O POLVO.
Depois do anterior
"post" sob este mesmo título e,
sobretudo, dos vossos excecionais comentários a propósito do mesmo, creio que
vamos atingir o objetivo proposto: ‘arrumarmos’ este dossier, impedindo que
estes temas nos confundam quando abordarmos a avaliação da época desportiva.
Com uma única exceção (que serve para confirmar a regra),
todos os leitores reconhecem que o Nosso Clube não compete em condições de
igualdade com os seus adversários, uma vez que está (profundamente) enraizado
um sistema de anti Benfiquismo que vai das arbitragens ao sistema de justiça e
disciplina desportivas, com o beneplácito cúmplice da esmagadora maioria da
media nacional. Esta realidade não é exclusivo do futebol profissional, porque
também se verifica nos escalões de formação, nas modalidades em que o crac
compete e, até, em algumas em que ele não compete (como são os casos do
Voleibol e do Futsal, por exemplo), nas quais um anti Benfiquismo primário se
constitui como mais um tentáculo do mesmo POLVO.
Este tratamento desigual funciona como se os Nossos Atletas
e Equipes competissem sob diferentes regulamentos: eles são admoestados quando
sofrem faltas, sob acusação de pretensa simulação, quando protestam de forma
razoável (como quando o Tacuara deu um murro na relva), quando tentam impedir o
antijogo do adversário e quando … merecem sê-lo, ao abrigo dos Regulamentos
oficiais.
Enquanto isso, alguns adversários fazem simulações e são premiados
com penalidades e a expulsão de adversários, dão ‘peitadas’ aos árbitros e
gritam com eles ficando impunes, usam de uma agressividade excessiva e cometem
faltas evidentes sem receberem a devida punição técnica e/ou disciplinar.
As Nossas Equipas vêem ser-lhe anulados golos perfeitamente legais, ou lances
de ataque promissores, mas são frequentemente castigadas com golos irregulares
e lances perigosos iniciados na sequência de faltas evidentes (foras de jogo
incluídos).
Estas irregularidades sucedem-se em grande parte dos desafios e não só quando
enfrentamos equipas do crac.
Ficamos todos entendidos?
Ou subsiste alguma dúvida?
Uma vez que estamos todos bem sintonizados, permitam-me que
sublinhe a conclusão:as Nossas Equipas e Atletas não competem em
condições de igualdade com os seus adversários dentro dos recintos desportivos,
constatando-se um prejuízo generalizado ao Benfica em favor dos adversários.
Mesmo sem pretender alongar-me sobre este postulado
(trata-se de uma ‘Lei’que já foi amplamente discutida, demonstrada e aprovada),
recordo que o POLVO há anos que sempre cria condições para que exista um caso
em cada época em que as Nossas Equipas são ‘beneficiadas’, como forma de criar
uma ilusão de igualdade de tratamento que desmentisse aquela conclusão.
Como combatê-lo ?
A quase totalidade dos Benfiquistas que comentaram o texto
anterior salientaram a imensa dimensão e poder deste POLVO, dimensão essa que
erradica na generalizada subversão de valores morais que trespassa toda a
sociedade contemporânea nacional. De facto, trata-se de um “mostrengo imundo e
grosso”!
Para o combater, creio que ficou demonstrada a prioridade
aos argumentos económicos e ao espirito de superação que possa garantir, mesmo
neste cenário desigual, resultados desportivos progressivamente mais
importantes, tudo isto no quadro da continua reafirmação dos Nossos Valores, aqueles
que entroncaram na Fundação do Glorioso e foram sempre honrosas bandeiras ao
longo da Nossa História: Universalismo, Desportivismo, Solidariedade,
Tolerância e Democracia, entre outros.
Este conjunto de Valores não Nos garantirá nunca a conquista
de títulos, mas, sem eles, ficará irremediavelmente condenada a Verdade
Desportiva e o próprio Desporto (para já não ir mais longe).
Estratégia de comunicação.
Estou muito longe de ser um especialista na matéria, tal
como a maioria dos leitores que comentaram o anterior texto, razão pela qual
(?) apenas um preconizou uma estratégia de combate que envolvesse diretamente o
Presidente e o Técnico da Equipa principal de futebol profissional e que
respondesse “taco a taco” a todas as provocações com que o POLVO nos agride.
Confesso que me surpreende a ligeireza com que tantos
Benfiquistas condenam a Comunicação do Clube, apelidando-a em termos que nem
Maomé usou quando se referia ao toucinho.
Surpreende-me porque estamos perante uma área muito
especifica da Comunicação Institucional, que nada tem a ver com a publicidade
ou com a comunicação de marca. Eu diria mesmo que apenas os especialistas em
comunicação com experiência na gestão de processos de disputa eleitoral
partidária, podem alegar possuir uma experiência que lhes outorgue uma eventual
autoridade profissional na matéria.
Bem longe disso, assistimos a que qualquer ‘borra botas’ se arvora a critico de
tudo e do seu contrário, quer a tempo, quer a destempo e de acordo com o seu
mais declarado anti Vieirismo. Exceções, também existem, mas são isso mesmo:
exceções!
Humildemente, parece-me insustentável aquela estratégia do
“taco a taco”, uma vez que as provocações são diárias e oriundas de múltiplas
fontes.
Como poderiam, o Presidente e o Técnico, dar-lhes uma
resposta extensiva e oportuna?
Com tantas Conferências de Imprensa (CI) quantas as origens dessas provocações?
Tal estratégia seria insustentável, inexequível e
contraproducente, para não ir ainda mais longe.
Sinceramente, creio que nenhum Benfiquista pode, hoje,
persistir em ignorar que um clima de guerrilha, de ódio e/ou de permanente
“incêndio” do desporto nacional (sobretudo do futebol), constitui, exatamente,
o terreno predileto do POLVO, por lhe permitir esgrimir os seus anti valores: a
intolerância, a mentira, o provincianismo (quando não o próprio racismo), a
incoerência descarada e a “fina ironia”.
Eu alertei para o trunfo adicional de que o Nosso Clube
passou, agora, a dispor a seu favor neste combate, constituído pelo facto de
termos ultrapassado o crac na classificação da UEFA: este é um ‘trunfo’
precioso, que Nos custou muito sacrifício, que deveremos usar apenas em última
necessidade, mas que, ainda que Nos não garanta títulos, atribui ao Benfica uma
incontestável credibilidade desportiva.
Ainda assim e depois de uma longa reflexão, creio que este
facto não justifica uma inversão da estratégia de comunicação que vem sendo
seguida pelo Clube e que eu passo a caracterizar:
1 “Low profile”, ignorando publicamente 99% das provocações
e contribuindo para um “arrefecimento” do clima envolvente ao fenómeno
desportivo;
2 Utilização do Nosso Grupo de media (com importância e intervenção crescentes)
para desmontar e ridicularizar 0.9% das provocações;
3 Utilização intensiva da comunicação institucional, quer junto das entidades
nacionais, quer das supranacionais, para desmascarar todas as provocações que
colocam a “Indústria” em causa ou em perigo;
4 Finalmente, em momentos muito selecionados e candentes, nos termos
cuidadosamente preparados a ponto de inviabilizarem quaisquer
“respostas”,executar uma comunicação incontestável, suportada em provas
irrefutáveis, capaz de demonstrar que persiste o garrote sobre a Verdade
Desportiva.
Fico ao vosso dispor, na caixa de comentários.
Viva o Benfica!
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Escrito por: José Albuquerque
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