domingo, 10 de janeiro de 2010

Palavra de Navegador

Faz um ano inteiro que, nesta Gloriosa Nau, enfrentamos mar alteroso e fortes ventos que, mais e pior que contrários, se revelam estupidamente constantes, de ridículos que são, além de que … tresandando a metano.

Determinado em manter a rota e em recuperar a distância perdida no Inverno e início de Primavera (triste prima Vera, esta, que vimos partir … para Castela), já só no Verão é que me permiti lançar uns poucos dos meus pombos-correios e só porque era essencial reportar às Cortes da Mãe Pátria, que reuniam em aclamação do nosso líder (humm, humm).

Foi, assim, com absoluto espanto, que recebi as novas trazidas pela Chama Imensa (faltam séculos até que a internet seja inventada) em que, daí dos montes Hemínios, me perguntam como é que tenciono navegar contra esta manada alterosa e a brisa metanóia.

Reza a mensagem que recebi, que, quer na Catedral quer nos múltiplos locais de culto da nossa terra, a Nação cresce em romarias, em ondas de espuma esvoaçante que dança ao sol rubro como papoilas, acicatada pela fé trazida pelos profetas chegados da América Latina (e não só) e, rapidamente, convertidos à Lusitânia, incluindo aquele Garcia que, depois de ter recebido a nossa carta, se nos juntou vindo de Castela, todos comandados pelo Jesus, reza a mensagem, dizia eu, que a Nação, ainda assim, se preocupa com o destino desta Nau.

É verdade que a este casco centenário teima em colar-se-lhe um ranhoso limo esverdeado, que não ajuda, em nada, ao avanço da Nau. É verdade que as águas nos revelam alguns, poucos, cavalos-marinhos armados naquelas bestas imaginárias que já todos sabemos nunca terem tido existência fora da mentira e que acumulam sujidades neste casco. É verdade que a metanóia putrefacta, mesmo condenada, não deixa de nos tentar afastar da rota e é verdade que esta boiada de ondas negras não tem descanso, ainda que, daqui de cima, me pareçam mais incertas.

(E quando, às vezes, vem uma daquelas – uma tipo “s … cousa” - que transforma a nossa proa no submarino que o Júlio Verne há-de imaginar, depois de nascer, este casco de bom carvalho transmontano estremece, as aduelas de azinheira beirã rangem, as traves de sobreiro alentejano vibram e os cantos de bom pinho do litoral até cantam. De mãos no leme, sinto que todos estes sons são um grito de recusa e vejo a Verdade emergir da escuridão, na ponta da proa que simboliza a nossa Vontade e que, como Águia, insiste em apontar ao céu. Que Gloriosa é, esta Nau!

Perguntais-vos como conseguiremos avançar? Eu respondo-vos, pela minha Honra, que são duas as soluções.

A primeira é a bolina, que é preferível enfrentar os ventos de modo a aproveitar a sua força em nosso proveito, sempre que possível, e a segunda formularam-na os meus marujos, ao começarem a soprar para as velas, todos ao mesmo tempo e, mais recentemente, por descobrirem que ainda são mais eficazes a cantar … em uníssono. É de tal sorte que, desde o fim do Verão, só vejo estas velas enfunadas e o cordame feliz de contente e … a Nau avança (e o limo verde e a sujidade azul já se atrasam)!

Querem saber o que cantamos nesta Nau para melhor enfunar as velas?

SLB……, SLB……., SLB, SLB, SLB, …… GLORIOSO SLB, G L O R I O S O S L B.

Viva o Benfica!
....
Escrito (e/ou enviado) por: José Albuquerque

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