quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Luis F. Vieira em entrevista.


«É evidente que esperava ter mais títulos conquistados nestes anos» – 

É com um discurso frontal que o líder encarnado coloca o dedo na ferida que foi o mês de maio de 2013, assume o desalento pelos dois últimos campeonatos que o Benfica «entregou» ao FC Porto e não esconde que a vida não está fácil no Portugal de hoje. Porém, tem um rumo para os encarnados e acredita na equipa comandada por Jesus.

Como viveu o presidente do Benfica os dias em que o seu clube tudo foi perdendo, Liga portuguesa, Liga Europa, Taça de Portugal? 

- Não há palavras que possam traduzir o sentimento, a sensação de frustração que senti - como todos os benfiquistas - durante esses dias e que acompanhou durante muitas semanas. Tivemos mérito em chegar lá, creio que não tivemos a sorte do jogo em duas dessas finais e, claramente, não estivemos a altura do que nos era exigido na final da Taça de Portugal. É um ano para não esquecer, foi sem dúvida dos momentos mais difíceis que vivi aqui no Benfica.

- A decisão de renovar o contrato de Jorge Jesus, no contexto em que sucedeu, foi a mais difícil, no âmbito desportivo, dos seus mandatos? 

- Acho que a pergunta deve ser feita de outra forma. Que gestor, analisando o que tinha sido feito nos últimos 4 anos, tomaria uma opção diferente? Houve uma avaliação séria ao trabalho de Jesus. Este foi o primeiro ano em que, no atual formato da Champions, estivemos no pote 1. No primeiro ano do Jesus o Benfica era 23.º do ranking europeu, na época passada acabamos em 5.º, atrás do Bayern de Munique, do Dortmund, Chelsea e Real Madrid... Isto são factos. Em quatro anos estivemos numa meia-final e numa final europeia... Quando se lidera um Clube como o Benfica há muitas vezes a tentação de gerir com o coração, e isso é o pior que podemos fazer. Jesus cresceu e evoluiu ao longo destes quatro anos, mas o Benfica também evoluiu e cresceu com ele. É evidente, tenho essa noção, seria sempre uma decisão que não mereceria a concordância de todos, mas qual é a decisão que merece unanimidade?

- Fica a ideia de que o Benfica tem tido muita dificuldade em ultrapassar o bloqueio psicológico do maio maldito... 

- Acho que efetivamente durante demasiado tempo não nos conseguimos desligar desse final de época. Não começamos o campeonato com zero pontos, começamos muito abaixo de zero, porque efetivamente foi traumático, mas creio que passados estes meses esse capítulo já está fechado. Porventura ainda não estamos a jogar o que jogamos no ano passado, mas vamos lá chegar, estou convencido disso.

- Seis meses depois, já a frio, que balanço faz do caso entre Jesus e Cardozo? 

- O mesmo que fiz no próprio dia. Não devia ter acontecido, mas também é verdade que ganhou uma dimensão maior da que devia porque foi um caso que envolvia futebol e envolvia o Benfica. Como é evidente não fiquei satisfeito, mas não podemos nunca retirar do contexto as situações. Sinceramente creio que foi bem resolvido. Não houve nenhum ultimato de ninguém, houve ofertas mas não houve garantias, o jogador reconheceu o erro, foi penalizado e, finalmente reintegrado.

- Não levou muito tempo a resolver? 

- Essa é a crítica mais ouvida da parte daqueles que estão de fora, que não percebem que o futebol é um jogo de emoções, que acham que tudo se resolve de forma simples. Muitas vezes acontecem situações que os jogadores não conseguem controlar, há inúmeros casos desses e em todos eles a solução nunca é fácil porque envolve três vertentes: a desportiva, a financeira e a humana. Quem disser que um caso destes é fácil de gerir e resolver não sabe o que está a dizer.

- Continua a sentir Jorge Jesus como parte da solução?

- Pelo que disse atrás, a resposta é sim. Temos beneficiado com a estabilidade da equipa técnica. É evidente que esperava ter mais títulos conquistados nestes anos, mas precipitar uma decisão pode significar destruir um longo caminho que foi construído até aqui.

- A mensagem de Natal que enviou a todos os benfiquistas tinha recados para o treinador?

- Eu não mando recados ao meu treinador, eu falo com ele quando é necessário. Isso não passou de um título de jornal que muito provavelmente não tinha nada melhor para ter na primeira página nesse dia e que, depois, alguns especialistas desenvolveram. Não acha que expressei o sentimento de todos os benfiquistas? Se não digo nada é porque devia dizer, quando manifesto o sentimento de todos os benfiquistas é porque estou a enviar recados..... Há uma coisa que tenho a certeza, Jesus concorda com a mensagem de Natal na totalidade, como aliás já o manifestou publicamente.

- O treinador, como se viu, por exemplo, em Guimarães, não anda com os nervos demasiado à flor da pele?

- Não. O Jesus sempre foi assim, desde o primeiro ano em que chegou ao Benfica sempre foi igual. Não é uma questão de nervos, é uma questão de feitio. Há quem goste, há quem não goste, mas aquilo é ele.

- A irregularidade exibicional do Benfica, de mãos dadas com a crise que continua a assolar Portugal, tem afastado adeptos da Luz. Como inverter este ciclo?

- Há uma coisa que é verdade, que é a irregularidade exibicional do Benfica. Quanto ao afastamento de adeptos da Luz não corresponde à verdade. Dos seis jogos em casa disputados para o campeonato, em termos comparativos com o ano passado, estamos com mais espetadores, mesmo tendo em conta que no primeiro jogo tivemos menos 18 mil espectadores, fruto da ressaca do fim da época. O que significa que nos restantes cinco jogos estivemos sempre acima da média de espectadores da época passada. Mas isso não invalida que efetivamente estejamos a apresentar exibições que não estão ao nível do que podemos fazer. Já agora, também não podemos esquecer a crise económica e, principalmente, a carga fiscal cega que taxou o futebol com 23% IVA.

- Sente-se compensado do esforço que fez ao manter os jogadores mais valiosos do Benfica no plantel? 

- Foi um esforço assumido e que não me arrependo de o ter feito. É evidente que ficar de fora da Liga dos Campeões foi uma desilusão e mais duro é esse golpe quando ficamos de fora perante um Olimpiakos em cujo campo fizemos o melhor jogo da época e num jogo onde deveríamos ter ganho de forma folgada. É duro ainda quando conseguimos 10 pontos e houve equipas a passar à fase seguinte com 6, mas isso é futebol e nada podemos fazer. Ficaria arrependido se não tivesse feito esse esforço.

- Lembrou que o Benfica fez 10 pontos na Champions, mas mesmo assim ficar em terceiro lugar num grupo acessível não é demasiado frustrante? 

- Frustrante foi não ter passado a fase de grupos, o resto é secundário. Grupos acessíveis? Essa é a parte do futebol falado. Não adianta dizer que fomos superiores ao Olimpiakos, porque o fomos, infelizmente as bolas não entraram.
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O que pensam os benfiquistas desta entrevista? Não acham que existem aqui alguns recados a Jorge Jesus?

9 comentários:

  1. O Futebol e as suas infindáveis histórias.

    Perde-se e ganha-se.

    Se houvesse mais 'fair play' todos ficariam a ganhar.

    beijinhos

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  2. A entrevista é somente isto???? Nao há mais???? E que vejo blogues com afirmações do presidente que nao encontro nestas linhas. Por isso, gostava de saber se foi aqui reproduzida toda a entrevista. Um abraço.

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    1. http://geracaobenfica.blogspot.pt/

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  3. Para não me repetir a minha opinião está aqui:

    http://eddglorioso.blogspot.pt/

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  4. Nem me dei ao trabalho de ler a entrevista porque e sempre o mesmo que ele diz,vivemos eternamente na esperanca ficamos sempre pelo quase entao quanto ao titulo do ano passado que o entregamos ao bandido quando eles ja tinham atirado a toalha ao chao nem me quero lembrar porque ja comeco mal o ano,do LFV e JJ ja nao acredito em nada do que eles dizem ou fazem e se istivermos uma vez mais com 4 pontos de avanco no fatidico mes de Maio o JJ inventa qualquer coisa para o nosso inimigo #1 festejar mais um titulo.

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  5. Palavras leva-as o vento.... queremos boas atitudes, e certeiras...looool

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    1. Nem titulos nem boas atitudes,os patos bravos maximo que conseguiram fazer foi apagar as luzes. Epoca passada no jamor os sul americanos nem o presidente da republica independentemente de gostar ou não do cavaco souberam cumprimentar..mas que clube é este? Já nem digo que benfica é este

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  6. Mas alguem acha que ele deu esta entrevista naturalmente?Isto tanto perguntas como respostas foram cuidadosamente caprichadas e trabalhadas.E`mais do mesmo,é atirar uns amendoins ao povo, Esta direção é um fracasso total.Foram derrotados de alto abaixo,dentro e fora do campo...eu relembro que o apito dourado não deu em nada,nem em Portugal nem na Europa.

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  7. Boa noite,Ricardo
    Quando pretendo saber mais sobre Benfica,venho ao seu blog. Na televisão, tenho que esperar.Aqui,é só chegar e ler.
    Muito obrigada por nos manter sempre a par do que se passa com o Clube.
    Bom fim de semana
    Um abraço
    Beatriz

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