segunda-feira, 12 de maio de 2008

FALTA DE CORAGEM


Sou um perfeito leigo em matéria civil, desportiva e/ou criminal.

Começo desta forma porque embora leigo como sou a nível de matérias de facto, permito-me entender que a mais dura pela recentemente aplicada pela Comissão disciplinar, no âmbito do mega processo Apito Doirado, agora sob o sub titulo, “Apito Final”, tevo como objecto um árbitro no activo, Augusto Duarte.

Foram os dirigentes desportivos quem elaborou os regulamentos disciplinares, os quais, no caso específico, mostraram toda a sua fragilidade, que sinceramente passa muito para além do meu entendimento. Na sua fragilidade se concentram factores que permitem que um árbitro seja condenado por corrupção consumada e um dirigente – que o corrompeu – por corrupção tentada.

É de facto arrepiante, vergonhoso, um facto que denuncia a forma como se relacionam muitos dos agentes que andam no futebol. A visita do árbitro Augusto Duarte a casa de Pinto “O suspenso”, que ambos confirmaram ter existido, dois dias antes de um jogo importante para as aspirações dos dragoneses, mais propriamente Beira-Mar - Porto, quando faltavam 3 jornadas para o fim do campeonato, e esse – o clube dos corruptos – só tinha cinco(5) pontos de avanço do 2.º classificado, o Sportém, é o espelho disso mesmo.

Ficou provado no Processo que as escutas tão preocupantes para os interessados corruptos, bem como outros testemunhos arrolados, revelam e provam a existência de telefonemas trocados entre pessoas com interesses vários, os quais constam nas páginas do processo, e que jamais deveriam existir. Mas existem, essa a verdade.

As escutas foram feitas na base de telefonemas existentes entre: Presidente da Liga, árbitros, membros da Comissão de Arbitragem, membros da Comissão Disciplinar, presidentes de clubes.
Ora, um presidente da liga não deve telefonar ou manter conversas com árbitros, membros da comissão de artibtragem, falando sobre esses mesmos árbitros, observadores e assistentes.
O mesmo deve acontecer com os presidentes de clubes no que concerne a telefonar a membros da Comissão de Arbitragem e/ou observadores de árbitros.

Como ficou provado, tudo isto sucedia em 2003/04. Era a promiscuidade total.
Os árbitros jamais deveriam jantar com presidentes de clubes e estes jamais deveriam telefonar aos árbitros antes ou após os jogos.
E, obviamente, muito menos devem recebê-los em casa. Tudo o que se disser em contrário, não faz sentido. Será apenas, como alguém e muito bem um dia disse: O ESTREBUCHAR DO MORTO.

Pinto “O suspenso” recebeu de forma passiva, consciente, autorizada, por vontade própia, em casa o corrupto árbitro Augusto Duarte, nas vésperas de um jogo do Portoregional em 2004
O árbitro, ao aceitar o convite, fê-lo em consciência, não se resguardando da profissão que exercia – árbitro de futebol – e de forma voluntária participou no encontro combinado. Deveria ter sido afastado, no imediato, do quadro da Liga, na precisa data em que se confirmou o dito encontro. Não foi.

Até pode ser que Pinto “O Suspenso” consiga anular a suspensão de dois anos, não por verdade das leis, mas sim, por amizades corruptas que tem nos mais diversos quadrantes dessa justiça – vide o aviso para fugir para Espanha - mas não conseguirá nunca apagar este episódio, onde nunca conseguirá provar que o mesmo não ocorreu por uma clara vontade de corromper e ser corrompido. Será uma mancha que com ele morrerá.

A subtracção de seis pontos ao Portoregional e a aceitação pelo clubezeco de tal facto, é assumir que houve corrupção activa, por muito que queiram arranjar ou fazer acreditar com argumentos contrários.

Foi desclassificado o parente pobre, o Boavista. A mim, ninguém me consegue fazer acreditar que, o Portoregional não foi desclassificado, porque existiu uma falta de coragem – quiçá medo – de o mandar para onde merecia estar. A Divisão de Honra.
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