terça-feira, 7 de outubro de 2008

Não há vitórias sem esforço e dedicação.

Qualquer escriba menos dotado, feito eu, conseguirá escrever algumas linhas com base no pensamento de que são árduos os caminhos da esperança.

O ser humano é por norma uma “figura” crente nos seus desejos, designios e amplitudes do coração. Lá diz o ditado: Muito sofre quem ama.

Desportivamente falando, quem ama um clube, sofre por ele, deixando-se inclusive, muitas vezes “cegar” por esse amor.
Lógico que, é fácil para quem ganha, muitas vezes dizer: É pá até tens razão, porque foi mesmo penalty mas o árbitro não marcou e não há nada a fazer.
A mesma pessoa, caso tenha perdido, dirá: É pá não tens razão nenhuma, mas qual penalty qual quê, tem mas é juízo, blá, blá, blá.

Isto numa carência de julgamento intelectual é aquilo que na prática se passa. Ou pelo menos é aquilo que eu penso que se passa. Não sou dono da verdade, mas sou dono do meu pensamento, que sei ser o mais correcto no momento, mas tantas e tantas vezes, não o ser na equidistância da verdade.

Ontem, o clube que amo, o Benfica, jogava um jogo de tremenda importância. Desde os tempos de Trapatoni que o Benfica não chega à liderança. Decorria a época 2004/2005, em que galhardamente, fomos campeões. É tempo a mais para uma equipa como o Benfica.

Passaram vários treinadores, nomeadamente, Ronald Koeman, Fernando Santos, José Antonio Camacho, Fernando Chalana, com resultados iguais.
Ontem, o Benfica falhou um objectivo que, na minha óptica, não poderia falhar.
Nas épocas de 2000/01, 2003/04, 2005/06, 2006/07 e 2007/08, O Glorioso nunca foi líder do campeonato; em 2001/02 só por lá passou à 3.ª jornada e em 2002/03 foram primeiros até à 4.ª ronda.
O melhor registo aconteceu em 1999/00, quando viveram dez rondas no lugar mais apetecido da tabela – da 3.ª até à 12.ª jornada.

Nos meus tempos de criança dizia-me o meu saudoso pai: Meu filho, não nasceste em berço de ouro. Por isso, fazendo apego da tua dignidade só conseguirás algo na vida se em cada acção tua, vestires o “fato macaco”. Eu ria-me na minha inocência.

Hoje, mais velhote uns anitos, relembro esse grande homem e o seu pensamento superior.
Ora, está talvez nessa expressão etérea da superior sabedoria popular de que o meu pai era filho, a vertente da questão, que deve orientar uma equipa de futebol que quer ganhar algo.
O Benfica é composto por grandes estrelas que sabem como ninguém jogar futebol. Ninguém o põe em dúvida. Existe matéria humana, parece faltar a MISTICA.

Mas as estrelas só por si não ganham nada. Sem trabalho árduo as estrelas não brilham e foi o que aconteceu no jogo contra o Leixões. Estiveram presentes as estrelas, ( nem todas, faltando Aimar, Suazo e a lesão prematura de Reyes-8m ) mas faltou vestir o “fato macaco”.

A equipa do Leixões jogou bem. Vestiu o tal “fato macaco” e mereceu na integra o resultado, o qual, seria injusto para aquilo que ambas as equipas jogaram, caso o Benfica tivesse ganho.
Lógico que me importava a mim que fosse injusto ou não. Bastava que o Benfica ganhasse e o resto seriam águas de outras fontes. Até porque o Benfica já tem jogado bem e não tem ganho. É uma verdade. Mas também é uma verdade que, friamente, temos que reconhecer que no jogo de ontem, algo de menos bom se passou, para que tenhamos assistido a uma tão paupérrima exibição encarnada quando tínhamos o objectivo de alcançar a liderança ainda que em parceria.

Findo o jogo, Quique Flores, fez um discurso honesto. Reconheceu algumas lacunas na equipa, disse:
- Nunca estivemos bem. Tivemos pouca posse de bola e errámos muitos passes. E depois ainda concedemos várias faltas e cantos, o que ajudou o adversário a ter diversas ocasiões para colocar a bola na nossa área"
- Queríamos ganhar e saltar para a primeira posição, mas não conseguimos.
- Jogámos mal, é verdade, mas ainda não perdemos nada.
- Existem muitos jogos pela frente. Temos de continuar a trabalhar e a crescer como equipa
- Foi, tal como o dos jogos anteriores também foi. Temos objectivos e queremos a equipa a jogar de determinada forma, mas já sabemos que, por vezes, se joga mal. Foi o que aconteceu nesta partida.

No entanto, permito-me dizer ao treinador do meu Benfica.
Eu não tenho quaisquer responsabilidades no Benfica. Mas tu meu amigo, tens.
Assim, toma cuidado. Olha que os galifões, traidores à nobreza de palavras e intenções, estão em cada esquina. A honestidade intelectual nem sempre é a melhor arma para a “guerra” e, actualmente a “guerra” vence-se, não frontalmente, mas sim através de linhas disfarçadas de pólvora.
Tem cuidado, não as pises.

Provavelmente o Leixões não jogará assim contra o clube assumidamente corrupto já na próxima jornada.
Mas com isso posso eu bem. Eu quero é ver os jogadores do Benfica jogarem com garra, fazer pressão sobre o adversário, chegar primeiro a cada bola que esses, serem mais fortes mentalmente, terem espírito de conquista, vestirem em cada jogo o “fato macaco”.

E ontem não tiveram nada disso.
É evidente que, acredito que este jogo, foi um jogo menos conseguido pelo meu Benfica. Também não podemos ser optimistas ou derrotistas em excesso. Não o quero ser, não o posso ser.
As lesões - que coisa chata - têm sido muitas e em jogadores que podem fazer a diferença.
Com as recuperações desses, acredito que outra música vai retinir e a orquestra benfiquista vai fazer furor e lavar-nos à vitória final.
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Mas hoje, desculpem: ESTOU QUE NEM POSSO

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