segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ontem vi a bola...

Pois é meus amigos, isto de não haver Benfica ao fim-de-semana é uma crime de lesa majestade. Um crime que deverá ter uma moldura penal tão grave quanto aquela que deveria contemplar os criminosos que estipulam o preço dos bilhetes para os jogos do Benfica na condição de visitante...

Mas adiante, a crónica de hoje foca a minha perspectiva do que vi ontem no jogo dos nosso vizinhos da 2.ª Circular, bem como a reacção "objectiva" do seu Presidente.

Não sendo muito comum da minha parte falar dos do outro lado (até por falta de assunto nos últimos anos), devo hoje aqui levantar um ponto de ordem que quanto a mim é sintomático e demonstra cabalmente o calvário porque o Benfica passou e a forma terrível como esse mesmo calvário quase levou à extinção do Benfica, e pelo qual está actualmente a passar a malta verde.

São inegáveis as actuais dificuldades financeiras do Sporting Clube de Portugal. Ninguém as negava antes das eleições das quais resultou a eleição do Sr. Godinho Lopes como Presidente da SAD do clube. Mas após 16 novas contratações, novo treinador e nova equipa técnica, novo director desportivo, novo staff directivo impõe-se uma pequena reflexão.

E hoje? Ao dia de hoje será que as incomensuráveis e pelos vistos já tão distantes dificuldades de tesouraria do clube de Alvalade estão já sanadas? A resposta é não meus caros. Um não rotundo e tão grande como o Rossio ou a Praça do marquês de Pombal, onde desde à cerca de 10 anos não se ouvem festejos Sportinguistas relacionados com a conquista do campeonato Português.

Esta senda de não vitórias (desde 2001/2002), coincide com os estertores do final do Projecto Roquette e com o início das conversas acerca daquele que haveria de ser o maior e mais bem urdido esquema de corrupção no desporto de que há memória no nosso País.

Coincidências ou não o que é certo é que desde 2001/2002 o desinvestimento na equipa de futebol profissional, aliado aos confrangedores e "condicionados pelo sistema" 2.º lugares consecutivos entre 2005/06 e 2008/09, colocaram o clube e os seus adeptos em rota de divórcio, com as óbvias consequências financeiras e desportivas a que hoje podemos assistir.

Sendo certo que os erros de arbitragem tem sido mais que muitos e que os mesmos foram a causa de alguns dos 2.º lugares de que falei acima, a minha perspectiva do que vi acontecer ontem à noite em Alvalade vai muito para além do mero erro de arbitragem ou da mera falta de liquidez financeira para conseguir reforços sonantes no activo (quer estes sejam a custo zero ou não, pois todos sabemos que um jogador a custo zero significa sempre um engordar nas despesas de curto prazo o que aumenta exponencialmente as dificuldades de tesouraria de um clube que se esforça no seu dia por renegociar sucessivamente as dívidas mais imediatas).

O que eu vi em Alvalade ontem foi um baixar de braços incompreensível de uma equipa de futebol perante as adversidades que o jogo lhe trouxe, apesar de muitas serem da responsabilidade dos seus elementos.

O Sporting ontem perdeu o jogo com o Marítimo porque ao chegar ao empate no lance feliz/infeliz de Jeffrén Suarez pura e simplesmente desistiu do jogo. E não foi só a equipa que desistiu. A expressão desesperada de Domingos (quando se apercebeu da lesão do Espanhol, Domingos olhou 3 a 4 vezes para o banco sabendo-se impotente para efectuar mais substituições na partida), o esgar de incredulidade dos adeptos, o silêncio que se abateu sobre o estádio (falo ainda antes do 3.º golo dos insulares) e aquela atmosfera de desânimo silencioso que se verificava quando os adeptos abandonavam o estádio, foi o culminar de uma série de desistências que foram acontecendo ao longo da partida e ao longo de anteriores épocas.

O Marítimo mais não fez que explorar a incapacidade da equipa do Sporting se organizar ou reorganizar após uma fatalidade, e aproveitou a lentidão de raciocínio de um treinador que hoje em dia, sem as ajudas de outros tempos, se vê em palpos de aranha para transmitir uma mensagem a uma manta de retalhos a que alguns na pré-época resolveram chamar equipa de futebol.

A começar pelo seu presidente.

Quanto a este, estará talvez na altura de alguém o informar de que o nosso futebol não se compadece com acusações/afirmações/recomendações "objectivas". Aqui no futebolzinho da corrupção a norte, apenas existe um tipo de coisa que pode ser considerada objectiva:

Queres vencer com árbitros do sistema?
pois ponham no lume com muita lenha
uma chaleira a ferver
e uns pedaços de fruta para comer

Pois a fruta assim assada
de bom café com leite acompanhada
sabe melhor que a comprada
ou que a que por nós é plantada

E lembrem-se sempre disto
E que fique para registo
Se hoje o "Boi" fosse verde doente
Ao Proença não restaria nem um dente

Desistir é para os fracos
Para os oprimidos e degastados
Se quereis ser novamente fortes
Ouçam o Quintela o quanto antes

Pois apesar das palas que transportam
e que a muitos não importam
haverá quem do sonho não desista
E que ainda se chame Sportinguista
...
PS1: Post feito em honra das minhas pobres filhas que hoje estão muito tristes pois o Leão está sem juba. E sim, eu também carrego a minha cruz com orgulho como qualquer pai.

PS2: E agora vou ali desinfectar os dedos e já venho, que isto de escrever acerca do LOL de Portugal deixou-me o teclado e as mãos com uma infecção virulenta da mais perigosa das bactérias conhecidas... A "derrotius maritimescus alvalidl choramingos compulsivus"

Escrito por: Nunomaf

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