Uma tardia reacção de narcisismo
Não vou entrar na apreciação directa do caso Scolari/Baía, que o antigo futebolista do FC Porto resolveu ‘desenterrar’ em termos de vendetta pessoal, mas, antes de mais, tentar concatenar factos e situações, para analisar de forma fria e desapaixonada o que se passou.
Nesse sentido:
a) Não conheço nenhum treinador/seleccionador (na 2ª hipótese ainda menos) que tenha vindo a público ‘explicar’ os motivos por que não convocou o jogador A ou o jogador B, até porque, como é evidente, essas escolhas –como todas as escolhas-- são sempre pessoais e subjectivas;
b) Não assistia a Baía, como jogador eventualmente convocável pelo seleccionador Luís F. Scolari, nenhuma prorrogativa (a que outros não tivessem direito) de questionar ou pedir explicações ao seleccionador sobre as razões na sua ‘não escolha’ –o que tornaria, como é óbvio, cada convocatória numa palhaçada;
c) Luís F. Scolari não é um treinador/seleccionador qualquer, goste-se ou não dele –a mim, pessoalmente, não me oferece simpatia especial-- é um técnico de sucesso, como provou em Portugal, e um dos raros treinadores com o título campeão do Mundo;
d) Vítor Baía, que, mau grado o seu insucesso no Barcelona, foi um excelente guarda- redes, estava na altura em final de carreira;
e) Não vou especular sobre o assunto, mas toda a gente se lembrará do grave incidente entre Baía e Mourinho, no começo da era Mourinho no FC Porto, que culminou com o afastamento do primeiro da titularidade e, sobretudo, da sua reacção pública ao que se havia passado e que só foi sanado com a intervenção pessoal de Pinto da Costa;
f) Qualquer adepto de futebol minimamente informado sabia da ‘fama’ que Baía tinha de ‘controlar’ o balneário, de influenciar e manipular os outros jogadores, o que, sendo porventura um mérito seu, desagradava de sobremaneira a qualquer treinador –e isso mesmo algumas ‘almas caridosas’ deram a conhecer a Scolarig)
g) Um exemplo que então se dava destas ‘influências’ e ‘manipulações’ foi o que se passou na Selecção, sendo o inefável António Oliveira seleccionador, no Mundial da Coreia/Japão entre ele, Baía, e Ricardo.
O então jogador do Sporting, em grande forma, fez toda a campanha de apuramento da selecção, mas, Oliveira, conhecido pelas suas fraquezas (Macau, as noitadas, a praia, etc.) e, sobretudo, por pessoa influenciável e mais dada aos prazeres da vida do que às exigências espartanas da alta competição, aceitou pôr Baía num ‘particular’em Macau –e Baía foi titular até ao fim da prova, em injusto detrimento de Ricardo. Que não pediu ‘explicações’ a ninguém. Nem então nem agora, em que, com tantos argumentos como Baía, podia fazer por aí umas cenas…Em resumo, eu diria que a reacção do antigo guarda-redes do Barça e do FC Porto não peca apenas por tardia e feita em termos impróprios de pessoas civilizadas, é gratuita, insustentável e irrelevante, revela uma vaidade incomensurável, narcisismo e auto-suficiência.
Se o facto de alguém não ‘explicar’ uma escolha pessoal, subjectiva e de direito é covardia, que dizer de quem esperou a ausência de Scolari para lhe chamar covarde?
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In Ricord
Autor: RUI CARTAXANA
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Vitor Baia falou o que lhe encomendaram. Falar a destempo é próprio dos covardes.
Faço minhas as observações de Rui Cartaxana, pois consegue ser objectivo e falar verdades num reino de mentiras que são as opiniões dos jornaleiros avençados.
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