de uma família de benfiquistas, sempre nos habituámos a ver o Benfica como algo de muito importante nas nossas vidas, principalmente graças ao meu pai. Mas acredito que se não tivesse sido a época azevedista eu nunca tivesse sido presidente.

O debate televisivo que foi decisivo

- Ganhou as eleições no frente-a-frente na televisão?

- Não tenha dúvidas. Isso foi fundamental. Tenho-o gravado e de vez em quando vejo-o. Antes do debate eu tinha 30 por cento das intenções de voto, depois ganhei por 62 por cento, Vale e Azevedo com 38.

- Teve quanto tempo de treino?

- Cinco dias. E nos últimos dois fechei-me em casa a estudar como se fosse para um exame. Estava preparado para tudo o que ele ia falar, menos da história dos terrenos [Euroárea], que só ele sabia e que por isso esteve preso e assim continuará, se não fugir.

Como falhou Jardel

- Anunciou a contratação de Jardel, mostrando inclusive um cheque de 100 mil contos [500 mil euros], prometendo entregar o dinheiro ao clube se ele não viesse...

- Passava o cheque se não fosse verdade o que dizia sobre o Jardel! Fizemos um contrato, mas combinei com ele e com o seu representante, Paulo Barbosa: deveria mostrar-se desconte no Galatasaray mas só viria para o Benfica no final da época. Chegaria mais barato. Foi um contrato promessa mas tinha lá uma cláusula que permitia desistirmos do contrato em determinadas circunstâncias. Só que ele e a mulher na altura começaram a apertar: em vez de pressionarem o Galatasaray pressionaram o Benfica. Queriam vir mais cedo para Portugal. A mulher é que foi a estratega, ele não é mau rapaz, só que era influenciado.

- Van Hooijdonk foi-se embora e Jardel acabou por não vir. Ficou a perder...

- Porque o Jardel começou a pôr acções jurídicas contra nós, estragando o plano. Podia ter vindo.

- Lembra-se do primeiro choque depois de chegar a presidente?

- Havia dívidas e mais dívidas e a maior parte não estava contabilizada nas contas do clube. Não havia papel higiénico, água e estava tudo estragado.

- Não conseguiu ter sucesso desportivo no seu mandato. Teve pena?

- O problema era financeiro. Não se pode ter uma boa equipa de futebol sem dinheiro.

«Episódio Mourinho foi mau acto de gestão»

- Arrepende-se de não ter renovado com José Mourinho?

- Ele próprio contou no livro dele e pediu desculpa pela forma como decorreram as coisas. Se fosse hoje eu também não tinha agido da mesma maneira. Teria feito de outra forma: fazia-lhe a vontade, só que [pausa]... ele ganha 3-0 ao Sporting ao domingo e na segunda-feira aparece numa reunião de direcção, às 10 horas da noite, dizendo: «Ou renovam o meu contrato ou amanhã já não dou o treino».

- Não aguentou?

- Eu deveria ter engolido aqueles sapos. É claro que naquela altura nunca pensei que ele atingiria este patamar, mas gostava dele. Pensei: «Toni já não vem.»

- Você e Roman Abramovich têm algo em comum: foram os únicos a despedir José Mourinho.

- Não o despedi, apenas consenti o seu despedimento. Ele estava convencido de que eu não gostava dele, o que não era verdade. Eu queria renovar com ele não por uma época, como ele pedia, mas por duas épocas! Porque ficando naquele lugar dar-me-ia sossego, eu não teria de me preocupar com o futebol. Só que aquele ultimato foi chato. Falei logo para o Toni e disse-lhe: «Vem para Lisboa». Devia ter-me posto no verdadeiro lugar de gestor: engolia o sapo, renovava com Mourinho e o Benfica ficava a ganhar com isso. Foi um mau acto de gestão que tomei.

- Consegue projectar o papel que o seu nome irá ter na história do clube?

- Estou com certeza entre os cinco melhores presidentes da história do Benfica, juntamente com nomes como Joaquim Ferreira Bogalho, Fernando Martins, Ferreira Queimado. A partir de Fernando Martins, melhor só eu.
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A entrevista é capaz de ter algum extrapolo nas respostas. Mas uma verdade é que se não aparece o Dr Manuel Vilarinho, não sei o que seria actualmente o Sport Lisboa e Benfica.

O que dizem os benfiquistas sobre esta matéria?

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