domingo, 8 de agosto de 2010

Os efeitos do ontem nos pensamentos de hoje

É Domingo

Após uma noite mal dormida, abro a janela e deixo correr a aragem. Sento-me junto ao PC e olho a Rua.
Vejo-a oca de algo que nem sei do quê. Apenas ... vazia.
Sinto no peito uma dor, qual taciturnidade, que nem sei se é tristeza ou menos alegria. Só sei que sinto.
Encosto-me na cadeira e cogito num silêncio de infinidade. Penso no jogo de ontem em que não ganhámos ao Porto. Perdemos por 2-0.
Apetecia-me voltar à janela e gritar. Não sei qual o conteúdo ou contexto desse grito. Mas sei que algo em mim hoje está menos feliz.
Depois de ver os jogos da pré-época em que o Benfica jogou praticamente sempre num 4-3-3 e em que fez brilhantes prestações, ontem voltou ao 4-4-2.
Fiquei algo nervoso porque num jogo tão importante não me parece que fosse dado a mexidas de táctica.
De olhos fechados critico-me a mim mesmo pelos pensamentos menos positivos embora reais. Não sou treinador, mas sei como se joga futebol. Fui praticante durante duas décadas, embora menos bom, pelo que nunca passei de um mero sonhador.
O Benfica no jogo de ontem entrou nervoso. Apático, sem aquela chama que nos habituou, parecendo ter deixado, por momentos, que a luz se apagasse.
O Porto teve a sorte do jogo ao marcar um golo procedido da marcação de um canto. Ressalto e a bola encontrou o Rolando sozinho e esse encostou para a baliza.
Roberto pouco poderia fazer, não o culpo pelo golo sofrido.
O certo é que não costumamos sofrer golos de bola parada e muito menos da situação de canto. Aconteceu, e nesse lance começou a nossa não vitória.
Senti o tremor e o temor. Senti ainda, a existência do mesmo estado de alma nos nossos jogadores.
Esse golo galvanizou o Porto e enfraqueceu no estado de espírito o Benfica.
Sabemos que o Benfica é melhor equipa que o Porto. Sabemos também que os jogadores do Porto no seu íntimo de pensamento também o sabem.
Creio que tal factor os galvanizou ao contrário dos jogadores do Benfica que, desorientados pelo esquema de jogo e pelo golo madrugador, não se encontraram na sua melhor performance e deixaram-se envolver em critérios de menos força, acabando por sucumbir, num jogo que queriam, tenho a certeza, ganhar.
No próximo fds começa o campeonato nacional, que como campeões que somos queremos revalidar.
Podemos fazê-lo. Mas temos que saber também que nesta época muito irá ser feito dentro dos preceitos menos limpos e honrosos para que o campeonato volte ao Porto.
Esse clube investiu muito e sabemos como se mexe fora das quatro linhas. Os últimos trinta anos fizeram-nos crescer no entendimento dos meandros em que se movimenta a máfia do futebol, e sabemos por conhecimento da matéria de facto, onde se concentra o seu epicentro.
Ganhando ao Benfica, voltou a arrogância aos menos creditados. O Andrézinho, findo o jogo, deixou-se embalar pelo vómito de verme comandado, e não se coibiu de afirmar: Esta vitória é um grito de revolta por aquilo que o Porto passou a época passada.
Reparem que não foi por jogar mais, por terem sido melhores, mas sim porque a revolta os fez ganhar. Esqueceu-se rapidamente que, na época passada, era treinador da Académica. Coisas de rastejante.
Repararam também como em determinados lances, o árbitro, era de imediato rodeado pelos jogadores do Porto, numa clara e indigna forma de pressão, inadmissível numa final de Taça e/ou em outro jogo para outra qualquer competição.
Mas a verdade é que o fizeram fazendo lembrar outros tempos não muito longínquos, em que se fizeram autenticas corridas de cem metros, que embora não ganhando, à vista, o ouro, ganharam a … prata(s).
Esta época, acreditem, vai ser assim. Pressão e mais pressão a fim de atemorizarem os árbitros e levá-los a conquistarem aquilo que, porventura, não conseguirão conquistar por meios lícitos.

Abro os olhos e olho a Rua. O Céu ao contrário de outros dias, em que o Sol radiava, hoje apresenta-se cinzento.
É cedo e não se vislumbra alma. Respiro fundo e digo para mim mesmo.

SOMOS CAMPEÕES E VOLTAREMOS A SÊ-LO EM MAIO DE 2011
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Fecho a janela, sento-me e, fechando os "olhos" da alma, deixo-me embalar em música sem som, apenas porque ... estou menos feliz

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